CAPÍTULO 13

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Helena

O sol já descansava no horizonte quando todos os preparativos para a missão foram finalmente terminados. Cada grupo tinha um líder, que carrega uma tocha, um mapa, e todos, sem exceção, possuíam um kit para localização reserva, para o caso de se perderem no caminho para Alexandria. Cada grupo também estava altamente armado e protegido apesar dos poderes que carregavam, trazendo nas costas mochilas cheias com bastante comida que durariam por pelo menos uma semana.

Penso comigo mesma que as poucas horas que tive para me preparar para liderar essa missão têm que servir para alguma coisa, todos aqui dependem do meu autocontrole e das minhas decisões a partir de agora.

Pego um casaco na área de roupas antes de sair, pois a noite estava fria e o vento não parecia querer parar. O mesmo fizeram todos os outros.

Marcus se aproximou de mim com um sorriso confiante. Ainda carregava uma certa escuridão no olhar, mas eu sabia que ainda era ele ali, sabia que não deixaria que a sombra o consumisse.

- Está pronta, capitã! – Disse ele, pegando uma de minhas mãos entre as suas e percebendo que elas tremiam. – Não precisa se preocupar, eu também sou capitão, lembra? Posso te substituir se precisar de um tempo.

- Não, muito obrigada, Marcus. – Digo, soltando minha mão da dele e dando um sorriso provocante. – Aprenda a lidar com seus monstros primeiro, pois eu já aprendi a lidar com os meus.

Ele sorri, reconhecendo a derrota após minha resposta afiada, e eu sorrio junto, dando-lhe um tapinha fraco nas costas. Após me despedir dele, me dirijo às tropas que já me esperavam no grande gramado. Vi olhares de todos os jeitos ali, mas nenhum que expressasse medo ou arrependimento por estarem na missão.

- Atenção, soldados! – Falo, no mesmo tom alto que falei no dia da invasão do castelo da Capital. – Quero que saibam que será uma missão perigosa, mas provavelmente todos que aqui estão são voluntários e querem ir por livre e espontânea vontade, senão, podem se retirar.

Ninguém mexeu um músculo sequer, estavam convictos em suas decisões. Aquele tipo de lealdade e coragem era admirador.

- Muito bem, então vamos continuar. Sigam o plano e toda a missão será um sucesso, entraremos no reino e sairemos tão rápido que ninguém vai notar nossa presença lá. Quando voltarmos, faremos esse governo ruir como fizeram com o lugar de onde viemos.

Ao terminar minha fala, ouço gritos de histeria vindos de todos os soldados presentes, de todas as pessoas que resolveram me seguir nessa missão.

- Muito bem, Helena. Eu não poderia ter falado melhor. – Diz meu pai, logo atrás de mim.

Ele seria um dos que iria na missão como voluntário, assim como Marcus e meus dois irmãos.

- Obrigada, pai. – Sorri, e ele bagunçou um pouco meu cabelo. – Vamos, temos que andar bastante esta noite.

Marcus e meu pai assentiram positivamente e fui na frente, para guiar as tropas. Seria um dia e meio para chegar ao palácio a pé, mas era a melhor alternativa, não tinha chance de nos verem chegando a menos se quiséssemos que vissem.

Ficamos horas caminhando sob o breu da noite, e tudo o que se podia ver na escuridão eram as pequenas tochas que cada líder carregava. Eu ia na dianteira com um colosso à minha esquerda e um chamuscador a minha direita, prontos para me proteger de qualquer ataque. O mesmo se repetia ao redor dos demais grupos, se todos se protegessem, teríamos sorte se saíssem ao menos 80% dos soldados vivos nessa missão.

Mais ou menos 10 horas após começarmos a caminhar, boa parte do grupo já estava cansada e com fome, então resolvemos parar, descansar um pouco e recompor as energias. Ao amanhecer daríamos continuidade à missão.

A Herdeira do FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora