TYLER - Livro 1 Série - Broken Ice - CONCLUÍDA-

Capítulo 45

Tyler

Após 3 horas aguardando conseguimos levar Larissa para o melhor hospital da cidade.

Ela chega e vai direto para cirurgia. Mais uma batalha começa para ela. Não consigo sentar nessa maldita sala e esperar. Ando de um lado para outro.

Sento no chão. Reflito sobre como fui um idiota. Pela enésima vez prometo dar tudo que tenho, mover céus e mares para fazê-la feliz , se ela sair dessa.

Não sou íntimo de Deus. Declarei guerra e ódio a ele por toda a vida. Mas nesse momento sinto a necessidade de pedir ajuda. De implorar. Tenho apenas um pedido.

Por favor deixe ela comigo
Por favor deixe ela comigo
Por favor deixe ela comigo

Após 4 horas o médico vem conversar conosco. Levanto rápido.

- Foi uma cirurgia difícil, ela teve algumas lacerações internas, conseguimos estancar todos os sangramentos. A perfuração no abdômen atingiu o baço. Precisamos retirar parte dele. Ela teve três costelas quebradas. Nossa atenção agora é o trauma no crânio, não parece haver sangramentos. Mas vamo precisar aguardar a resposta do corpo dela agora.

- Ela está fora de  perigo?

- Não posso afirmar isso. Do ponto de vista clínico, conseguimos estabilizar todos os problemas, mas dependemos do corpo dela responder. Vamos esperar que ela acorde nas próximas 12 horas.

O Medico se despede e sai. Olho para o meu pai. Ela vai conseguir. Sei que vai lutar. Abraço meu pai.

Tento ir vê-la mas ela está na UTI, e não me deixam entrar.

O celular do meu pai toca.

- Alô?

- Sim sou eu.

- Sim o veículo é meu. Agora estou no hospital. Sim...entendo. Obrigado.

- O que foi pai?

- Estão removendo o veículo, querem alguém para ir assinar uns documentos.

- Eu vou. Avisa eles que eu vou.

Deixo meu pai no hospital, e dirijo até o endereço que passaram para ele.
Quando chego ao local vejo a movimentação de um guincho e algumas viaturas.

Meu sangue gela ao ver a cena.
As marcas no chão mostram onde ela freiou, o carro capotou, o rastro de pedaços mostra para onde.

Me aproximo do que sobrou da Amarok.
Nada. Não sobrou nada.
Não consigo imaginar como ela saiu viva dali.

Um policial se aproxima.

- Você que veio assinar?
- Sim.

Pego os papéis e vou assinando.

- Ela teve muita sorte. Soube que quando o resgate chegou ela queria levantar.

Me surpreendo com a informação.

- Meu colega estava aqui antes. Me disse que ela tentou levantar. E que repetia que precisava se desculpar e que "ele" ficaria bravo com ela.

Termino de despachar o resto do carro, e volto para o meu.
Ela queria se desculpar, talvez por isso ligou para Mel? Meu peito aquece pensando que talvez o "ele" que ficaria bravo seja eu.

Olho uma última vez para o que sobrou da caminhonete favorita do meu pai. Fecho os olhos e agradeço pelo milagre.

Volto para o hospital. Larissa não acorda nas doze horas seguintes. Nem nas próximas vinte e quatro. Nem nos dez dias seguintes.