CAPÍTULO 14

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Helena

Continuamos a andar por volta das 5 horas da madrugada, apertando o passo para que chegássemos lá no horário esperado. Estavam todos revigorados pela manhã e felizmente ninguém havia dado para trás em seguir com o plano, afinal, eram seus irmãos que estavam sofrendo no reino e eles precisavam ser salvos o quanto antes.

Assim que chegamos, rodeamos o imenso muro de Alexandria afim de não deixar que os guardas e muito menos os vigias nos vissem. Tínhamos sorte de haverem árvores robustas e altas ao longo de quase toda a extensão do muro, isso contribuía bastante com a nossa camuflagem.

- Marcus, diga para os outros transportadores se prepararem para levar todo mundo ao outro lado. – Disse, e o moreno assentiu positivamente, sendo impedido de ir quando agarrei seu braço levemente. – E não esqueça de que você vai comigo, não se atreva a se afastar de mim.

Ele sorriu de leve, concordando, mas eu sabia que no fundo nada o faria aceitar que fosse protegido por mim ao longo de toda a missão.

Menos de dois minutos após minha fala com Marcus, todos os outros já estavam a postos e prontos para o ataque, e como cada um dos transportadores podia levar até 5 pessoas para o outro lado sem desmaiar de cansaço, haviam 4 à disposição para acompanhar cada grupo, e mais um de reserva caso algum se machucasse.

Despedi-me de meu pai e de meus irmãos, fazendo com que eles me prometessem que iriam ficar em segurança. E após repassar o plano uma última vez, comecei a contagem quando tive a certeza que que todos haviam decorado todos os detalhes.

- Um...dois...três!

Imediatamente ao meu sinal, senti meu estômago revirar por menos de um milésimo de segundo, e quando abri os olhos já estávamos do outro lado. Torci comigo mesma para que ninguém tivesse nos visto chegar apesar de estarmos em um canto isolado da cidade.

A águia de Max – o Marine com quem fiz meus primeiros treinamentos – sobrevoou por toda a cidade e nos assegurou que o caminho estava livre, então, logo após isso, todos nós avançamos pelas ruas movimentadas da cidade.

As mulheres do esconderijo dos rebeldes deram um jeito de fazer com que cada um de nós ficássemos irreconhecíveis, a ponto de nenhum membro do governo conseguir nos reconhecer sem que tivesse que se esforçar mais do que o usual. Usávamos capuz e roupas pretas, nos misturando com toda aquela leva de camponeses que perambulava pela feira. Era um dia normal na Capital e não podia mentir que senti uma leve nostalgia, eram tempos de paz quando eu comandava as tropas, ou pelo menos parecia que eram.

- Capitã Helena, já encontrei no mapa a localização. Os prisioneiros que se encontram mais perto daqui estão a pelo menos 4 quilômetros ao norte. – Diz Nico, o gigante que me acompanhava e que agora estava da minha altura por causa de uma poção de encolhimento desenvolvida no palacete.

Nunca deixava de me surpreender com os inventos desse povo.

- É exatamente onde se encontra a prisão Celeste. – Anunciei, mais pra mim do que para os outros. – Eu sei onde fica.

Avancei por entre a multidão, cruzando ruas e passando por mercados lotados de gente enquanto todos me seguiam até o lugar marcado e, por fim, avistei ao longe a prisão Celeste, uma construção alta com portões de metal fortificados e o símbolo da coroa de Alexandria. O bordão Virtus est gratia – Poder é graça, em latim – estava logo abaixo do símbolo, e haviam guardas por toda parte, impedindo nossa passagem.

- O que faremos? – Perguntei, e no mesmo instante, Marcus apontou para o alto do prédio.

- Tem uma entrada no último andar. Posso levar vocês até lá, mas não posso passar pelas portas. Existe algum tipo de feitiço contra teletransporte.

A Herdeira do FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora