Capitulo 31.

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Me certifico mais uma vez de que todos já estivessem dormindo. Pelo menos era o que parecia...

Me abaixo, ficando de joelhos e me estico para poder pegar os papéis que eu havia colocado embaixo da cama no momento em que Yoongi havia entrado no quarto quando Rosé estava aqui.

Me sento na cama e começo a olhar os papéis detalhadamente.

Meus olhos se fixam no nome de Chang assim que novamente a cópia daquela certidão de nascimento está em minhas mãos.

Respiro fundo.

Ali não tinha nada de novo, apenas coisas que eu já tinha consciência, ou que eu imagina ter... Assim que meus olhos se fixam em uma foto meus olhos se arregalam e meu corpo parece perder as forças. Todo o ar que eu tinha sai de uma forma sôfrega de meus pulmões e sinto minha visão dar uma leve embaçada.
Em minha frente tinham cinco fotos do que pareciam ser dias e lugares diferentes... Em uma das fotos tinham quatro pessoas e isso é o que mais me deixa assustada!

Passo meu dedo indicador no rosto sorridente de minha mãe. Era ela, eu tinha certeza!

Meus olhos se enchem de lágrimas e meus olhos descem mais um pouco parando em duas crianças, uma ao lado da outra. Eu...

E Jungkook. E ao lado de minha mãe também com um grande sorriso o pai de Jungkook. Eu tinha certeza, eram eles! Era eu! Eu já havia visto algumas fotos de Jungkook quando criança, era ele!

Jungkook não parecia ser muito mais velho que eu... Será que se lembrava de quem eu era...?

Por que eu não conseguia me lembrar de quando tal foto foi tirada?

Será que... O pai de Jungkook era o... Meu pai?

Não, não! Impossível! Não poderia, eu não queria acreditar nisso!

O pai de Jungkook matou minha mãe! Eles não podem ter tido algo!

Eu não posso ser irmã de Jungkook!

Jungkook havia me dito que a mãe dele ainda estava viva e que tinha abandonado ele depois que seu pai morreu.

Remexo nos papéis mais um pouco procurando por outra coisa que talvez pudesse me dar uma luz do que estava acontecendo.
Meus olhos param no certidão de óbito de minha mãe. Quando ela morreu eu tinha apenas três anos... Sinto meu estômago se retrair quando acho também a certidão de óbito do pai de Jungkook. Ele havia morrido três anos depois de minha mãe.

Eu nem ao menos sabia o que deveria sentir... Minhas mãos tremem conforme eu leio o que tinha naqueles papéis.

Infelizmente, mesmo que eu tivesse total certeza que eu poderia não aguentar, não encontro nada sobre mim ou sobre como minha e o porquê minha mãe havia sido morta...

Olho uma das fotos que estava apenas minha mãe e o pai de Jungkook.
Ela parecia tão feliz... Por que ele mataria ela, já que também parecia feliz nessas fotos...? Por que seria tão cruel de trair alguém que parecia estar tão relaxada ao seu lado? Por que matar alguém com um sorriso tão lindo?

Sinto meus olhos se encherem de lágrimas. Eu achava ridículo eu estar com saudades de alguém que eu nem ao menos lembro de ter feito parte de minha vida. Eu odiava não saber quem era meu pai! Odiava não saber nada sobre minha própria vida sem ser as que me foram ditas por pessoas que eram mentirosas!

Eu não sabia meu próprio nome verdadeiro! Eu era uma estranha para eu mesma!

Eu só queria poder abraçar alguém que me amasse... Eu só queria ser alguém normal!
Não sentia nem ao menos mais a vontade avassaladora que eu sentia de me vingar daqueles me disseram ter feito mal para alguém que eu sentia um mínimo carinho! Só queria esquecer tudo o que eu já passei e poder agir como qualquer pessoa que precisa seguir as leis!

Jogo os papéis longe e levo minhas mãos até meu cabelo os puxando. Reprimo um grito angústiado e me deito no colchão. Meu peito sobe e desce por conta da respiração acelerada e meus olhos ardem pelas lágrimas que pareciam ganhar controle cada vez mais. Meu peito também dói. Eu conseguia sentir minha garganta se fechando cada vez mais, conforme minhas lágrimas aumentavam.

Agora todo meu corpo tremia. Eu já sentia a falta de ar me invadir.
Me obrigo a fechar meus olhos quando começo a ver tudo em minha volta girar como se eu estivesse em uma roda gigante que perdera o controle.

Eu não poderia dizer que era algo novo para mim essa sensação. Não era a primeira vez que eu tinha crises de tipo. Algumas eram maus fortes que outras. Maior parte das vezes que eu passava por isso era depois de ter matado alguém, claro, no começo. Depois de um tempo ficou cada vez mais normal e eu não me sentia mais tão péssima... Mas algumas vezes eu só queria acabar com tudo, como queria agora...

Minha cabeça parece cada vez mais pesada. Meu rosto adormece e eu não consigo mais nem ao menos abrir meus olhos. Minha boca formigava me deixando ainda mais nervosa, eu poderia dizer que era quase como a sensação de ter um derrame...
Sinto também meu estômago começar a se contrair. Levo minha mão até minha boca quando me sinto gorfar. Me obrigo a levantar imediatamente e corro até o banheiro tropeçando em meus próprios pés. Me debruço no vaso sanitário. Acabo vomitando tudo o que havia comido hoje. Enquanto eu vomitava mais lágrimas saiam de meus olhos e eu sentia meu peito doer. Era quase o inferno! Me sentia nele.

Escoro na tampa do vaso quando sinto que não tinha mais nada para vomitar. Eu já estava mais calma também, mas me sentia fraca, muito fraca! Respiro fundo sentindo o sono me consumir naquele momento. Mas não me permito dormir ali, ainda tinha um pouco de orgulho.

Me levanto e vou até a pia, escovo meus dentes rapidamente e me olho no espelho sentindo dó por me ver nessa situação tão deplorável. Não que não fosse normal eu acabar desse jeito, já passei por coisa pior. Mas cada vez que algo desse tipo acontecia, eu parecia ainda mais acabada.

Dirijo meu olhar para a porta no momento que escuto uma movimentação. Não poderia dizer que era no corredor, estava baixp e parecia  distante... Saio do banheiro e volto para o quarto. Sinto um calafrio passar por meu corpo quando meus olhos focam nos papéis espalhados no chão. Vou calmamente até os mesmos e junto um a um sem pressa nenhuma.

Os escondo novamente tudo para que não tenha nenhum problema.

Respiro fundo. Quando estou prestes a me jogar na cama para enfim dormir, dou um pulo assustada quando escuto um som alto como se fosse uma bomba.

Arregalo meus olhos quando minha porta é aberta com força. Vejo Namjoon com os olhos arregalados e uma arma na mão.

- Vamos! - ele quase grita, por cima de sua voz o som de um tiro é ouvido. Olho para ele sem saber ao certo o que fazer. Volto a mim quando ele grita mais uma vez. Quase corro em sua direção.

- O que tá' acontecendo?! - pergunto assim que ele me entrega uma pistola.

- Fomos invadidos!

Gritos. Muito altos, o som do que parecia novamente uma bomba e tudo se apaga!

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⏰ Última atualização: Aug 16, 2020 ⏰

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INFILTRATED - Jenkook. Onde histórias criam vida. Descubra agora