Capítulo 14

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Isabela Garcia
Eu já tinha roído todas as minhas unhas de nervosismo enquanto espera Dú e Vitor no carro. Primeiramente chegou o Vitor, trazendo nossas malas, e quando eu estava cogitando a ideia de ir atrás do Dú ele finalmente apareceu.

-Ah Dú, finalmente! - ele entrou no banco de trás do carro comigo.
-A Flávia e a Bruna me encontraram quando eu estava quase saindo...
-E o que você fez? - pergunto e Vítor coloca o carro em movimento.
-Meu velho me salvou - Dú sorri.
-Tio Roberto é demais! - comenta Vítor rindo.
-É mesmo - concordo sorrindo.
-Olha, não sei se peguei tudo. - diz Vítor se referindo as bagagens.
-Cara fica tranquilo, porque isso é o de menos - diz Dú.
-Tá certo, mas e agora o que vão fazer? Tão em cima da hora, não vão conseguir um vôo...
-Já sei, leva a gente para o centro - pede Dú.
-O que vai fazer?
-Alugar um carro - diz na maior naturalidade.
-Para que? Ta pensando em voltar pro Brasil com um carro alugado? - Victor diz ironicamente. Seria cômico, se não fosse trágico.
-Não idiota - Dú ri – vamos passar ao menos uns dois dias em algum hotel aqui, até conseguir um vôo.
-Ah sim, agora entendi.

Victor desceu com a gente no centro e entramos em um comércio de aluguel de carros. Dú, como sempre, não quis abrir mão do luxo e alugou um carrão. Eu já estava acostumando-me com seus gastos absurdos, e sua maneira de exagerar em tudo. Tudo mesmo. Depois de uma burocracia um pouco demorada, conseguimos que liberassem o carro. Era mais ou menos 17 horas, como o tempo passou rápido! Eu nem me lembrava, mas nem tínhamos almoçado. Paramos em uma franquia do MC Donald's para, segundo Dú, matar a sua vontade, e depois nos despedimos do Victor e o agradecemos por tudo que ele tinha feito pela gente.
Entramos no carro alugado, e eu já estava tranquila, adorando a ideia de curtir essa cidade linda ao lado do Dú. Mas tudo ainda estava um pouco confuso, e precisava de um esclarecimento. Porque minha sogra fez isso comigo? Estava perdida em meus pensamentos quando o Dú fala comigo.

-Sei que você está com dúvidas! - ele me olha de relance - e vou te contar tudo que eu souber. Depois de namorar com Bruna, e acontecer tudo o que aconteceu, em alguns eventos eu percebia o olhar entre ela e minha mãe, e sempre desconfiei que minha mãe apoiava que a gente ficasse junto. Mas não esperava isso... Tentar nos separar?! Foi demais pra mim! - percebi o quanto isso havia machucado ele.

Pousei uma das minhas mãos em sua perna fazendo um carinho de leve. Ele pegou minha mão, e beijou os nós dos meus dedos.

-Me perdoa por causar problemas! - digo cabisbaixa sabendo que tenho uma parcela da culpa.
-Não Bela! Você não me trás problema algum, ao contrário, só me trás amor e carinho! O problema são elas.
-E agora o que vai fazer?
-Não sei, acho que só vou me afastar. Evitar minha própria mãe vai ser difícil, mas é melhor assim.
-E seu pai amor? Ele não tem nada haver com isso.
-Meu pai eu encontrarei nas confraternizações da Bergamini, por enquanto manterei essa postura em relação à minha família. É melhor assim.

Confirmei com a cabeça e continuamos mais uns minutos de viagem em silêncio.Chegamos em uma pousada distante do centro mas que aparentava ser bem luxuosa pelo fato de um chofer vir nos atender logo que adentramos o estacionamento. O chofer estacionou o carro alugado e entramos na pousada para alugarmos um quarto. Dú alugou o quarto principal e eu o olhei reprovando-o, já que não ficaríamos mais que dois dias.

-Preciso relaxar - sussurra justificando-se com um sorriso sedutor.

Eduardo Bergamini
Minha mãe, como sempre, fazendo absurdos. Não gostaria de me afastar dela, e sei também não conseguirei me manter afastado da minha mãe para sempre, mas por enquanto é o que se deve fazer. Não queria, mas a raiva que sentia por ela era inevitável. Subimos para o quarto que aluguei e depois de um banho caímos no sono. No dia seguinte, acordar com Bela em meus braços simplesmente me maravilhava. E hoje queria que ela tivesse um dia maravilhoso, porque ontem, sem dúvidas foi demais para ela. Comecei a beijar sua testa, bochecha, boca, pescoço, ombros, e continuei, percebi que ela dava sorrisinhos.

Sr. DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora