INFILTRATED - Jenkook.

Capítulo 7

Olho para às pessoas que estavam naquela boate, maioria delas tinha o mesmo estilo e aparência. Vários rostos com às mesmas expressões... 

Quando eu ficava encarregada das bebidas eu conseguia pensar mais sobre tudo e isso de certa forma me acalmava. Ver pessoas tão despreocupadas me deixava calma. 

- Jennie! - saio de meus pensamentos a voz de Lisa bem próxima. - Ele chegou, pode ir. Nessa semana você não vai trabalhar na área das bebidas. 

Assinto um tanto decepcionada. Eu gostava de trabalhar aqui! Aproveito que Lisa já havia virado e pego alguma bebida qualquer que estava ali. Dou um grande gole e saio de trás de balcão deixando o barman trabalhar sozinho. Passo por entre às inúmeras pessoas que dançavam e esbarravam em mim. Levanto o copo para não derrubar nada. Quando passo pelas pessoas ando um pouco mais rápido para tentar chegar primeiro que ele na sala. 

Abro a porta com a mão fazia, dessa vez não sinto o forte perfume masculino e presumo que eu havia chegado primeiro que Jeon. Ando até o sofá preto que ficava no canto da grande sala e me sento para esperar o garoto. Dou mais um gole na bebida que parecia apenas álcool pura e desce queimando.

Escuto à porta ser aberta e um homem alto entra. Pelo visto ele já estava acostumado com às luzes e não teve nenhuma reação por causa das luzes vermelhas em seu rosto. Mas mesmo que ele já estivesse acostumado, ele não havia notado que eu já estava sentada ali, em seu lugar. Faço a mesma coisa que ele no dia que nos conhecemos e pigarreio. Vejo seus músculos se retrairem e sinto uma pequena vontade de rir, mas me seguro.

- Olá, Jennie. - JK fala. Sinto todos os pelos de meu corpo se arrepiarem com apenas com sua voz. Eu não sei se ele faz de proposito para passar uma imagem forte, ou ele simplesmente era assim. 

- Olá, Jungkook. - falo com a voz um tanto sombria. Eu sabia que a imagem inocente não funcionaria com ele, só de olhar para ele nota-se sua repudiação a coisas frágeis e nenhuma de nós aqui dentro era frágil, muito menos eu! 

Jungkook vem até mim e senta ao me lado no sofá. Nós dois nos olhamos por alguns segundos. Quebro nosso olhar e pego a bebida em cima da mesinha e dou um grande gole. Sem nenhuma cerimônia muito JK puxa o copo de minha mão e dá um gole. Rio cínica quando ele se engasga levemente com o conteúdo naquele copo. Jungkook me entrega novamente e em um gole só termino o líquido daquele copo. 

- Por que voltou aqui depois daquele dia? - pergunto depois de alguns minutos de silêncio constrangedor. 

- Eu não posso deixar me afetar por essas pequenas coisas que acontecem no meu dia a dia. - ele fala como se um tiroteio fosse algo normal que todos o seres humanos do planeta já tivessem vivenciado. - E por que você continua aqui depois daquilo? 

- Não é como se eu tivesse escolha... - faço tentando me fazer de vítima. Eu precisava sair daqui para meu plano dar certo e ele seria minha isca! - Eu estou fugindo... 

Olho para ele, vejo seu olhar concentrado e noto que tinha sua atenção em mim. 

- De quem? 

- Eu não sei se posso te dizer isso... Você é advogado, não é? - ele assente. 

- Pode confiar em mim, posso te ajudar! 

- Você conhece a máfia Yakuza? - falo. Jungkook franze o cenho e assente. - Eu morava em Tóquio e eu me envolvi com umas pessoas ruins e acabei enfiada nesse meio. Eu fiz de tudo para fugir, mas eles devem estar atrás de mim, eu sei demais! 

Começo a chorar entrando no personagem. Jungkook não demonstra nenhuma reação, mas sei que sua cabeça está um turbilhão. Ou ele acharia que estou fingindo e sei quem ele é, ou está pensando que serei útil para ele fazer algo contra Chang. E eu espero que seja a segunda opção! 

- O que você sabe? - ele pergunta seco. 

- Eu não posso contar, não confio em você, desculpa! - falo. Se ele quisesse saber sobre algo iria querer se aproximar de mim. E nós dois sairíamos ganhando com isso! Talvez eu mais que ele, mas ainda sim sairíamos ganhado. 

- Tudo bem, quando se sentir mais confortável pode me falar algumas coisas? - assinto. Eu precisava fazer ele me tirar daqui, não vou poder fazer nada se continuar aqui! - Ok, pode me falar como conseguiu fugir? 

Pelo que eu havia notado Lisa havia dito que todos conhecem seus valores, e acho que ele também não curtia esse tipo de coisas que eram encontradas em outras boates e se isso for verdade eu já tinha algo ao meu favor.

- Um dos homens do Ch... - deixo o nome no ar para ele ficar mais curioso. - ... Um dos homens dele tentou me fazer coisas a força... 

- Como assim? - olho para ele sugestiva. Poucos segundos ele assente entendendo o que eu estava dizendo. - Mas ele sabia?

- Ele que mandou... Ele disse que eu estava passando dos limites e precisava dar um jeito em mim, aquele idiota mandou me matar! - falo mais brava. Eu não estava necessariamente mentindo, eu queria Chang morto e Jungkook também, eu poderia fazer isso! - Ele quase conseguiu, mas seu capangas não são tão bons quanto ele pensa... 

- Como conseguiu fugir? - ele pergunta ainda mais curioso. Penso um pouco, se eu contasse de cara seria mais fácil e mais rápido, mas JK pode não ser confiável. Ele poderia tentar fazer algo comigo e eu não estava afim de matar o chefe da máfia que poderia me ajudar a acabar com Chang. 

- Eu tinha uma lamina e matei ele... - decido falar. Eu não queria gastar mais tempo e Jungkook não me parece alguém inteligente o suficiente para notar que eu sabia mais do que ele e qualquer um poderia imaginar. 

- E como saiu de lá? Como chegou aqui? Como eles não conseguiram te achar ainda? - tento entender suas inúmeras perguntas para poder respondê-las em ordem. 

- Eu pulei uma janela e corri até o portão principal. Eu peguei um avião. E eu sou mais inteligente do que parece... - respondo e ordem e vejo JK ter a reação que eu esperava com minha última resposta. Noto seus olhos se arregalarem e ele engolir em seco nervoso. 

- Qual é o tanto que você sabe? - ele pergunta olhando diretamente para minha boca. Passo a língua por meus lábios para provocar. Vejo sua movimentação constrangida. 

- Bastante, ele gostava bastante de mim no começo. Mas quando comecei a ficar melhor que ele próprio, seus atos mudaram bastante em relação à minha pessoa. 

- E o que você quer agora? E por que está me contando isso? - ele pergunta aparentando estar confuso. 

- Eu quero me vingar e pelo que eu sei: você também quer!