♱ capítulo 3

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Barrington, New Jersey. USA

21 de julho de 2018

Lamar POV
"Estou orando mais que tudo nesse momento, só quero que isso acabe. Se ficarmos muito mais tempo aqui, não vou aguentar."
Nós discutíamos o que fazer, ninguém tinha uma solução, no mínimo, decente para nosso problema. Para toda ideia que algum de nós dava, existia um "porém". Não consigo identificar se todas as sugestões são terríveis ou se estamos em um beco sem saída. Talvez um pouco dos dois.

4 dias antes...

17 de julho de 2018

Sofya POV
Hoje, nós sete estamos indo visitar algumas faculdades. Na verdade Lamar, Josh e Sabina estão indo visitar algumas faculdades, eu e os outros só estamos os acompanhando por livre e espontânea pressão. Tento esconder os hematomas espalhados pelo meu corpo, ela realmente não pegou leve, ela nunca pega leve comigo. Escuto a buzina do carro de Josh e me apresso para terminar de me arrumar.

Josh POV
Estou em frente à casa de Sofya com muitos pensamentos em mente, e nenhum deles é sobre a faculdade. Dias atrás, acabei escutando uma conversa entre Hina e Sabina que não sai da minha cabeça. Não me julguem por ter escutado a conversa, quando ouvi meu nome, a última coisa que pensei foi na privacidade das meninas. Elas diziam sobre uma garota que era próxima à nós, porém não gostava de mim.
Pensei muito sobre quem poderia ser, e, finalmente, cheguei em uma conclusão. Essa garota era Sofya. De uns tempos para cá, eu já vinha percebendo que ela estava me tratando de uma maneira diferente de como trata os outros; como se fosse "obrigada" a conviver comigo; realmente não entendo o motivo de ela não gostar de mim, mas pretendo descobrir, por isso estou aqui agora. Meu carro com sete lugares sempre me leva à posição de motorista, então apenas usei-a para vir buscar a loira primeiro que os outros, tentarei observar mais seu comportamento em relação à mim.

— Oi! Ansioso? - a garota pergunta ao entrar no carro

— Um pouco, nem tanto quanto eu deveria

Silêncio. Como dizem, uma "torta de climão". Primeiro sinal.

— Hm, você já está pensando o que fazer de faculdade? Acho que essa visita vai ajudar bastante na escolha de vocês também - isso está saindo pior do que eu imaginei

— Ah, estou pensando em fazer medicina, mas não está definido ainda - ela diz, cortando o assunto

Eu não deveria ter executado esse plano, agora percebo que ele é extremamente ruim. Desisto de tentar manter algum assunto, porque não consigo pensar em nada. O silêncio se mantém até chegarmos na casa de Hina, ela e Noah são vizinhos, o que sempre facilita bastante as coisas. Logo entram Hina, Noah e Sabi, que havia dormido na casa de Noah (hm), logo todos entram em uma conversa um pouco menos constrangedora, porém, ainda estranha por todos os acontecimentos do dia anterior.

{...}

Depois de passar o dia inteiro visitando faculdades em diferentes cidades, além de Barrington, estou andando pelas ruas, quando encontro alguns garotos da minha sala.

— E aí, Joshua, tá afim de ir numa festa sexta? - Harry me pergunta - Chama os outros também!

Por mais que pareçam aqueles caras populares, metidos típicos de filmes e séries, eles são legais, tenho uma palavra melhor, eles são normais.

— Por mim, eu topo - respondo - só vou perguntar pra eles, e te mando mensagem. Tudo bem?

— Okay, então

— Falou! - Niall grita, enquanto vamos nos afastando, apenas grito um tchau de volta, acenando
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Whatsapp Messages.
(Chat: Bailey, Hina, Josh, Lamar, Noah, Sabina e Sofya)

Josh: tão aí?

Noah: oi, oi

Sabina: sim, diga

Josh: Harry me convidou pra ir numa festa essa sexta, tão afim de ir?

Lamar: vamos, pelo amor de Deus
eu preciso sair um pouco de casa

Sofya: vamos, vamos

Bailey: finalmente uma festa decente

Noah: rt no Bailey

Hina: puts
eu vou

Sabina: vou também, então

Josh: vou falar pra ele, então

Sabina: já vou avisando que não vou cuidar de ninguém
entenderam @sofya e @joshua?
vocês que lutem

Josh: eu não preciso disso

Sofya: ei
eu não fico bêbada

Sabina: você deu uma estrela no meio da festa da Peggie atoa, então?

Sofya: eu não dei uma estrela na festa da Peggie (?)

Hina: deu sim

Noah: deu sim

Bailey: deu sim

Josh: deu sim

Lamar: deu sim

Sofya: ah, vão se foder

Sabina: surtada

(Chat: Hina e Sabina)

Sabina: você não quer ir, né?

Hina: não
mas eu vou

Sabina: não precisa ir se você não quiser
se você não se sentir bem
se você preferir, eu vou na sua casa pra ficar contigo
a gente pode fazer uma festa do pijama

Hina: não precisa, Sabi
eu vou
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18 de julho de 2018

Lamar POV
— Cara, eu to morrendo de tédio - digo, enquanto taco a bola que está em minha mão na direção da parede, para pega-lá de volta

— Queria poder dizer alguma coisa pra nós fazermos, mas eu to tão entediado quanto você - Bailey me responde. Ele está deitado com a cabeça para fora da cama, não sei como ainda não caiu

— Você já decidiu se vai continuar aqui quando sua irmã for embora? - o questiono, lembrando do que ele havia falado ontem, enquanto fazíamos as visitas

— Sinceramente, eu não sei. Às vezes acho que seria uma confusão ir embora no último ano do colégio, mas, sei lá, viver na minha casa com meu pai já é terrível, agora viver na minha casa com meu pai e sem a Sabi, é muito pior. - eu assinto, conheço muito bem Franklin May - Mas e você?

— Acho que eu vou ficar aqui, não quero deixar meu pai sozinho agora

Meu pai está doente já faz algum tempo. De dia contratei uma pessoa para ficar com ele, por conta do colégio e, logo, da faculdade, porém, de noite, sou eu que cuido dele sozinho. Não seria nada bom deixá-lo na responsabilidade total de outra pessoa ou mudarmos de cidade, então acabei optando por escolher uma faculdade em Barrington.

— Ele está melhor? Não o vi quando entrei - Bailey pergunta se sentando na cama

— Na mesma

— Eu sinto muito, de verdade. Mas tenho certeza que seu pai vai conseguir passar por tudo isso, Sr. Willy é muito forte!

— Sim, ele é - respondo de cabeça baixa

Meu pai me criou sozinho desde sempre, praticamente. Meus avós maternos não queriam que sua filha tivesse um filho, ou qualquer outro tipo de relação, com um homem negro. Então, minha mãe decidiu fugir com meu pai. E isso deu certo, até meu, exato, 1 ano, quando seus pais invadiram minha pequena festa de aniversário e a levaram. Meu pai me contou que minha família paterna fez de tudo para não levarem-na, e que ele ainda a procurou por 2 anos, porém acabou desistindo para focar totalmente na minha criação e em seu trabalho. Ele é a pessoa mais forte que eu já conheci na vida inteira, não que sejam muitas (ficar em Barrington não dá oportunidade para isso), mas ele, sem dúvidas, é o homem mais forte e guerreiro de todos. E agora vem essa doença para abalar tudo. Mas eu tenho muita fé de que ele, com os tratamentos, vai conseguir superar essa situação, como fez com todas as outras.

ɪ ᴋɴᴏᴡ ᴡʜᴀᴛ ʏᴏᴜ ᴅɪᴅ ʟᴀsᴛ sᴜᴍᴍᴇʀ Onde histórias criam vida. Descubra agora