Capítulo 1

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Acendo meu cigarro e olho para o homem em minha frente. Ele sabia que iria morrer, mas ainda procura motivos para continuar vivo. Sinto seu olhar em meus piercings mas finjo que não. Me levanto da cadeira em que estava sentada e ando em sua direção. Sorrio maldosa. Paro ao seu lado e pego uma faca em uma mesinha ao lado de sua cadeira.

- Sabe, eu não me orgulho disso... - encosto em seu ombro descoberto. Eu tinha tirado sua camisa quando chegamos no quarto. - Eu não queria ter que matar pessoas para poder conseguir um dinheiro fácil, mas eu não me importo de matar pessoas como você! Essas eu até sinto um certo... Entusiasmo!

Gargalho girando a faca em minhas mãos. Paro de rir e olho nos olhos do homem. Eu senti nojo dele no momento em que toquei em sua pele. Eu sabia de todo o seu passado e ele me dava ânsia! Ele permanece calado enquanto eu ando em volta da cadeira em que estava amarrado.

- Você não quer dizer suas últimas palavras antes de ter uma faca em sua jugular? - me agacho ficando na altura de seu rosto. Sorrio sem mostrar os dentes. Olho seu peito vendo sua respiração descompensada.

- Sim, eu quero! - levanto o olhar e sinto algo molhado em meu rosto. Fecho meus olhos e travo o maxilar.

Abro meus olhos e me levanto ficando com minha altura normal. Mostro os dentes para ele brava. Era muita coragem alguém que estava prestes a morrer cuspir em mim. Passo a língua na bochecha em uma mania. Viro de costas para ele limpando meu rosto, respiro fundo. Seguro o cabo da faca mais forte, ele não teria meu remorso e nem minha pena! Em um giro passo à lâmina da faca em sua garganta. Olho o sangue escorrendo por seu tronco nu e pingando no chão. Respiro fundo e largo à faca na mesinha.

Pego meu celular em minha calça e ligo o ecrã. Ligo para um dos capangas de Chang e peço para ele vir limpar a sujeira. Eu já tinha que caçar esses caras até o inferno, conseguir pegar eles e matar, não iria perder meu tempo limpando a bagunça que eles me faziam fazer!

Ando até o banheiro do apartamento e ligo a torneira lavando minhas mãos. Olho meu reflexo no espelho e arrumo meus cabelos. Viro meu rosto na direção da porta quando escuto batidas na porta. Saio do banheiro e pego meu moletom e minha máscara e coloco os dois para esconder minha identidade. Pego minhas armas e facas que estavam distribuídas pelo quarto e guardo em minha mochila. Batem novamente na porta. Bufo irritada.

Abro a porta e o homem dá um pulo assustado. Era legal ver o medo que eu causava neles mesmo sem eles saberem como meu rosto é. Passo por ele e dou um tapinha em seu ombro.

- Dá um jeito! - engrosso um pouco a voz para ele não me reconhecer.

Abaixo minha cabeça quando passo pelo corredor para não ser vista pelas câmeras de segurança. Mesmo que aquele lugar fosse seguro para mim ou qualquer pessoa que trabalhasse para Chang eu não quero mostrar meu rosto. Puxo o capuz cobrindo meu rosto por completo.

[...]

Desço da moto e entro na mansão do Chang. Sinto arrepios ao passar pela porta de entrada, mas continuo adentrando o lugar. Sinto o olhar de todas as pessoas presentes em mim. Vou direto para o escritório de Chang para pegar meu pagamento.

Abro a porta sem bater e vejo o homem ao qual tinha me criado bebendo e arrumando suas carreiras de cocaína. Seu olhar sobe para mim e ele sorri malicioso.

- Eu vim buscar meu dinheiro! - falo, apenas. Ele ri. Abre a gaveta de sua mesa, puxa um bolo de notas e joga em minha direção. Pego no ar e começo a contar.

- Tenho outro trabalho para você. - sinto ânsia quando escuto sua voz. Faço sinal com a cabeça para ele continuar a falar enquanto conto às notas. - Você precisa ir cobrar um homem que me deve.

- Eu não sua capacho! Eu mato pessoas e não as cobro! - levanto meu olhar do dinheiro e encaro Chang. Velho maldito! Ele gargalha.

- Querida, a partir do momento que você aceitou trabalhar comigo você virou meu capacho! - passo a língua na bochecha m sinal de irritação.

- Eu já disse: eu decido os meus trabalhos! Não vou atrás de um qualquer. - começo a andar para fora da sala.

- Você não pode mais sair da linha, Jane! Isso está me irritando com sua teimosia! CARCASS! - gelo ao ouvir o apelido de um dos capangas de Chang. Eu havia escutado muitas histórias sobre ele, e nenhuma tinha sido boa.

Em menos de dez segundos um cara alto e musculoso aparece em minha frente. Ele me olha de cima a baixo e sorri malicioso. Engulo em seco.

- Sim? - ele passa seu olhar de mim para Chang. Não me atrevo a olhar para trás para olhá-lo também, continuo olhando para o poste em minha frente. Eu sabia o que iria acontecer e pela primeira vez na vida estava com medo.

- Dê um jeito nela! - o homem pega meu braço e começa a me puxar pelo braço.

Eu não conhecia aquela parte da mansão então não iria conseguir arquitetar um plano de fuga. Gemo de dor quando ele aperta meu braços mais ainda. Tento me debater para me soltar de seu aperto, mas falho miseravelmente.

- Não é bom quando você está desse lado, não é? - ele fala com sua voz rouca e irritante aos meus ouvidos. Fico quieta.

Ele abre à porta do último quarto do corredor e me jogo para dentro. Ele entra junto e vai tirando sua camiseta. Arregalo meus olhos e vou me distanciando me encostando na parede. Meu olhos percorrem seu corpo, se fosse em outra ocasião ele seria bonito, mas agora estava assustador! Ele se aproxima de mim com um olhar sinistro no rosto.

- Eu sempre quis fazer isso, sabia? Você é muito linda para não poder ser tocada. - novamente ele me puxa pelo braço e me joga na cama. Sinto uma pequena falta de ar pela força que eu havia sido arremessada.

Olho para os lados procurando algo para que eu pudesse me defender, mas não visualizo nada de útil para ser usado. Lembro da pequena faca que eu guardava em minha bota e agradeço a qualquer ser que pudesse existir.

Sinto seu corpo em cima do meu, começo a me debater embaixo de seu corpo pesado tentando sair, mas é inútil. Sinto sua boca de encontro com meu pescoço e suas mãos percorrendo meu corpo. Viro meu rosto para ele não conseguir me beijar. Pequenas lágrimas escorriam por meu rosto. Tento alcançar minha faca, mas ele prende meus braços acima da cabeça.

Se eu quisesse fugir eu precisaria entrar no jogo dele.Viro meu rosto para ele novamente, mesmo que eu sentisse ânsia de vômito. Olho no fundo dos seus olhos e sinto seus braços vacilarem. Com essa chance troco de lugar ficando por cima de sua cintura. Ele arregala seus olhos em um misto de surpresa e excitação. Passo minhas mãos por seu tronco nu para não demostrar minha intenção. Sem que ele note levo minha mão direita até minha bota e pego minha faca que estava escondida para casos parecidos com esse. Sinto sua mão ir de encontro com minha cintura e escuto um gemido. Faço uma careta com nojo.

- Pena que depois disso eu vou precisar te matar... - olho seu rosto com uma expressão pacífica. Seus olhos estavam fechados e sua boca meio aberta.

- Eu não digo o mesmo. - ele abre os olhos apenas a tempo de ver eu cravando minha faca em sua jugular. Ele tira suas mãos de minha cintura e leva as duas até sua garganta tentando parar o sangue. Me levanto de cima de seu corpo. Escuto ele engasgar com o próprio sangue e quase sorrio.

Lembra quando eu disse que não me orgulhava disso? Bom, eu não me orgulho, mas não quer dizer que eu não goste. Porque eu gosto, e muito!

INFILTRATED - Jenkook. Onde histórias criam vida. Descubra agora