Capítulo 7

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Precisava arrumar um jeito de me aproximar da advogada, um que não inclua ter que bater em alguém no processo. Ao sair da sala de Justice fiquei um tempo no corredor apenas pensando no que eu iria fazer, como eu iria conquista-la sem agir de forma irracional, se tinha uma coisa que me assustava nesse momento era fazer com que ela tivesse medo de mim. Em meio a pensamentos perturbados eu decidi descer e sair dali, talvez tenha alguma ideia enquanto luto contra alguns dos espécies em treinamento.

Ao chegar no Lobby consigo sentir um pouco do seu cheiro, um leve rastro quase imperceptível mas, como ele estava impregnado em minha memória seria quase impossível deixar passar despercebido. Em meio à alguns espécies eu pude vê-la sentada conversando no celular, parecia preocupada. Jericho estava sentado a sua frente e ficava encarando a pequena humana de cabelos cor de Rosa, minha humana.

Quando ela notou minha presença e seus olhos se chocaram com os meus não consegui ficar parado no lugar, eu precisava ir até ela e dizer alguma coisa. Mas junto com seu cheiro doce que eu ainda estou tentando decifrar com o que se parece vinha um cheiro metálico que eu conhecia muito bem, sangue. Jericho machucou minha humana, por mais que eu tentasse me segurar não iria conseguir com esse pensamento.

Antes de chegar até os dois ele veio ao meu encontro, ótimo, eu o arrastaria daqui e bateria nele até que minha raiva passasse. Seu ombro se chocou com o meu de propósito, ele parecia adivinhar o que eu estava prestes a fazer.

- Ela está naqueles dias de fêmea. - ele murmurou antes que eu perdesse totalmente o controle. Relaxei o corpo e olhei para ela, seu corpo estava em sinal de alerta.

- Então você não a machucou. - me afastei dele e o encarei, a maioria das fêmeas também tem medo dele, acham que ele pode machuca-las.

- Não sou maluco em colocar as mãos em uma fêmea, ainda mais uma humana quebravel. Brass me disse que estava de olho na fêmea, pediu que eu não lhe deixasse chegar perto dela. - aquele canino miserável! Bufei passando a mão no cabelo, era só isso que eu precisava no momento.

- Brass não consegue manter-se quieto longe das fêmeas dos outros? Eu já disse a ele e agora irei lhe dizer, Jericho. Fique longe dela, a fêmea é minha. - ele olhou de soslaio para ela que tentava descobrir o que estava acontecendo.

- Certo, digamos que ela seja, já disse isso a ela? - isso era apenas um mero detalhe que eu estava tentando arrumar. Neguei.

- Ainda não, estou esperando o momento certo. - ele assentiu tirando do bolso chaves de um carrinho de golfe e me entregando.

- Então pode me fazer um favor enquanto espera? A Senhorita D'Green precisa ir para a casa onde está hospedada e eu preciso conversar com Justice. - arqueou a sobrancelha para mim, era a minha chance de ficar perto dela e poder finalmente conversar.

- Posso fazer isso mas, preciso ir no carro de golfe? - era extremamente desconfortável para mim, precisava de algo maior.

- Tem um Jeep estacionado do outro lado, pega as chaves na recepção. - assenti, ele bateu com a mão em meu ombro e se afastou. Respirei fundo sentindo o cheiro dela me inundar e dessa vez me aproximei devagar.

Ela brincava com os dedos sobre seu colo, estava com as pernas cruzadas e balançava o pé sem parar. Era engraçado ficar lhe observando, tinha manias estranhas de fica passando os dedos nos anéis dourados.

- Senhorita D'Green?  - Ela levantou o olhar cinza para mim, os lábios finos e delicados levemente entreabertos, suas bochechas tomaram uma coloração rosada e eu me vi imaginando como seria deixar todo o seu corpo naquela mesma tonalidade.

- Sim? - ela por fim respondeu, parecia tomar fôlego para falar como se aquilo fosse estremamente difícil.

- Vou leva-la para casa, pode vir comigo? - ela assentiu de imediato e se pôs de pé, parou alguns minutos enquanto olhava algo em sua saia, colocou a bolsa nos ombros e me seguiu até a recepção.

Assim que peguei a chave do carro segui em direção ao Jeep Preto estacionado, ela me seguia devagar, até entendo o motivo. A advogada tinha pernas pequenas e grossas, pés pequenos e usava saltos finos demais, seus passos eram curtos e exigiam muito equilíbrio de sua parte.

Destravado o carro e esperei que ela entrasse, a dificuldade foi grande por causa da saia, o carro era alto demais para ela esticar as pernas. Reclamou inúmeras vezes do salto e da saia apertada, acabou por fazer algo que eu não esperava. Ela levantou a saia até o meio da coxa e subiu sem muito esforço, aquele simples gesto me deixou duro, ela tinha mesmo que levantar a saia? Outros machos poderiam ter visto e isso com certeza não seria bom, eu iria mandar a maioria para o hospital.

Por fim eu entrei e liguei o carro nos tirando do estacionamento, ela estava nervosa, será que é por minha causa?

- Como você se chama? - ela perguntou brincando novamente com os seus dedos finos e rosados.

- Gross... e você?  - Foi um bom começo, ao menos ela não saiu correndo, vi quando ela apertou as pernas e desviou o olhar para a janela.

- Rory. Na verdade meu nome é Aurora mas, só o meu pai me chama assim. Então, eu prefiro que me chamem de Rory. - falou rápido sorrindo em meio as palavras, o cheiro do seu nervosismo incomodou meu nariz mas, vê-la sorrindo assim tão perto de mim foi incrível.

- Aurora, é um nome bonito. - seu sorriso desapareceu, um olhar de tristeza tomou seu rosto e ela novamente desviou o olhar para a janela. Droga, eu estava estragando tudo. - Lhe ofendi?

- Não, é que esse era o nome da minha mãe. Ele é realmente bonito. - a lembrança não parecia boa, eu tinha falado algo que não a agradou.

Quando parei em frente a sua casa em estragou o cinto e sorrio forçado para mim. O que será que a incomodou? Abriu a porta e após descer praticamente correu para dentro de casa.

Gross - Novas Espécies [L9]Onde histórias criam vida. Descubra agora