I'm Dirty - Zabdiel & Sabina - (CNCO-NU)

35- Pobre Chris

( Por favor deem play na música )

Narrador's

O lugar tinha paredes e piso úmidos, algumas poucas e fracas luzes espalhadas pelos cantos das paredes as quais tinham grandes "janelas", se é que podemos chamar assim esses grandes cubos com seus vidros quase que completamente estilhaçados, e devido o galpão localizar-se próximo ao Porto da cidade, todo o ambiente era tomado pelo cheiro de maresia.

Por mais que cinco dos dez homens estivessem presentes espalhados pelo lugar, os únicos sons que se ouviam eram o tilintar fraco das correntes e os incessantes pingos que já desnivelavam o canto do piso.

Gregório estava impaciente. Mesmo fumando seu charuto enquanto mantinha-se encostado na parede, o homem observava o corpo inerte pendurado pelos pulsos, tendo a cabeça tombada pra frente. O jovem ao qual ele observava usava apenas sua boxer preta e estava à mercê, completamente vulnerável, as algemas das correntes já deixavam sua pele extremamente branca com aspectos de vermelhidão.

Sim, era o Chris.

- Trás um balde de água fria.- Gregório ordena a um de seus capangas.

O homem sai da posição em que estava e enquanto o seu pedido era providenciado, ele aproxima-se do Chris analisando o jovem a medida em que já arquitetava suas próximas ações.

Pobre Chris.

- Senhor.- Um segundo capanga fala.- Não vai ligar para o detetive Scott?

- Desde quando você tem permição para fazer perguntas?- O homem vira fazendo seu capanga assustar.- Não sou questionado por porra de funcionário.- Ele volta olhar o Chris.- Mais quero ver se realmente esse delinquente tem informações relevantes sobre o De Jesús.

- Aqui senhor.- O homem volta trazendo o balde de água gelada.

Gregório solta o charuto longe e ao pegar o balde, imediatamente joga todos os cinco litros d'água diretamente no rosto do, até então, desmaiado Chris. Ele observa esperando por resposta e durante alguns segundos só se ouviu silêncio. Até que...

- "Cof... Cof... Cof."- Chris tossia engasgado com o líquido que entrou por sua boca e nariz.- O... O que...?- No milésimo seguinte seu cérebro desperta processando todas as informações de seu estado atual. Semi nu, braços presos pelos pulsos, o frio que rapidamente o tomou e a forte dor em sua nuca que fisgou ainda mais quando ele ergueu a cabeça desesperado.

- Finalmente.- E é só então que ele percebe Gregório em sua frente.

- Você? Quem é você?- Chris tentava sem sucesso reconhecer o homem. A coronhada que levou na nuca continuava deixar sua visão turva.

- No momento, um desconhecido que lhe despertou. A uma hora atrás, o homem que lhe capturou. Pelas próximas horas, um de seus carrascos.- E Gregório deixou visível a satisfação em pronunciar a última frase.- Agora me diga Christopher. Qual sua relação com o De Jesús?- O homem começa dar passos em círculo envolta do jovem.

- Não sei do que você está falando.- Chris tentava acompanhar com o olhar os movimentos do homem.- Não tenho relação com um assassino.

Foi sem aviso, sem preparação ou ameaça antecipada. Grego que passava ao lado direito do jovem, deposita um forte soco nas costelas do Chris, que sem possibilidade alguma de defesa, tem seu corpo jogado para a esquerda enquanto de sua garganta sai uma forte tosse.
Ele sentiu.

- Eu.- Chris respira fundo.- Não o conheço. E mesmo se conhecesse.- Num momento insano de coragem, Chris ergue a cabeça para encarar Gregório que chegava a sua frente.- Eu teria mais medo dele que de você.