Capítulo 7

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Isabela Garcia
Trabalho o dia inteiro sem ter uma pausa nem para comer, preciso seriamente diminuir os horários na minha agenda senão vou acabar envelhecendo rápido. Saio da clínica quando o táxi que eu pedi chega, e vou direto para casa, afinal hoje ainda é segunda-feira.
Jogo minha bolsa no sofá e vou atacar a minha geladeira, parece que estou com uma Anaconda dentro de mim, comi até não aguentar mais. Quando estou em rumo à minha deliciosa cama meu celular toca.

-Alô - atendo caminhando em direção ao meu quarto.
-Estou aqui na porta - avisa minha amiga Valquíria.

Retorno para sala e destranco a porta desligando o celular.

-Oi Val - cumprimento-a com um abraço.
-Oi Belinha - ela entra em casa e joga a bolsa no sofá como eu fiz mais cedo - o que você jantou? Estou morta de fome, vim direto do trabalho.
-Não fiz comida, ataquei minha geladeira quando cheguei.
-Se me permite vou caçar alguma coisa para comer - diz indo para cozinha.
-Vai lá.

Ligo a televisão e procuro algo para assistir, acabo deixando em um programa de culinária qualquer. Val retorna à sala com um pacote de bolhacha na mão e se senta ao meu lado no sofá, colocando as pernas sobre meu colo.

-Mas então, me conta em detalhes a saída com o seu vizinho gato - tiro a atenção da televisão e olho em seus olhos.
-Digamos que foi diferente - digo rindo levemente, e então inicio minha narrativa detalhadamente sobre o último fim de semana.
-É aí que você entra! - exclama Val quando eu termino de contar a história.
-Aonde?
-Na parte de consolar o Eduardo. Aproveita que ele está com o coração partido.
-Para de ser louca Val, não quero servir de estepe para ninguém - se bem que se eu pudesse aproveitar daquele corpinho seria uma troca justa. Meu Deus, desde quando eu estou com essa mente poluída?!
-Não é estepe sua bobinha, é salvação - faço uma cara de quem não entendeu nada então ela explica - você seria a salvação dele, faria ele esquecer essa tal de Bruna.
-Val, eu não vou forçar as coisas. Se acontecer, bem, senão, bom também.
-Será que não tem como a gente ver ele? Queria ver se ele é tudo isso que você falou.
-Ele mora nesse andar, e como só tem o meu e o apartamento dele aqui, se ouvirmos algum barulho é ele.
-Então vamos ficar à espreita, desliga essa televisão.

Caio na gargalhada com a nossa infantilidade, mas desligo a televisão mesmo assim. Ficamos uns cinco minutos em silêncio até que a Val não aguentou e começou a falar, eu já imaginava que ela não aguentaria, minha amiga é uma verdadeira matraca.

-Depois você me leva em casa?
-Meu carro deu problema, inclusive preciso pedir o numero de um mecânico domiciliar para o Eduardo.
-Então vamos lá no apartamento dele! - exclama animada se levantando do sofá.

Logo que ela termina de falar escutamos um barulho no corredor, levanto do sofá um em pulo e abro a porta. Vejo Eduardo recolhendo algumas pastas e papeis do chão e colocando dentro de uma caixa de papelão. Ele está engravatado como o vi hoje cedo, continua um pedaço de mal caminho.

-Acho que fiz barulho demais - ri levantando com a caixa na mão.
-Na verdade eu que estava indo até o seu apartamento - ele me olha com uma das sobrancelhas arqueadas, com um cara de safado - não é nada disso que você está pensando - sorrio sem graça e olho para dentro do meu apartamento e vejo uma Valquíria cochichando para que eu 'me atire' nele.
-Então no que eu posso ser útil? - ele me pergunta.

Oh céus! Você pode ser útil em tantas coisas que eu nem te conto!

-Na verdade queria o número do mecânico domiciliar - explico melhor.
-Se quiser eu mesmo o chamo, pois como faz tempo que eu e ele nos conhecemos ele pode abrir uma exceção para emergências.
-Se puder fazer esse favor para mim e depois eu acerto com você, mas eu realmente preciso com urgência arrumar meu carro, pois depender de táxi todos os dias não dá.
-Eu vejo para você, só me dá o seu celular - ele destranca a porta do apartamento e coloca a caixa no chão.

Sr. DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora