Capítulo 13

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Eduardo Bergamini
Desembarcamos em São Paulo no fim da tardezinha, e a Bela continuava meio para baixo. Em uma tentativa de animá-la, eu a chemei para jantarmos em um barzinho que serve apenas salgados e bebidas.

-Mas eu não estou disposta Dú... Chama o Gabriel e vai com ele - diz com a cabeça deitada no meu ombro. Estávamos no táxi, a caminho para casa.
-Então quer ir em outro lugar? Escolhe o lugar que você quiser - faço um cafuné em seu cabelo.
-Desculpa Dú, eu sei que você quer sair, mas eu não estou afim hoje. Pode sair com seus amigos se preferir. Hoje eu realmente quero a minha cama.

Não falo mais nada durante o caminho, e quando chegamos no apartamento, após eu deixar ela e as malas dela em seu apartamento, eu fui para o meu. Tomei um banho, coloquei um pijama, minha pantufa de dinossauro, fiz uma sacola com um monte de besteiras para comermos a noite toda, e antes de sair de casa liguei para o Biel. Confio nele plenamente para administrar a concessionária, mas eu gosto de ficar a parte de todos os assuntos. Após encerrar a ligação, eu fui para o apartamento da Bela, que já tinha tomado banho e estava toda deprimida no quarto embaixo de duas cobertas.

-Meu amor - deito-me ao seu lado, grudando os nossos corpos.

Ela se aconchega melhor em mim, e fica quieitinha, só sinto sua respiração leve em meu pescoço.

-Sabe, eu curti demais passar essa fim de semana com a sua família - comento descontraído.
-Fico muito feliz em saber que deu tudo certo. Mas e sua família? Será que eles vão gostar de mim? - ela se envolve no assunto, o que me anima.
-De novo esse assunto?! - rio fraco - é mais provável que você não goste deles.

Ela não responde nada e volta para o seu famoso modo aéreo. Bela não demora a dormir, e quando vejo seu rosto calmo descansando sobre meu peito, caio no sono também.

Isabela Garcia
Eu estava mal. Uma angústia muito ruim tomava conta do meu coração. Uma série de acontecimentos corridos me deixaram assim, deprimida. Queria tantos meus pais perto de mim agora, mas isso foi uma escolha que eu fiz, e vou ter que lidar com ela.
Dormi agarradinha ao Dú, e confesso que acordei um pouco melhor. Talvez devido a empolgação de ir para Buenos Aires pela primeira vez, ou então por estar mais tranquila, psicologicamente falando. Enquanto Dú parece estar no décimo e terceiro sonho, eu faço minhas malas novamente, afinal, não estou indo para casa dos meus pais. Mas dessa vez acho que exagerei um pouquinho, pois conclui com duas malas de rodinhas e uma nécessaire, e mais a minha bolsa pessoal de mão.
Estou distraída pensando no que eu posso fazer para levar menos coisas, quando Dú enche o meu rosto de beijinhos.

-Bom dia amor - ele me dá um selinho.
-Nem escovei os dentes -reclamo fazendo uma careta.
-Para de ser fresca - ele me dá outro selinho, porém mais demorado do que da outra vez - acho que não vai dar tempo de irmos na padaria tomar café - ele consulta o relógio do celular - estamos em cima da hora, vamos logo e comemos alguma coisa no aeroporto.

Ele vai indo para o meu banheiro quando lembra de algo, e se vira para mim novamente.

-O Biel vai levar a gente no aeroporto.
-Tá bom.

Eu me troco, colocando uma roupa confortável, mas ao mesmo tempo apresentável, já que meus sogros me virão assim. Calço um tênis, que é confortável e estiloso ao mesmo tempo, e pego minha almofada de pescoço. Ela não pode faltar. Dú saí do banheiro tomado banho e trocado, e enquanto seca o cabelo com a toalha, observa as minhas malas com uma careta engraçada.

-Onde você vai com tudo isso de malas? - aponta para toda a minha bagagem - A gente só ficará alguns dias.
-Amor, eu juro que vou usar tudo que esta ai! - fiz um biquinho como se implorasse para que me entendesse.

Sr. DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora