Quando Jessie terminou d ele contar tudo que eu tinha aprontado fiquei sem saber onde fiar minha cara, não acredito que fiquei virei uma puta enquanto estava bêbada. Ai que ódio. E o que será que disse ao Gross? Será que maagoei ele? Provavelmente já que acordei sozinha. Respirei fundo tentando me controlar, agora já era, não tinha mais jeito, o que fiz já foi. Decidi me vestir e ir ao escritório, se ficasse aqui provavelmente iria me martiriza o dia todo. Tomei outro banho e sequei os cabelos com o ecador, fiz cachos com a chapinha e coloquei um vestido azul Royal tubinho, ele tinha uma abertura lateral um pouco vulgar mas era ele ou o meu vestido de onça. Calcei sapatos brancos com fivelas douradas e coloquei uma maquiagem bem básica destacando apenas a boca com um tom mais escuro de Rosa nude.
Depois de caçar tudo que deveria estar dentro da pasta e estranhamente não estava eu finalmente desci os degraus em direção a porta. Não me lembrava de ter tira do as coisas da minha bolsa mas isso pouco importava. Snow me levou até o grande prédio e eu pedi que ele não subisse comigo, depois de alguns minutos no elevador eu já estava em minha sala. Coloquei a pasta sobrea mesa e tirei de lá os arquivos do caso de Carlos para continuar estudando, espalhei alguns rascunhos pela mesa e comecei a fazer outros.
Fazia algumas horas que eu estava trancada na sala, o silêncio absoluto do lugar deixava min na respiração audível, parecia que eh estava em uma espécie de cela. Movimente o pescoço duas vezes e os ossos estalaram mostrando minha exaustão. Como o lugar estava mergulhado no silêncio o barulho de batidas na porta me assustou, não fazia ideia de quem era e hesitei, se fosse a Jessie já teria entrado. Bateram novamente me tirando dos pensamentos e eu murmurei um baixo "entre". A maçaneta girou e ao empurrar a porta pude ver alguém que eu não esperava, Gross.
O enorme felino passou cautelosamente pela porta e a trancou, exatamente ele trancou a porta. Meu coração começou a palpitar como um tambor desenfreado, porque ele trancou a porta? Seu olhar me analisava com cuidado, e o peso daqueles olhos sobre mim estava me deixando quente, engoli as palavras que queriam sair, não podia quebrar esse silêncio, essa tensão sobre nós dois. Parado no meio da sala ele parecia um predador, seus cabelos castanhos sobre os ombros desenhavam seu rosto de um jeito sensual, aquela mistura de sexy e perigo estava tirando meu ar aos poucos. Sem conseguir entender o motivo da sua visita inesperada eu me levantei da cadeira e contornei a mesa, seu olhar vago por todo o meu corpo como se estivesse me despindo.
- Gross... - minha voz saiu como um sussurro, eu não tive forças para formular uma frase ou aumentar o tom. O jeito como eu falei parecia ter lhe afetado de alguma maneira, seu peito subia e descia pesadamente, os punhos cerrados ao lado do corpo... perigosamente sexy. - O... O que veio fazer aqui?
Ele me olhou rápido, como se tivesse acabado de sair de um transe.
- Conversar com você. - será que foi pelo que eu fiz ontem? Merda. Mordo meu lábio inferior e assenti me encostando na mesa pesada. - O que você me disse ontem...
- O que eu te disse ontem? - o que eu falei para ele? - Olha, eu estava bêbada, tudo que eu falei ontem foi só coisas do momento.
- Não foi. Primeiro você está certa, eu não deveria ter tocado Kit daquela forma. Eu achei que nunca teria você em meus braços novamente, estava frustrado, cansado de sempre perder aquilo que Eu quero. - ele suspirou, seu ombros caíram quando seu olhar voltou a focar em mim. - Mas eu quero você e não vou mais deixar que ninguém me impressa de te ter.
- Eu entendo você. - Eu sabia o que era perder coisas, principalmente o que você tanto quer. Respirei fundo e sorri para ele, ao menos minha loucura serviu para alguma coisa.
- Ontem você me falou sobre sua mãe... - Meu corpo inteiro travou quando ele disse aquilo. - Disse que ela era doente, uma sociopata. E depois disse que você também está doente, o quis dizer?
O tremor tomou conta do meu corpo inteiro, eu tinha falado demais enquanto estava bêbada. As lembranças que restaram dos surtos da minha mãe estavam presentes e clara no momento, passando em minha frente como se eu vivesse tudo novamente.
- Rory, eu preciso saber para que eu possa te ajudar... - ele se aproximou, dei um passo para trás. Ele não podia saber, ninguém podia saber. Abri um pequeno sorriso forçado.
- Eu só falei aquilo para chamar sua atenção, não tem nada de errado comigo, Gross. Eu só estava bêbada. - dei de ombros, ele não pareceu convencido, na verdade nem eu estava.
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Gross - Novas Espécies [L9]
FanfictionLivro 8 Zona oito. Tempestuoso e bruto, criado para matar ele nem imaginava que a liberdade que tanto almejava seria tão vazia quanto sua antiga "casa". Aos poucos viu seus irmãos sendo resgatados e aceitou ajuda-los a se adaptar na Zona Selvagem...