Levantei pela manhã e coloquei minha roupa de treino. Estava muito entusiasmada com a coreografia que o professor Pierre nos pediu para criar. Sempre com um estilo diferenciado do ballet clássico. E isso era muito bom. Era um desafio para todos sermos ecléticos em relação ao ritmo que dançamos.
Caminhei para a cozinha para tomar o café da manhã, Maria estava lá terminando de colocar a mesa.
-Bom dia Maria. - Fui até ela e lhe dei um beijo na bochecha.
-Bom dia menina. Que roupas são essas? Não vai para a escola?
-Não. Não tenho aula hoje, vai ter uma reforma lá no bloco.- Sentei a mesa e me servi. - Que delícia.
-Então vai treinar o dia todo?
-Parte de dele.- Sorri - Tenho uma apresentação de jazz para ser apresentada daqui a 15 dias. É um desafio e tanto. Achei ótimo treinar mais um estilo.
-Que bom, menina. Capriche bastante. Vai que seja um teste.
-É. Pode ser. Mas eu sempre levo meu trabalho a serio.
-Ah! Quase me esqueci, ontem a Brenda ligou e pediu para você ligar para ela quando puder.
-Mais tarde eu ligo. - Falei já me sentindo aborrecida. - Acho que virá treinar aqui. Senta aqui Maria. Vem tomar café comigo.
-Já comi menina. Mas te faço companhia. - Ela afastou uma cadeira e se sentou secando as mãos no pano de prato.
-Faz tempo então que você levantou?
-Nem tanto. Já são umas 7:30.
-Nossa. Nem percebi que dormi tanto. - Terminei de comer a fatia de bolo e me servi de um pouco mais de suco de laranja. - O bolo estava ótimo Maria. Você é dez.
-Que isso menina. - Falou envergonhada.
-O pai e mãe já levantaram?
-Não. Acho que daqui a pouco eles dão sinal de vida.
-E o Beto? - Perguntei de cabeça baixa, pois fiquei encabulada. Apenas pelo fato de lembrar dele.
-Também não vi ainda. Deve ter perdido a hora. Sempre levanta antes de todos. Ganha até de mim as vezes. - Balancei a cabeça de forma positiva sorrindo levemente.
-Bem Maria, o papo está ótimo, mas vou treinar viu. - Levantei e fui até ela e lhe beijei a bochecha. Quando me ergui, o Beto estava na porta. Meu coração deu um pulo. Eu precisava sair dali rápido. Estava cheia de vergonha.
- Bom dia. - Ele disse serio.
-Bom dia. - Respondemos.
-Vou ensaiar. Até. - Sai apressada pela porta em direção ao estúdio sem olhar para trás. Como ele me deixava nervosa.
-Foi para a academia? Não tem aula hoje?
-Não. Vai ter uma reforma lá no colégio. Ela vai ensaiar ai no estúdio mesmo.
-Ai aonde? - Ele perguntou surpreso.
-Aqui em casa. Presente de 15 anos.
-Pelo que conheço da Dona Sara, achei que a atitude mais esperada dela era uma festa de não sei quantos convidados, todos da nata paulistana é claro.
-Ela tentou. - Maria respondeu sorrindo. - Mas a Katarina disse que preferia um estúdio para ensaiar. Fez um orçamento e tudo. Mostrou ao pai que seria mais econômico fazer o estúdio ao invés da festa.
-O Fernando não propôs fazer os dois?
-Logo quem? Ele disse que inutilidade por inutilidade iria fazer a mais barata.
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Fragilidade ( EM REVISÃO)
RomanceCaro leitor, imagine estar no último ano da sua colégio e da Academia de dança e desde sempre sofrer pressão dos pais para ser sucessora no grupo empresarial, o que faria? Largaria seu sonho e viveria o que seus pais impuseram? Alberto também tem um...