Capítulo 12

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Isabela Garcia
Acordamos pela manhã de sábado com o solzinho ardido do interior.

-Que calor! - Dú reclama me abraçando.
-Então para de me abraçar - brinco dando-lhe um selinho.
-Não consigo amor, impossível ficar longe de você!
-Que namorado fofo que eu arrumei...
-Fofo não amor, fofo é gay - ele diz sorrindo.
-Fofo, fofo, fofo!
-Querendo me irritar né? Até merece um castigo!
-Aé? Essa é a hora que eu saio de fininho - levanto da cama correndo e saio do quarto.

Antes que eu consiga descer as escadas Dú me alcança e me agarra.

-Sua terrível, fugindo do namorado, é?!
-Dú, me solta... - digo morrendo de rir.
-Só se você falar que eu sou lindo.
-Você é lindo.
-E que você me ama.
-Eu te amo - mesmo sendo uma brincadeira, é a primeira vez que eu digo que eu amo o Dú e isso não se passa despercebido por mim.
-E que eu sou o melhor namorado do mundo.
-Você é o melhor namorado do mundo.
-E que... - eu corto ele.
-Chega Dú! Já falei tudo.
-Agora quero um beijo.
-Opa, opa, opa, estava tudo muito lindo, tudo muito bom, mas não quero ver minha menininha beijando um marmanjo - ouvimos a voz do meu pai, e então vejo ele escorado na porta do seu quarto olhando para gente com um sorriso estampado no rosto.
-Pai! Você estava nos espiando?!
-Aconteceu minha filha - ele sorri ainda mais - vamos tomar café?
-Eu vou me trocar antes - Dú sussurra tímido, e aí me lembro que ainda estávamos de pijama.
-Que isso Edu, você já é da família! Aqui no interior a gente só tira o pijama depois do café.
-Sendo assim...

Descemos e encontramos a mesa recheada de coisas gostosas. Minha mãe como sempre, acorda com as galinhas. Tomamos um café reforçado e super divertido, enquanto meu pai pensava no que faríamos hoje.

-Você gosta de pescar? - pergunta ao Dú.
-Muito, quando eu era pequeno eu e meu pai pescavamos juntos.
-Então podemos ir no Recanto Esmeralda, lá tem um monte de coisas, inclusive pesqueiro.
-Oba! Super apoio - digo sorrinde.

O Recanto Esmeralda me lembra a minha infância, passei muitos finais de semanas com os meus pais lá. Sinto falta desses momentos tão íntimos.

-Então teremos que ir logo, hoje é sábado e lá enche de gente - avisa minha mãe.
-Então vamos logo! - levanto da mesa ansiosa.

Ajudo minha mãe a arrumar as coisas do café, e depois me arrumo rapidamente. Pego uma bolsa grande e começo a separar algumas coisas para levar. No Recanto tem piscina, passeio a cavalo, trilha, tirolesa, e um monte de outras atividades interessantes.

-Dú, quer que eu leve alguma coisa para você?
-Minha carteira, uma sunga e uma troca de roupa - ele me entrega as coisas e logo estamos prontos.

Saímos de casa no carro dos meus pais, e em quinze minutos chegamos ao Recanto que estava vazio. Agradeço mentalmente por isso, pois não seria legal passar esse dia de calor infernal no meio de um batalhão.

-O que vamos fazer primeiro? - pergunto ansiosa.
-Vamos apresentar o Recanto ao Edu, está muito sol para pescar agora - meu pai diz.

Entramos no Recanto e fomos caminhando pelo local. Conversa vai, conversa vem, e acabamos parando na área de passeio à cavalo. Acabamos optando por ir, exceto minha mãe que morre de medo. O passeio funciona assim: o local possui uma vasta área de grama verdinha, com algumas colinhas baixas, e alguns lugares planos. Você paga pelo tempo que ficar andando, pegamos apenas meia hora, pois tínhamos muitas atividades para fazer. Meu pai montou no cavalo e saiu cavalgando lá pra longe, ele adora esses momentos pois lembra da infância que teve na fazenda. Já eu e Dú fomos cavalgando lentamente e conversando.

-Lindo o lugar, né? - pergunto olhando o horizonte.
-Demais! Adorei essa cidade amor - ele olha para mim de relance - e adorei seus pais também.
-Que bom, eles também te adoraram.
-Teremos que ir embora amanhã... Nosso vôo está marcado para segunda as dez da manhã no aeroporto internacional em São Paulo.
-Cada hora que passa eu fico mais nervosa, o que será que sua família pensará de mim?
-Viu só?! Por isso que eu estava nervoso antes de encontrar os seus pais.
-Mas é diferente Dú, é impossível não gostar de você.
-Ah amor, você não vale! Você me ama, então não conta - diz todo convencido.
-Seu bobo! Mas é sério, estou com medo.
-Fica tranquila meu amor. Eu estarei com você. Mesmo que eles não gostem de você, eu gosto, e isso é o que importa. Ninguém vai mudar o que eu acho sobre você.
-Eu acredito em você.
-Faz muito bem. Também, maravilhoso como eu sou, nem haveria motivos para desconfiar de mim - ele ri.
-Mas eu posso com tanto orgulho?!
-Comigo você pode querida.

Sr. DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora