A morte convida para dançar

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De mãos  dadas caminhávamos  sobre a  areia branca, o vento morno beijando nossos cabelos e o sol dourando nossa pele, esses momentos passados com ela era divino, me fazia acreditar que existia um Deus  é que ele me amava .Então o sol  sumiu, a areia fugiu aos meus pés, e ela tão bela se desintegrou na minha frente e eu me vi sozinho no meu quarto,imóvel sobre a cama, inútil, tudo não passou de sonho e essa constatação causou me tamanha dor que achei que morreria naquele instante  e por incrível que pareça eu queria que  ocorresse.  Queria que essa dor parasse mas ela não parava, continuava enraizada no meu interior  e quando não era à dor era o vazio que assolava cada recanto da minha alma, me fazendo questionar se estava vivo ou morto,entre o sentir e o não sentir eu preferia sentir mesmo que isso significasse mais dor,ultimamente tudo que eu conhecia era :dor, dor,dor. ...
Estendi a mão até  o criado mudo e peguei o copo com água que minha mãe sempre deixava para mim, o vidro reluzia a luz da lua e um pensamento obscuro infiltrou na minha mente, tomei suavemente cada gole e então quando vazio eu bati o copo na cabeceira da cama quebrando -o em mil pedaços. Peguei um caco de vidro maior e o levantei no ar, ele brilhava, tão convidativo, tão insinuante a luz da lua que irradiava uma luz nostálgica no meu quarto como se advinhasse meus pensamentos.
Primeiro eu cravei com força o caco de vidro no pulso esquerdo mordendo os lábios para não gritar repetindo o procedimento no outro pulso .Meu sangue escorria por meu pulso   como  água  manchando o lençol branco de minha cama  e eu sentia um prazer doentio nisso  ,ao passo que meus batimentos cardíacos diminuía eu sentia uma aura de paz me invadir, uma leveza dominar meu corpo ,e então suave como a noite as escuridão me dominarem.








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