Capítulo 10

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- Não acredito que aceitamos isso! - o loiro fala emburrado.

- Nós falamos que se ela pegasse um deles iríamos fazer isso, se não quisesse que você saísse lá fora e pegasse um! - Tae fala. Seguro a risada. 

- Eu achei que ela fosse morrer! Eu não confio nela, acho demais vocês fazerem isso! - reviro os olhos. 

- Se o Jungkook concordou não podemos fazer nada. Foi um teste e ela não traiu a gente, por que faria isso agora? - todos concordam. 

- Vocês vão falar de mim por quanto tempo fingindo que não estou aqui? - todos me olham sérios. - É só para eu saber mesmo, podem continuar...

- Se ela dar um passo em falso matamos ela, fácil. - o homem alto que eu ainda não sabia o nome fala como se fosse a coisa mais normal do muito. 

- Sério gente, eu estou aqui! - falo mais alto dessa vez. - Vocês podem me desamarrar agora, né? Sabe, eu não acho legal ficar amarrada do lado do cara que também está amarrado e eu por acaso fui o motivo para ele estar aqui! Não é nada confortável! 

- Ok, ela vai morar com a gente, mas se ela fizer qualquer coisa eu mesmo mato ela! - o loiro fala bravo e vem em minha direção me soltar. Me levanto como se nada pudesse me abalar. 

Depois que voltei com um deles eu fui acertada por algo na cabeça e acordei aqui, eu sabia que algo desse tipo iria acontecer, mas não imaginei que eles iriam me sequestrar sem mais nem menos. Foi um tanto constrangedor! 

- Ok, temos que acordar esse cara aqui! - falo animada. - Quem vai acordar ele? 

- Eu! - do nada Jeon entra pela pronta. Suas roupas estavam diferentes e seu cabelo estava mais arrumado e... Ele estava sem máscara! Fico olhando seu rosto abismada, mesmo que eu já tivesse visto seu rosto, foi de relance então eu não sabia ao certo a quantidade de beleza que habitava naquele ser. 

- Seja rápido e coloque a máscara, não sabemos se vamos matar ele! - um deles fala. 

- Ah, vocês vão matar esse indivíduo sim! - falo com a voz em um tom elevado para que eles escutassem.- Foi muito difícil pegar esse cara sem morrer! 

- Ok, não sabemos se vamos matar ele. Coloque a máscara! - bufo irritada. 


- Pode voltar. - levanto meu olhar quando à porta é aberta e o garoto que descobri se chamar Hoseok fala. 

Levanto sem muita animação e entro novamente na sala em que eles estavam possivelmente torturando o homem. Visualizo todos os garotos espalhados pelo cômodo antes de olhar na direção do homem. 

- Mas que porr...? - falo assim que vejo o homem em perfeito estado amarrado na cadeira. - Vocês não iriam fazer ele falar? 

- Sim. - JK responde como se fosse óbvio. 

- Mas ele está ótimo! Pensei que teria sangue e um defunto!

- Não somos desse tipo, Jennie. - Taehyung fala sério. Assinto. 

- Nari?! - olho para o homem rapidamente e sinto uma breve tontura. Franzo o cenho. - Você não está mais loira, sabe, ninguém gostava do seu cabelo lá, mas como ele gostava que a cadelinha fosse loirinha você tinha que obedecer, não é? 

- O que ele está falando, Jennie? - escuto a voz de Jungkook. No momento eu estava concentrada tentando lembrar quem era esse maldito homem e o porquê dele saber esse nome. O problema de ter muitos nomes e não saber mais ao certo qual é o verdadeiro era a confusão que se formava em sua cabeça quando alguém do seu passado reaparece e te faz lembrar o quão falsa você é! 

- Eles não sabem seu passado, Nari? - ele sorri irônico. - Eu nunca achei que você fosse trair aquele velho, mas pelo visto você é bem corajosa, não é? 

Rosno em sua direção. 

- Meu nome não é Nari! - falo brava. 

- Ah, desculpa. Eu sempre esqueço de suas várias identidades... Agora você é Jennie. Alguns meses atrás era Tessa, antes era Chloe... Qual vai ser o próximo? Qual vai ser o nome que você vai colocar no seu caixão quando morrer? Você tem muitos e nenhum deles é verdadeiro... Deve ser horrível! - engulo em seco. Lembro de qual lugar eu havia conhecido esse homem e minha vontade de matá-lo fica cada vez maior. 

Lembro da primeira vez que eu havia matado. Mesmo que essa memória estivesse muito longe, eu ainda tinha algumas coisas espalhadas em minha cabeça. Lembro do metal frio da arma em minhas mãos, lembro do cheiro de pólvora, o cheiro de sangue que ficou em mim por longos dias. Naquela época eu era apenas uma criança perdida e que não tinha mais motivos para querer continuar. Eu fui comprada com a falsa esperança de conseguir ser algo.  

- Você está se lembrando? Aquele dia foi incrível, nunca vi alguém aprender à atirar tão rápido. Ele ficou orgulhoso, e eu recebi uma grana à mais! Você era muito linda, pena que naquela época ele era no mínimo um homem descente. Eu queria ter aproveitado antes de você virar essa coisa mortífera que é agora! 

Sinto meus olhos se encherem de água, mas eu não choraria, não agora e não na frente deles. Respiro fundo. Olho para JK como se pedisse permissão, ele assente. 

Ando calmamente na direção do homem que eu não me preocuparia em tentar lembrar do nome naquele momento, conhecer seu rosto já era o bastante! Sorrio malvada e me abaixo ficando na altura de seus olhos. Encaro seu rosto por alguns segundos, ele não era um homem feio, mas o nojo que eu sentia naquele momento era muito maior. 

- Sua esposa era muito bonita, sabia? - falo em seu ouvido. Eu poderia não lembrar seu nome, mas eu sempre lembro das pessoas que eu mato e algumas vezes de suas famílias... 

Vejo com o canto dos olhos a curiosidade dos amigos de Jungkook e o próprio ao tentarem entender o que eu estava falando. 

- Pena que você tirou sua filha de Tóquio antes que eu fosse atrás dela, sorte à sua que eu não era tão rancorosa alguns anos atrás... Mas pelo visto você não foi inteligente o bastante para ir para um lugar tão longe... - sorrio maleficamente e pisco assim que me afasto. Vejo o desespero em seus olhos, mesmo que eu não fosse fria o suficiente para matar uma criança eu poderia fazer ele ficar com medo! 

- Se você encostar um dedo em minha filha eu te mato! - rio. 

- Como vai fazer isso estando morto? - falo o mais serena possível. Vejo seu olhar indo até Jungkook, com certeza o garoto havia prometido não fazer nada contra ele se ele colaborasse. Espero ele me olhar novamente e nego com a cabeça. - Você não vai sair daqui, sinto muito. Acho bom você ter guardado um dinheiro para sua filha para quando ela for mais velha... 

- Você não pode fazer isso! Eu... Eu não posso deixar minha filha orfã! - suas lágrimas desciam. Me sinto mal por alguns segundos, eu não poderia fazer isso... Eu poderia ter uma vida completamente diferente se meus pais ainda estivessem vivos! 

- Você viu o meu rosto, não posso deixar você ficar vivo. - falo. Eu precisava de uma desculpa para não me sentir tão ruim. 

- Eu juro que não vou falar nada, eu também estou fugindo dele! Por favor, você já tirou a mãe dela, não tire o pai também! - sinto o peso em minhas costas. Me viro de costas  para sair daquela sala. Mas antes de dar qualquer passo me viro e dou um soco em seu rosto. 

Escuto seus gemidos e apenas começo a andar até à porta para sair e esperar no corredor em que eu estava em pouco tempo atrás. 

- Ela quebrou o nariz dele! - escuto alguém rir. 

Respiro fundo e encosto minha cabeça na parede. Minhas mãos tremem sem parar e meu peito sobe e desce por conta da respiração descompensada. 

- Jennie...? - viro minha cabeça e vejo Jungkook sair da sala. - Você está bem? 

- Você pode me deixar sozinha agora? - peço com a voz embargada. O garoto me ignora e se aproxima de mim se escorando na parede ao meu lado e fica me encarando. 

- Vou te levar até seu quarto, vem. 


INFILTRATED - Jenkook. Onde histórias criam vida. Descubra agora