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Eu já estava há quase um mês no Brasil. Já estava me adaptando. Propositalmente iniciei uma rotina intensa. Queria não ter tempo para pensar, pelo menos na minha própria vida. Fazia exercícios todos os dias, ia para a Faculdade e depois para o Estágio. Depois da conversa que tive com o Fernando as coisas mudaram para mim na empresa. A idéia era eu trabalhar no administrativo, para que eu me familiarizasse com as rotinas do setor. Coisa que já era muito natural para mim. Mas eu fui mandado para um anexo da empresa, estava trabalhando em um arquivo. Eu estava frustrado, irritado, magoado, pois era óbvia a represália do Fernando. E com saudades, muitas saudades da Kate. Por mais que eu tentasse manter a mente longe dela, era inútil. Por diversas vezes esqueci o que procurava no arquivo porque pensei nela. Naquele dia era um feriado local. Como não teve aula fui convocado para trabalhar até o meio-dia. Quando o expediente acabou fui visitar o Leandro. Combinamos que eu iria almoçar com ele. Quando cheguei, ele me recebeu sorridente. 

-Alberto! Como está?  Está com uma cara péssima. – Eu realmente estava cansado. Além de um pouco depressivo.

-Que exagero Leandro, eu vou bem... – Falei tentando me convencer também.

-E com os Ville Verde? Até agora não pudemos conversar. Eu apenas consegui te ver rapidamente para assinaturas e passar balanços. E Eu não ia perguntar nada na frente da Kate. Aquele dia foi ótimo. Como ela está?– Me levou até sua sala de estar e sentamos no sofá.

- Muito sensato. Não tenho coisas boas para contar. A Sara e a Katarina são adoráveis. Mas a Sara é um tanto fútil.

- E a Kate? 

- Ela é diferente da mãe. Tímida e um pouco séria, mas tem uma personalidade e tanto.

- Percebi, achei-a incrível. – Olhei para ele expressivo. Ele entendeu de imediato o recado.

- Você está maluco. Já desconfiava há muito tempo. – Me perguntou sorrindo desconfiado 

-Como? – Perguntei desconcertado

-Alberto eu te conheço bem o suficiente para saber que você está apaixonado pela adorável Kate. 

- Você que está louco! Não é isso, apenas nos tornamos bons amigos... – Tento parecer realista.

-Não foi isso o que vi no boliche.  Você me fuzilava com os olhos toda vez que eu chegava perto dela.- Levantei os braços em protesto a suas palavras. Disse num meio sorriso:

-Eu te conheço Leo, a Kate é uma moça muito bonita, e você adora colecionar mulheres. 

-Que calúnia! Eu a adorei. Mas sei reconhecer quando estás interessado em alguem. E acho que são perfeitos um para o outro. 

- Você não tem juízo? Reflita um pouco, isso seria impossível...

-O que é impossível? Você tende a complicar coisas simples. Assuma que gosta dela...

-Deixa eu te contar uma conversa que tive com o Fernando, e quem sabe você me entenda...

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Por volta do meio-dia a Brenda chegou, tínhamos uma amizade de pelo menos um ano e meio. A diferença entre nós é que ela era classe média. Mas como eu não tinha grana pra esbanjar também, era algo que tínhamos em comum. Minha mãe não simpatizava com ela, meu pai nem dizia oi quando a encontrava em casa. Uma tremenda falta de educação, mas ela parecia não se importar. O curioso é que Maria também não ia muito com a cara dela, dizia que ela tinha jeito de sabe Deus o que. Nem ela sabia dizer o que pensava dela. Geralmente eu ria quando ela falava e depois falava pra Maria carinhosamente: Não devia julgar a Brenda assim, ela é muito legal. Agora até eu estou com o pé atrás com ela. Eu a considerava  minha melhor amiga. Ela e o Leo. Quando terminamos de almoçar fomos para sala descansar a refeição. Ela começou uma conversa muito animada, na verdade esse era o seu natural, sempre muito agitada.

Fragilidade ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora