Estávamos quase chegando ao salão principal, onde fica a porta de saída, um suspiro de alívio saiu ruidoso pela minha boca. Tínhamos conseguido, finalmente tranferir o caso para Homeland, isso era um progresso e tanto. Tenho que lembrar de tentar contactar Charlotte quando chegar, ela vai querer saber que tudo o que fez foi de grande valia. Lotte era uma mulher incrível, uma detetive fantástica e eu tinha sorte de ser sua amiga. Na verdade eu tinha sorte de muitas coisas na minha vida, a grande maioria delas de ter achado pessoas realmente especiais para fixar ao meu lado e desfrutar da vida, independente se o que ela traga seja amargo ou doce. Mas acima disso, por ter achado Gross, sem ele com certeza eu teria feito algo imprudente. Estava distraída em meus pensamentos quando meu olhar rapidamente se foca na ruiva a minha frente, Ella apertou o comunicador contra o ouvido e estancou no lugar, me impediu de prosseguir esticando o braço em minha frente. Faltava pouco para estarmos livres, o que tinha acontecido? O cabelo alaranjado dela me impedia de ver suas feições, o medo me tomou novamente. Será que Gross tinha se machucado? Eles teriam atacado os espécies? Minha cabeça girou rapidamente com todas as probabilidades.
— Rory, eu acho que esqueci meu celular na sala do juíz. – ela sorriu pra mim, de um jeito estranhamente sapeca e descontraído. Fechei os olhos com força, precisava mesmo fazer tanto alarme?
— Como você consegue não perceber a falta do celular? – ela deu de ombros, não parecia realmente preocupada com o celular, apenas feliz por lembrar que não estava com ele a tempo de recupera-lo. Revirei os olhos com suas feições de criança quando apronta.
— Pode pegar para mim? Eu acho que o juíz não vai me deixar entrar novamente. – ela fez uma careta apontando para o corredor atrás de mim, bufei, teria que encarar-lhe de novo. Talvez eu diga uma boas verdades a ele já que não irei mais ser advogada do caso.
— Como se você precisasse de autorização para fazer alguma coisa. – suspirei.– Tudo bem, eu pego.
Dei as costas a ela e segui novamente para a sala do juíz. A cada passo eu soltava uma maldição, não queria olhar para ele novamente, com toda certeza diria umas boas palavras. A raiva já estava fervendo meu corpo e eu sabia que estava extremamente vermelha. Quando segurei na maçaneta e girei pude ver que a sala estava vazia, as cadeiras permaneciam desajeitadas da mesma forma que as deixamos, a pasta dos meus exames ainda estava sobre a mesa impecavelmente arrumada, mas não tinha nenhum vestígio de celular lá dentro, olhei no chão, nas cadeiras e na mesa, nada do celular. Mas que descarada! Ella mentiu para mim, na cara dura! Me virei para sair de perto da sala e confronta-la, tiraria a limpo essa mentira sem fundamento. Quando dei as costas para a sala e estava prestes a fechar a porta um vulto laranja me empurrou para dentro. Seu ombro bateu contra o meu busto e sua perna se entrelaçou no meio das minhas, como estava de salto fiquei totalmente sem ter controle do meu corpo eu acabei caindo sentada no chão, demorou mas o torpor finalmente passou, levantei e forcei a maçaneta, estava trancada.
— Ella! Abra essa porta! Isso não tem graça! Abra agora ou vou gritar! – esmurrei a madeira resistente, o silêncio do outro lado me deixou apavorada. Porque Ella me atacaria? Estaria ela trabalhando para Carlos? Isso não podia ser possível. Podia? – Ella! Abra isso, eu juro que não conto para ninguém, mas abra por favor! Não seja idiota, o Gross vai perceber que eu sumi!
A sala estava abafada, trancada e nenhum ruído era ouvido, eu tinha cansado de gritar e esmurrar, não fazia sentido gastar tanta energia. Se ela ainda estivesse lá fora, simplesmente me ignorou. O que será que ela fez com os espécies? Com meu Gross? A angustia me abateu. Eu estava presa e embalada para presente. O terror de pensar o que Carlos faria comigo fez meu corpo tremer. Peguei meu celular e vi que o sinal estava bloqueado, não tinha internet e impossibilitada de fazer ligações, ele pensou em tudo, bloqueando qualquer sinal não tinha como chamar reforço, não tinha como ninguém saber o que estava acontecendo aqui dentro. Algumas lágrimas molharam o meu rosto, não acreditava que isso realmente tinha acontecido... Depois de tanto que lutei para conseguir ganhar esse julgamento, simplesmente acabar dessa forma.
Um impacto contra a porta a dez tremer, meu corpo congelou sobre a cadeira que eu tinha me sentado. Outro impacto, não conseguia ouvir qualquer coisa que se falava do lado de fora. Seria os assassinos de Carlos? Mais um impacto, dessa vez bem mais forte, as dobradiças racharam com o peso. O último impacto arrancou a porta a quebrando ao meio, uma parte ficou pendurada por apenas uma dobradiça inteira. Gross e Mixed que tinham arrombado a porta grossa e pesada, eles estavam ofegantes, provavelmente usaram toda a sua força para isso.
— Rory... – a voz de Gross me despertou do pequeno susto que tive ao ver a porta se quebrar.
— Foi a Ella, ela me trancou aqui dentro... –
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Gross - Novas Espécies [L9]
FanficLivro 8 Zona oito. Tempestuoso e bruto, criado para matar ele nem imaginava que a liberdade que tanto almejava seria tão vazia quanto sua antiga "casa". Aos poucos viu seus irmãos sendo resgatados e aceitou ajuda-los a se adaptar na Zona Selvagem...