— Mixed, eu não vou poder ir. Rory Não está bem e tudo que eu quero é ficar ao seu lado... Vou cuidar dela... Ela acordou, preciso desligar... – acordei escutando a ligação de Gross, ao notar meu olhar em suas costas ele se virou para mim. Seus olhos laranja em contraste com o brilho que entrava pela janela se tornava labareda, era uma bela visão para uma bela manhã. – Como se sente?
— Cansada mas, bem melhor do que ontem. – forcei um sorriso casto, os dedos calejados de Gross desenharam minhas bochechas e meus lábios lentamente, esquentando a minha pele. Sua expressão era suave porém, concentrada. Me senti uma pequena boneca de porcelana.
— Fico feliz que esteja bem. – ele olhou no relógio do celular e franziu a testa. – Vou preparar algo para você comer, falta poucos minutos para tomar seu outro remédio. Trisha disse que não pode torná-lo de estômago vazio. Enquanto isso, porque não toma um banho?
— Claro, obrigada. – ficamos alguns segundos nos encarando até ele tomar um pequeno choque de realidade e sumir pela porta. Levantei devagar da cama em direção ao banheiro.
Gross já havia enchido a banheira, a água estava morna e deliciosa para um bom banho. Retirei as roupas do corpo e logo me deitei, meu corpo relaxou tão rápido ali que quase durmo novamente, sabia que isso era um efeito dos remédios. De banho tomado e finalmente livre do ciclo de três dias muito bem monitorado pelo anticoncepcional, eu coloquei um vestido mais leve. Sabia que Gross não iria me deixar sair hoje, seu modo protetor estava ligado no centro por cento. Alguns minutos depois de terminar de escovar meus cabelos ele entrou, dessa vez não veio com uma bandeja, seu olhar desenhou meu corpo como se estivesse me despindo, depois parou em meu rosto.
— Vamos? – segurei em sua mão estendida e ele me guiou para a cozinha, onde um tinha um bom café da manhã com direito a waffles e muito bacon.
Sentei em um dos bancos com certa dificuldade de um ser bem menor do que esses grandalhões, com o olhar dele sobre mim comecei a me servir do que gostava, assim que terminei ele tratou de por seu prato. O silêncio pairou sobre nós enquanto comíamos, sabía que ele estava me olhando mesmo assim decidi não fazer nenhum comentário até... Meu prato estava quase limpo e de repente Gross coloca outro waffle nele, encaro o alimento e depois o felino a minha frente.
— Coma, precisa ficar forte. – ia contestar mas, sua sobrancelha arqueada deixou bem nítido que não adiantaria. Soltei o ar com força e comi o que ele tinha posto em meu prato.
— Satisfeito? – ele sorriu lateralmente mostrando suas presas afiadas, aquilo foi fofo e sexy. Gross me entregou o remédio e eu logo o engoli sem reclamar, porque dialogar com esse macho não adianta de muita coisa.
— Agora estou. O que quer fazer? – olhei para todos os cantos da casa e vi minha bolsa caída próximo a porta.
— Preciso fazer os relatórios das provas que a Lotte me entregou... Então vou trabalhar o resto da manhã. Pode ir fazer o que você quiser. – dei de ombros e desci do banco. Peguei a bolsa que estava no chão e sob o olhar de Gross, subi as escadas em direção ao meu quarto.
— Vou estar aqui em baixo. – ele anunciou.
Me deitei na cama junto do notebook e alguns papéis, um livro de direito penal e uma cópia das leis de Homeland. Vez ou outra o felino subia as escadas sorrateiramente e me espiava para ter certeza que eu não pulei a janela. Perdi toda a manhã naqueles relatórios, precisava ser convincente, assim o juiz não teria outra escolha. Enquanto digitava as últimas linhas senti o sono me vencendo, devagar e me deixando lenta, estava exausta.
[•••]
Acordei coberta pelo lençol grosso, meu notebook e os papéis muito bem guardados no criado mudo, sabia que não tinha sido eu porque nem em um milhão de anos organizaria os papéis bem alinhados e colocaria o notebook por cima. A porta do banheiro se abriu e eu rapidamente fui puxada pela curiosidade, Gross passou por ela. Estava usando apenas uma toalha presa na cintura, seus músculos e as tatuagens estavam a mostra e reluzindo por causa do banho recém tomado, os cabelos castanhos molhados faziam com que a água escorresse pelo seu peito musculoso. A visão deixou minha boca terrivelmente seca. Porcaria de abstinência! Ele é um pecado de macho. E ficamos assim, nos encarando por um curto espaço de tempo, seu olhar faminto me fisgou encarando uma pequena elevação que apenas aumentava em sua toalha, tenho certeza que minha calcinha já não serve mais para o uso.
— Rory... – um rosnado rouco saiu de seu peito ao falar meu nome, nunca fiquei tão excitada apenas por ouvir meu nome.
Ele deu alguns passos a frente, estava vindo em minha direção, minha respiração ficou mais forte quando a distância entre nós começou a diminuir consideravelmente. E então acontece o que eu menos esperava, Gross colocou um comprimido e um copo de água a minha frente, fechei os olhos com força e estendi as mãos tomando o copo das suas. Bebi o medicamento e o felino simplesmente saiu do quarto, meu corpo despencou no colchão e um suspiro longo correu dos meus lábios. Porque ele não me tocou?
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Gross - Novas Espécies [L9]
FanficLivro 8 Zona oito. Tempestuoso e bruto, criado para matar ele nem imaginava que a liberdade que tanto almejava seria tão vazia quanto sua antiga "casa". Aos poucos viu seus irmãos sendo resgatados e aceitou ajuda-los a se adaptar na Zona Selvagem...