I'm Dirty - Zabdiel & Sabina - (CNCO-NU)

39- Não Pode Ser

Zabdiel's

Era como se lava corresse em minhas veias ao invés de sangue. Eu quero esse desgraçado morto e eu realmente não descansarei até ter seu cadáver sob meus pés.

Emma saiu do meu escritório em silêncio, não a segui, apenas voltei a minha cadeira atrás da mesa. Preciso ao menos de alguns minutos sozinho. Peguei a garrafa de whisky provavelmente manchando-a de sangue, destampei e dessa vez preferi beber diretamente da mesma. O líquido desce queimando de tal forma que imediatamente minha garganta adormece. O segundo gole foi mais fácil, assim como os outros que vieram a seguir. Lembrei do iPad  com o vírus no celular do Scott. Peguei o aparelho jogado no canto da mesa e começo revisar as mensagens que apareciam. Procuro pelas mais recentes, encontro as que ele e Gregório trocaram antes de sequestrarem o Chris. Agora que Gregório está morto descarto essa busca e volto a vasculhar outras mais relevantes, até que encontro duas conversas com trocas de mensagens diferentes mais que me chamaram atenção.

"• Senhor. Os voos já foram liberados. Aguardo no distrito sua autorização para data e hora.

* Providencie para o mais próximo possível.

* Sim senhor."

Voo? Preciso saber o destino.

"• Olá detetive. Quero sua presença no meu discurso de logo mais.

* Lamento, mais não poderei ir senhor Deputado.

* Será do seu interesse

* Posso saber do que se trata?

* Vá ao discurso. "

Só pode ser o pai da Emma. O que me fez surgir a questão, como eles podem ter essa relação tão próxima onde o próprio deputado é quem manda mensagens para o filho da puta?
Aproximo a garrafa de minha boca e sem tirar os olhos da tela, bebo outro grande gole.

Outra mensagem surge.

"• Senhor Scott, gostaríamos de informar que seu cachorro já está totalmente higienizado. O senhor tem até as 19:00 PM para vir buscar seu pet.

         Bom dia."

"- Huuum." Arqueio as sobrancelhas satisfeito.

Finalmente algo que realmente o atingirá. Minhas próximas ações já estão planejadas. Só que antes preciso de um bom banho e pegar meu pagamento por estar com a Emma. Talvez eu consiga fazer tudo ainda hoje.

Mais uma vez levo a garrafa na boca tomando um último gole, puxo uma das gavetas guardando o iPad e ponho-me de pé. Chegava ser incrível como sou extremamente difícil de me embriagar pois quase sequei toda uma garrafa de whisky e cá estou eu a poucos minutos de começar pilotar uma motocicleta sem estar minimamente zonzo.
Abro a porta da sala e a luz do sol de quase meio dia acertam em cheio meus olhos. Ceguei por alguns segundos. Tomei rumo ao meu quarto e ao adentrar vejo a porta da varanda aberta, continuo caminhando e tenho a visão da Emma debruçada sobre a grade. Não me aproximei, apenas segui até o banheiro. Preciso tirar o sangue do meu corpo.

Adentro o cômodo já começando a tirar as peças de roupas. Elas estavam pesadas, seus tecidos que antes estavam ensopados de sangue, agora começavam endurecer. Senti o braço quando fui tirar a camiseta preta que vesti ainda por dentro da camisa social preta. Meu abdômen começava dar sinais de um roxidão no lado direito devido um dos três socos que levei antes de matar dois capangas que guardavam a entrada do galpão do Gregório. Acabo de me despir, ligo a água gelada e assim mergulho na mesma.

Não quero banho escaldante, dessa vez não irei me auto-flagelar pelas mortes que fiz com tanto prazer.

A água que escorria pelo corpo e deveria ser transparente, tem agora a coloração intensa de sangue. Passo as mãos nos meus fios e assim mais sangue escorre pelo meu rosto. Sigo pelos braços e logo sinto o tiro de raspão que o desgraçado do Gregório disparou em minha direção, mais uma nova cicatriz, os "nós" dos meus dedos estavam quase que em carne viva, devido os socos que dei em alguns outros capangas que protegiam as drogas no galpão. Os ferimentos começam arder quando a água espumada os tocam. E assim meu banho está sendo bem mais demorado que o normal.