Capítulo 7

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Larissa

Acordo cedo, ainda está escuro quando olho pela janela. Demorei para pegar no sono ontem a noite, que droga. Não Achei que eu teria uma noite tão ruim, numa cama tão macia.

Aquele idiota! Conseguiu estragar minha noite. Mas decidi não deixar ele estragar minha felicidade. Estou recomeçando, é a opção que tenho.

Grosso, idiota, esnobe. A última regra é ridícula! Quem namoraria um idiota daqueles?
Bom, realmente ele é lindo, seria difícil resistir a um homem como aquele, alto, muito forte, cabelo raspado estilo militar, coberto de tatuagens e com ar de perigoso. Seria difícil se ele fosse uma pessoa agradável. Como se eu quisesse o dinheiro dele!

Por um segundo quando ele entrou na sala, encontrei seus olhos verdes e perdi a noção do tempo, fiquei apenas olhando pra ele.

Quando me toquei desviei o olhar, mas foi tarde. Ele me viu olhando, percebi quando ele sorriu com o canto da boca, apenas um leve repuxar no canto dos lábios, mas eu vi. Então ele resolveu começar a me atacar, Quando levantei e encontrei seu olhar senti um choque percorrer o meu corpo.
Ele caminha com segurança, com um olhar felino. Pronto para o ataque.

Decido colocar de lado esses pensamentos. Tyler tem cara de problema, cheiro de problema, e depois de tudo que aconteceu, preciso evitar problemas.

Vou ao banheiro, lavo o rosto, escovo os dentes, Me dou conta de Que estou louca de fome. Aliás, estou sempre com fome. O tempo Que passei na rua, Me deixou algumas cicatrizes, umas físicas e outras psicológicas. Uma delas é sentir fome o tempo todo, Eu não como muito, mas estou sempre comendo. Perdi muito peso quando não tinha nada pra comer, então não me importo em engordar.

Saio do meu quarto em silêncio e vou para a cozinha. Está bem escuro, vou direto para a geladeira, tem tanta coisa pra comer, Que demoro pra escolher. Me decido pelo pão com Presunto e queijo, pego um suco pra acompanhar. Coloco tudo em cima da bancada ao lado e vou atrás de um prato. Abro o armário Que vi a Vera guardar os pratos ontem, quando escuto uma voz, Que me faz dar um pulo e olhar pra trás, pra figura alta sentado em um dos bancos na bancada.

- É no outro armário. O da esquerda. - escuto Tyler dizer.

- Meu Deus! Eu podia ter infartado seu idiota!

- Por Que? Tá fazendo algo errado?

- Não, só não tinha te visto, achei Que você não morava aqui.

- Não moro.

- Então o Que te traz aqui a essa hora? Nem amanheceu - Vejo ele dar de ombros antes de responder.

- Meu cereal acabou, a Vera sempre tem o Que Eu gosto aqui.

Sério Que um homem desse tamanho come cereal no café?

Não vou deixar de comer Por Que a companhia não é das melhores, então viro as costas pra ele, pego o prato e vou fazer meu sanduíche. Sirvo um copo do suco e sento no banco mais longe dele possível.

- Resolveu começar pela comida?

Olho pra ele sem entender. Demoro alguns segundos pra responder.

- Não entendi.

- O roubo. Resolveu começar pela comida? Veio furtivamente a cozinha...

A sim, entendi. Mas não vou cair nessa. Milhões de respostas passam pela minha cabeça, mas prefiro aquela Que ele não espera. A verdade.

- Não. Vim pela fome.

Sustento o olhar dele Por tempo suficiente para ver Que ele não esperava essa resposta mesmo. Se ele soubesse quanta verdade existe nela...

Termino de comer e vou lavar meu prato, guardo tudo, e quando estou saindo da cozinha Vejo a Vera chegando.

- Bom dia! - Ah menino! O que acabou dessa vez?

- Meu cereal. Vou hoje no mercado.

Vera da risada e concorda com a cabeça. Vou saindo de fininho da cozinha, quando um aperto forte no meu braço Me retém.

- Espera. Quero falar com você.

Tento puxar o braço, mas ele segura mais firme, meu coração acelera, não gosto de me sentir presa. Ele levanta e me arrasta com ele para longe dos ouvidos de Vera.

- Me solta- Eu digo.

- Não.

Ele Me puxa até o meu quarto, entramos e ele fecha a porta.

- Quero saber Por Que você está aqui? O Que quer do meu pai?

- Pra começar não quero nada, não pedi nada. E depois foi o teu pai Que quis Me trazer então pergunta pra ele!

- Se as coisas realmente forem assim, logo, logo te faço ir embora. Enquanto isso, não atravessa o meu caminho, porque as coisas podem ficar feias.

- Isso é uma ameaça? Não tenho medo de filinho de papai mimado! Se tu pensa que...

Antes Que Eu consiga terminar de responder, ele Me prende contra o armario. Tento Me soltar, mas ele usa o corpo pra me segurar, as mãos seguram as minhas pra baixo.

- Foi um aviso. Espero não precisar chegar a ameaça.

- Me solta!- meu coração acelera de uma forma Que chega a machucar, o desespero começa a vir, só consigo pensar que estou encurralada, tento me debater com mais força.

- O Que foi? Achei Que não tinha medo de mim...-

Tyler Me Olha e solta as minhas mãos, levanto elas e espalmo sobre o peito dele com a intenção de empurrá-lo. Mas não o faço. O corpo dele Está junto ao meu, mas não Me pressiona, eu não o empurro e nem saio dali. Ele também não.

Apenas olho minhas mãos e respiro. Tento acalmar o pânico Que estava chegando. Um minuto deve ter passado quando sinto a mão dele tocar meu pescoço, logo abaixo da orelha.

Levanto o olhar e encontro o dele, Me olhando com curiosidade. Empurro o peito sob minhas mãos, Tyler mal se mexe. Depois da um passo para trás, Me deixando livre. Parece Que a última palavra é sempre dele.

Eu ando até o outro lado do quarto, mas sinto o olhar dele nas minhas costas. - Sai daqui!

Me viro para encará-lo. Ele Olha em meus olhos e caminha para a porta.

- Isso não acabou.

Quando ele Sai, Eu preciso sentar na cama. Quase Perdi o controle. O Que foi Que aconteceu aqui? Lembro do toque dele no meu pescoço e meu coração acelera. Meu Deus! Isso não pode acontecer, ele é um Estúpido!

Deito na cama, e um pensamento ronda minha cabeça. O Que ele quis dizer, com isso não acabou?





TYLER - Livro 1 Série - Broken Ice - CONCLUÍDA-Onde histórias criam vida. Descubra agora