Capítulo 43

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Larissa

Tyler voltou. Estou furiosa com Mel por fazer isso. Ele tem me impedido de sair. Me tirou de duas festas! Como se fosse meu dono.

Eu quero esquecê-lo, só isso. Tyler quer um brinquedo para controlar, não serei isso.

Meu corpo responde imediatamente a ele. Sinto vontade de me entregar, tudo seria mais fácil. Balanço a cabeça para afastar a ideia.

Ele foi claro com o que sente, não posso ser a menininha boba.

Escuto um piano tocar. Nunca ouvi Ricardo tocar, mas sei que há um no escritório dele. Saio do quarto devagar, quando chego na porta vejo Ricardo parado no meio do cômodo, escutando a música.

Se não é ele, então quem toca é...Tyler!
Congelo onde estou, escuto o som do piano e a letra que ele canta. É triste. Por um momento esqueço que devo odiá-lo e quero entrar lá e confortá-lo.

Viro as costas rápido, Tyler está distraído, aproveito para sair.
Pego as chaves de um dos carros de Ricardo.

Desço até a garagem e entro rápido no carro. Não sei como Tyler tem descoberto todos os lugares em que estou. Então decido ir a um lugar aleatório.

Ligo para uma colega da faculdade, ela sempre tem indicações para me dar.

Coloco o endereço que ela me deu no GPS e saio.
Gosto da noite. Não tenho prazer nas festas. Nem na bebida. Quero apenas esquecer.

Esquecer de tudo que passei. Esquecer que me entreguei a ele. Que confiei nele. Esquecer que fui tola de pensar que podemos mudar alguém.

Chego no local que o GPS indica. É uma Boate grande. Nunca fui a nenhuma dessas festas sozinhas. Tomo coragem e entro.

Vou ao bar pedir um drink,meu celular toca. Ignoro as chamadas e mensagens que aparecem. Estou irritada com tudo.

As horas passam, hoje nem dancei. Observei as pessoas e tomei alguns drinks.

Penso em minha mãe. Ela estaria triste. Minha mãe nunca se abateu por pior que fosse nossa situação. Sempre a vi lutar.

Meu coração dói com a saudade dela. Se estivesse viva, ela me aconselharia, me ajudaria. Olho para o copo a minha frente e não vejo mais sentido nisso.

Sinto as lágrimas descerem pelo meu rosto. Não me sinto assim tão sozinha desde quando morava na rua.

Uma vergonha me invade. Tenho sido terrível. Com meus amigos, comigo. Minha mãe teria vergonha do que estou fazendo.

Ligo para Mel, sinto um desespero tomar conta de mim, preciso me desculpar. Chama até cair. Ligo mais uma vez, chama três vezes e cai. Ela desligou.

Mel não quer falar comigo. Fiz tudo errado.

Estou sentada sozinha, em uma festa sem amigos, sem me divertir. Perdendo minhas aulas, jogando fora a faculdade que Ricardo me ofereceu , e que foi tão sonhada por mim e por minha mãe.

Eu choro. E ninguém aqui parece perceber. As pessoas que se importam comigo não então aqui.

Vou embora. Abro espaço pelo lugar cheio. Sinto as luzes piscarem mais fortes e o lugar girar um pouco. Fico firme e vou até a rua. Só preciso de ar puro.

Chego até o carro e me encosto nele. Respiro fundo. Me sinto melhor. Entro no carro e dou a partida.

Dirijo pelas ruas vazias, está quase amanhecendo. Faço uma curva, e assim que entro na rua uma pessoa passa na faixa de segurança. Estou muito rápido não consigo parar, jogo o carro para o lado. Sinto o carro girar depois o impacto.

O sono vem, estou tão cansada. Eu quero ir pra casa, eu quero concertar tudo. Por favor. Tudo fica preto e o cansaço me leva.


TYLER - Livro 1 Série - Broken Ice - CONCLUÍDA-Onde histórias criam vida. Descubra agora