CAPÍTULO 11

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Helena

Dormi a tarde inteira após o treinamento como nunca havia dormido em todas as semanas que se passaram. Finalmente havia conseguido cansar meu corpo e minha mente o bastante para que eu conseguisse dormir sem ter pesadelos com os últimos acontecimento. E, ao acordar, felizmente o pesadelo pareceu ter passado com duas simples palavras de meu pai, que estava parado em minha frente com um sorriso gigante de empolgação no rosto.

- Marcus acordou! – Anunciou ele, e na mesma hora saltei da cama, correndo para o quarto onde meu amigo se encontrava.

Acompanhei meu pai pelos corredores do castelo mais nervosa do que achei que ficaria, e mal pude me conter em correr, mas o mais velho parecia andar mais calmo do que nunca. Algo parecia ter se acalmado dentro dele, mas meu interior apenas queria chegar lá o mais rápido possível.

- Como ele está? – Perguntei, sem conseguir me segurar.

- Vai saber quando chegar lá, minha filha. – Diz meu pai, bagunçando um pouco meu cabelo e parando em minha frente, quase me senti tentada a fazê-lo sair do lugar. – Você gosta desse rapaz, não é, Hele?

Enrubesci na mesma hora. E isso era assunto para se falar logo agora?

- N-Não, claro que não. Por que o senhor acha isso? – Ri nervosamente, mas meu pai me conhecia desde que me dei conta de que era um ser humano.

- Eu vejo nos seus olhos, filha. Quando está com Marcus, eles tem o mesmo brilho de quando eu vi sua mãe pela primeira vez. – Ele sorri ao lembrar da mamãe. Com certeza havia guardado as lembranças deles com um carinho gigantesco em algum lugar dentro de si. – Posso te dar um conselho?

- S-sim, pai. – Minha fala ainda sai um pouco falhada, a vergonha tomava conta de mim a cada segundo que se passava.

- Se você realmente acha que sente algo forte por ele, diga logo, o quanto antes. Quem a gente ama merece saber que é amado.

O mais velho me deu um abraço apertado, e olhou para mim com o mesmo sorriso de antes.

- Estou orgulhoso de quem está se tornando.

Mal pude conter minha emoção, nunca alguém havia dito aquilo para mim, e ouvir algo assim do meu pai era simplesmente maravilhoso.

- Obrigada, pai. Agora, por favor, será que podemos ir?

Ele riu com a minha pressa e assentiu positivamente com a cabeça. Eu o acompanhei, ainda vermelha, mas pensativa. Quando cheguei ao quarto onde Marcus estava, imediatamente a porta foi aberta para nós e logo à frente estava meu amigo, deitado na cama, falando e vivo.

- Marcus! – Gritei, quando vi seus olhos se moverem até a porta na mesma hora em que surgi, com aquele brilho roxo que tanto senti saudade mais vivo do que nunca.

- Espero ter te perturbado ao menos nos seus sonhos enquanto estive desacordado. – Diz ele, rindo um pouco da minha cara de choro, eu devia estar acabada depois dessa semana.

- Com certeza perturbou. – Falei, abraçando-o forte como se tivesse medo que o perdesse outra vez, e de certa forma, eu tinha. – Você me deu um susto, idiota.

Os braços dele ainda estavam um pouco fracos por causa de tudo o que havia acontecido, o corpo inteiro dele estava, mas senti que Marcus me apertou no abraço o máximo que pode, ele também havia sentido saudade.

- Eu que sou o idiota? – Perguntou o moreno, secando algumas lágrimas que corriam por meu rosto. – Tá, talvez eu tenha sido um pouco imprudente, mas estou vivo. Não é o bastante?

A Herdeira do FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora