Capítulo 15

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Eduardo Bergamini
Dessa vez eu tinha certeza de que tinha sido traçado de vez. Isabela ganhou meu coração. Sei que é meio gay, mas não consigo evitar. Eu estava planejando algo mais romântico para nós desde que voltamos da Argentina, mas, como não sou muito bom com isso, precisei de um pouquinho de ajuda. Hoje era sábado de manhã, e ontem Bela me perguntou se iríamos nos ver hoje, e eu disse que não teria tempo, claro que foi parte do plano. Eu liguei para algumas pessoas, conferindo se tudo estava do jeito que eu quero. Quando recebi a confirmação, terminei de me arrumar e fui até o apartamento de Bela. Ouço a sua doce voz, como se estivesse conversando com alguém, quando abre a porta toda descabelada ao telefone. Ele veste uma camisola fininha, sem sutiã, o que me dá uma bela visão dos seus seios deliciosos. Em seus pés calça uma pantufa da Miney. Ela me olha surpresa, e após me dar um selinho dá passagem para eu entrar e pede que eu espere ela terminar a ligação.

-Tudo bem papai, não estamos morando juntos. PAI! - ela fica ruborizada - sim, estamos usando camisinha - ela sorri amarelo para mim - eu sei que só pode morar junto depois do casamento. Eu já disse ao senhor que não moramos juntos. Tá bom. Manda um beijo para mamãe. Tchau.

Ela desliga o telefone e sorri.

-Desculpa - diz tímida - mas o que o senhor está fazendo aqui? Não disse que estaria ocupado hoje? - pergunta com a mão na cintura.
-Não posso sentir saudades da minha namorada? - puxo sua cintura e coloco-a em meu colo.
-Saudades é? Nem parece que mora aqui do lado - selamos nossos lábios rapidamente.
-Seu pai estava te dando conselhos, é? - ela fica ruborizada e eu sorrio.
-É, meu pai tem dessas.
-Vamos dar uma volta?
-Sério? - pergunta preguiçosa - Estava planejando em passar o dia na cama, só dormindo e comendo.
-Queria tanto dar uma volta - faço um biquinho de chateação.
-Tudo bem então! - ela beija o meu biquinho ridículo - onde vamos?
-Surpresa.
-E como vou saber que roupa colocar?
-Coloque algo confortável.
-Tá, já volto.

Bela levanta do meu colo e some no corredor.

(...)

Um pouco mais de uma hora depois chegamos no nosso destino. Isabela já estava me infernizando para saber a respeito da tal 'surpresa', mas eu não revelei nadinha de nada. Quando estacionei o carro e descemos no local, Bela me olhou espantada.

-Nãnaninanhão senhor Eduardo. Morro se medo de altura - diz quando vê os paraquedas e as asas-delta.
-Você vai curtir, prometo - entrelaçamos nossos dedos e caminhamos para a entrada do local.
-Você vai comigo? - pergunta me olhando profundamente.
-Vou sim, mas vamos com monitores diferentes.

Vejo-a respirar fundo e sorrir de lado. Entramos em uma grande sala, e o Jorge vem nos atender.

-Quem é vivo sempre aparece, né? - ele sorri ao me cumprimentar.
-Dei uma sumida por conta da correria, mas hoje trouxe uma pessoa super especial para se divertir comigo.
-E quem é a moça bonita? - Jorge pergunta galanteador.
-Essa é minha namorada, Isabela.
-Prazer - ela sorri tímida.
-O prazer é todo meu, casal! Então o que vão querer para hoje?

Expliquei para ele como e aonde eu queria descer, e logo ele providenciou tudo rapidamente, pois já estava agendado há alguns dias. Mesmo Bela estando meio com medo, ela não deixou transparecer nada, foi na cara e na coragem. Subimos na montanha mais alta que tem nas redondezas, e eu estava nervoso. Não pelo salto, pois já havia feito isso muitas vezes, mas sim por querer que tudo acontecesse perfeitamente. Foram colocados todos os equipamentos de segurança, os monitores que desceriam com a gente na asa-delta passaram todas as informações necessárias e então estávamos prontos.

-Saltaremos em um intervalo de cinco minutos para evitar a possibilidade de colisão das asas do equipamento. Qual de vocês quer ser o primeiro? - pergunta o meu monitor.
-Eu vou primeiro para encorajar você amor - digo a Bela que suspira aliviada.
-Obrigada - ela sussura baixinho.

Sr. DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora