Capítulo 6

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Isabela Garcia
Deixei Eduardo na porta do seu apartamento e notei quando ele foi em direção ao pequeno bar de mármore claro que fica no canto da sua sala. Abri mais a sua porta e adentrei em sua sala indo em sua direção.

-Não quero ser intrometida, mas você não acha que já bebeu demais? - pergunto apoiando meus dois cotovelos na pedra de mármore do bar.
-Não foi o suficiente, eu ainda estou consciente.
-Então ok - dou a volta em direção a porta de saída quando escuto sua voz grave a me chamar.
-Ei, fica aqui, cuida de mim... - pede largando o pequeno copo de bebida e olhando em meus olhos.
-Pelo visto você já está inconsciente. Toma um banho gelado e vai dormir - digo revirando os olhos.

Eduardo caminha até minha direção e pega a minha mão me puxando para o seu sofá de veludo marrom.

-Faz tempo que alguém se importou comigo - comenta se sentando na minha frente.
-Eu me importo com todos que precisam de atenção - digo dando os ombros.
-Eu só queria isso...
-O quê? - questionou perdida.
-Alguém que me desse atenção... - diz deitando a cabeça no meu colo.

Sinto seu cabelo louro macio entrar em contato com a minha pele, e sinto um arrepio na base da coluna quando ele coloca mão embaixo da sua cabeça e sua pele entra em contato com minhas coxas gélidas.

-Eduardo dá licença - peço tentando me levantar do sofá e tirar sua cabeça do meu colo, mas as suas fortes mãos prendem minha cintura no sofá.
-Não vá... - suplica baixinho - não quero ligar para o meu amigo vir cuidar de mim de novo.
-Então deveria agir como um adulto. Adultos não precisam de babás - comento um tanto irritada.

Confesso que fiquei frustrada ao ouvir o que disse. No fundo do meu ser idiota eu esperava que ele dissesse algo mais romântico, do tipo: "Não vá, fica comigo... me apaixonei por você desde a primeira vez que te vi!". Como eu tenho sérios problemas mentais! Eu nem sou apaixonada por ele e estou aqui imaginando ele se declarando.

Eduardo não rebate o meu comentário, muito pelo contrário, entra em um sono profundo deitado em meu colo. Ele nem se mexia, e por um momento cogitei a ideia de ele ter entrado em coma alcoólico, já que nem o leve ressonar eu escutava, mas ao ver que suas pulsações estavam normais constatei que era coisa da minha cabeça. Movimentei-me cuidadosamente até conseguir ficar de pé e deixar sua cabeça na almofada do sofá, saí do seu apartamento encostando a porta e indo em direção ao meu doce lar. Nossa, como eu precisava do conforto da minha cama para passar as próximas doze horas dormindo!

(...)

Acordo com a insistente campainha do meu apartamento que toca sem cessar. Oh droga! Quem ousa me interromper do meu sono de beleza? Caminho com os olhos meio fechados em direção à porta, e nem olho no olho mágico antes de abrir uma fresta da porta para ver quem é.

-Bom dia vizinha! - cumprimeta-me um Eduardo alegre, completamente diferente do Eduardo que conheci ontem - acho que te devo um pedido de desculpas né? - pergunta tentando entrar enquanto eu bloqueio a sua passagem.
-Ei, vamos com calma, eu acabei de acordar - confesso abrindo a porta para que ele entre - agora demoro um pouco para pegar no tranco.
-É notório que você está meio abobalhada - diz rindo e caminhando em direção a minha cozinha.

Sigo seus passos enquanto reparo em sua roupa e aprecio o cheiro do seu perfume que se espalha por todo o meu apartamento. Só quando ele coloca duas sacolas que mesa que eu percebo que ele carregava algo, acho que já está na hora de eu acordar. Esfrego meus olhos e tento dar um nó no meu cabelo que mais parece um ninho de mafagafos.

-As xícaras ficam no armário de vidro e os talheres na primeira gaveta branca - informo enquanto caminho em direção ao meu quarto - eu já venho.
-Pode deixar que eu me viro.

Sr. DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora