Barrington, New Jersey. USA
22 de julho de 2019
Lamar POV
Estamos na delegacia para depormos sobre o que aconteceu ontem. Sinceramente, não é como se não esperássemos que isso fosse ocorrer, era óbvio que aconteceria, só que já estou farto disso tudo. Estou cansado de sempre estarmos no lugar errado, na hora errada.A sensação de não poder "me despedir" decentemente do meu pai, por ter me metido em mais uma situação terrível, é uma das piores que eu já vivi. Sinto que estou o prendendo aqui, que ainda não consegui deixá-lo livre para ir para um "lugar melhor".
Dessa vez, nós acabamos parando em uma cena de assassinato. Fiquei realmente mal, por um momento, achei que ia até vomitar no meio de todos, quando nos contaram esse fato. Lidar com duas mortes de uma vez traz sentimentos que eu não desejaria nem para o meu pior inimigo. E esses sentimentos só pioraram quando percebi que nós, literalmente, só não morremos por pura "sorte", se é que posso chamar assim. Essa conclusão está me dando arrepios até agora.
Bem, pelo o que escutamos, a vítima do crime foi Krystian Wang. Conversei com ele algumas vezes na faculdade, amizade não era uma palavra que descreveria nossa relação. Porém, eu sentia afeição pelo garoto. Krys não aparentava ter muitos amigos, isso me comovia de alguma forma.
— Hm, olá! Meu nome é José González, mas podem me chamar de Pepe. Eu vou ser o detetive responsável por esse caso - um homem alto e simpático chega até onde nós estávamos - Essas são Heyoon e Diarra - ele aponta para as duas policiais ao seu lado, respectivamente - Bom, precisamos que uma pessoa por vez venha dar seu depoimento sobre a noite passada
— Quem vai ser o primeiro? - a mulher mais baixa, acho que Heyoon, nos questiona
— Pode ser eu? - Corbyn se posiciona de modo que consiga olhar para todos nós - Preciso voltar pro restaurante pra ajudar meus pais
— Vai em frente
— Tudo bem, então vamos! - Heyoon e Corbyn saem seguindo Diarra, em direção à sala de interrogatório
— Acho que nós pegamos um pouco pesado ontem com o Corbyn - digo, ocasionando algumas expressões surpresas
3 de agosto de 2019
Josh POV
Dias se passaram desde que aquele desastre aconteceu, porém, temos que continuar indo na delegacia regularmente. Entendo o lado deles de fazer-nos ir lá, mas já estou ficando de saco cheio.Mesmo que tenhamos contado sobre a pessoa que vimos naquele dia, ainda éramos os únicos suspeitos que a polícia tinha conhecimento. Isso ainda vai nos ferrar.
Mudando um pouco de assunto, recebemos apenas mais um bilhete desde aquele dia. Lembro-me bem do exato momento em que o lemos, foi horripilante, ele conseguia ser ainda mais assustador e específico que o primeiro. A partir dele, todas as suposições de que tudo era apenas uma coincidência, acabaram. Não restava mais dúvidas, aquelas coisas realmente eram para nós.
Com um pouco de relutância, depois daquilo, todos acabamos decidindo ficar em Barrington, ao invés de voltar para as cidades em que estávamos vivendo. Seria cruel deixar Lamar sozinho aqui, à mercê de todos os perigos que essa cidade oferecia.
Para Joalin, Sabina e eu, a situação era um pouco mais complicada, porque, além de deixar nossos empregos (como todos os outros), tivemos que trancar nossas faculdades para poder voltarmos.
Bom, amanhã mesmo, iremos pegar todos os nossos pertences que ficaram em nossas antigas casas. Por enquanto, estamos todos ficando na residência Morris. Porém, assim que nos estabelecermos, alugaremos duas casas próximas daqui. Uma para Bailey, Joalin e Sabina, e outra para mim e Noah.
Eu e o garoto finalmente tivemos uma conversa decente e nos resolvemos. Confesso que não tive coragem de assumir meus sentimentos, não queria ficar na famosa "friendzone". Principalmente agora que ele conheceu aquela garota, Any Gabrielly (ou Gabriella, não entendi direito), a 0% de chance que eu tinha com ele, diminuíram para -3%.
Sendo bem sincero, nós nunca nem conversamos sobre termos nos beijado há anos atrás. Ele provavelmente não se lembra. Temo que o beijo só tenha sido importante para mim. Isso doeria.
— O que você tá fazendo? - Hina entra no quarto de hóspedes. Ela, definitivamente, não perdeu a mania de nunca bater na porta
Eu sentia falta de conversar com ela, não que tenhamos parado de nos falarmos, mas eu tinha saudade de ter uma conversa de verdade com a garota. Éramos, praticamente, irmãos de mães diferentes.
— Confirmando minha matrícula na faculdade de música daqui, e você? O que foi? - paro de mexer em meu notebook
— Eu to desesperada! - ela fala pausadamente - Você tem noção que daqui à 1 mês, as aulas voltam, e eu não sei qual faculdade escolher?
— Hina? Como você ainda não escolheu uma faculdade? - agora eu que estou desesperado
— Eu tinha coisas mais importantes pra me preocupar, okay? Não me julga - ela se senta na cama - Meu Deus, o que eu vou fazer? - pergunta para si mesma
— Tá, você vai escolher isso agora! - digo, fingindo uma seriedade que eu não tinha - E eu vou te ajudar, obviamente
{...}
— Finalmente! - falo, após termos feito a inscrição da menina - To me sentindo até mais leve
— Vai se ferrar, Joshua! Você não fez nada, quase! - ela dá um gritinho
— Nossa, que voz esganiçada foi essa? - implico
— E você ainda reclama quando eu te bato. Eu sempre tenho motivos!
— Tá, já entendi, pode parar de reclamar - eu amo irritá-la - Vamos comer. Fiquei morrendo de fome, depois de ficar horas te ajudando a escolher um curso!
— Vai à merda! - ela me mostra o dedo do meio, me fazendo gargalhar
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ɪ ᴋɴᴏᴡ ᴡʜᴀᴛ ʏᴏᴜ ᴅɪᴅ ʟᴀsᴛ sᴜᴍᴍᴇʀ
Fanfiction❝Isso é uma promessa, vocês entenderam? Até o dia das nossas mortes!❞ ❝Toda ação tem uma reação. Todo ato feito tem uma consequência. E, agora, vocês terão as suas.❞ Onde 1 ano após a pior noite de suas vidas, 6 adolescentes correm o risco de ter se...