Barrington, New Jersey. USA
16 de setembro de 2019
Joalin POV
Acabei de ser convidada à me retirar da sala de aula... oh, Dios, quem eu quero enganar falando desse jeito?... Eu só fui expulsa mesmo.Talvez, eu não devesse ter mandado meu professor tomar no meio do cu. Mas, em minha defesa, ele é um pervertido que estava olhando para os meus peitos. Inclusive, se eu pudesse, mandaria-o tomar no cu de novo.
Ele é professor de Psicologia Jurídica, uma das aulas que eu e Sabina tínhamos com Lamar. A matéria tinha tudo para ser uma das mais interessantes, porém, infelizmente, o merdinha do Sr. Patterson conseguiu estragar tudo.
Ele é um assediador, escroto, nojento, babaca, e todos os outros adjetivos ruins que eu não consigo pensar no momento.
Juro que se, em algum momento, eu vê-lo olhando para as minhas partes íntimas, ou as de qualquer outra menina, eu o faço nunca mais poder enxergar em sua miserável vida.
Eu tenho unhas afiadas e não tenho medo de enfiá-las nos olhos de filhos da puta.
Bem, como não tenho nada para fazer até o fim do período, decido aproveitar meu "tempo livre" para andar pelos prédios do campus. Eu nunca havia tido a oportunidade de fazer um tour completo por aqui. Normalmente, eu só ficava pelo Setor B, sem contar os jardins e o refeitório, obviamente.
O local tinha uma estrutura bonita, em geral, mesmo que alguns lugares daqui fossem bem mal-projetados (fiz um semestre de arquitetura, antes de trancar o curso, por isso, para mim, é inevitável não reparar nessas coisas). Como, por exemplo, se essas espécies de "corredores" fossem fechados com paredes e não com pequenas muretas, que nos dão visão para todo o complexo externo, eu poderia me perder em segundos.
Acelero meus passos para sair do meu setor logo. Já o explorei por completo praticamente, menos as "salas proibidas" (sim, bem como um filme de terror), eu já havia tentado abri-las algumas vezes escondida, mas infelizmente nenhuma deu certo. Meu sangue chegava a borbulhar de tanta curiosidade.
Entro no setor C do jeito mais discreto que consigo, era só o que me faltava levar bronca aqui também. Definitivamente, é muito vergonhoso ficar com medo de levar uma bronca com 21 anos de idade, mas é meio que inevitável. Sinto como se eles nos tratassem como se ainda estivéssemos no ensino médio.
Honestamente, se eu tivesse ficado apenas no meu setor ao invés de ter vindo para cá, não faria a menor diferença no meu tour. Os dois prédios são praticamente iguais, apenas pequenos detalhes os diferenciam (detalhes que só uma pessoa atenta à eles perceberia).
Como não acho que eu tenha tempo o suficiente para explorar outro prédio que, provavelmente, será igual à esses dois anteriores, decido pular o setor A e ir direto para o único espaço externo que eu ainda não havia olhado direito.
No caminho para a saída do prédio, vejo uma cena que me deixa perplexa. Bailey estava com uma garota. Duas coisas se contrapunham na minha cabeça, deixando-me confusa: Bailey era mulherengo, então era comum vê-lo com garotas; porém, ele ama suas aulas mais do que tudo, por incrível que pareça para quem não o conhece verdadeiramente, e nunca sairia delas se não houvesse um bom motivo (que aparentemente não existe).
Então, por que diabos ele estaria aqui fora com essa mulher?
Meus "anjinhos" entravam em uma briga entre si sobre qual ação eu deveria tomar. Ou 1) eu apenas fingiria que não havia visto nada e seguiria meu caminho normalmente, ou 2) eu me esconderia e escutaria a conversa deles.
Bem, acho que o anjinho do mal venceu essa discussão. Não fiquem me julgando, como sei que estão, eu só sou muito curiosa...
Felizmente estávamos no térreo do edifício, o quê me permitiu esconder-me atrás de um arbusto perto do banco em que eles estavam sentados. Dobro bem meus joelhos, que em minutos começam a doer, para ficar o mais camuflada possível no meio das plantas. Argh, estou ficando velha.
Não só velha, como nesse momento, também estou puta. Extremamente. A garota havia sido desnecessariamente grosseira com Bailey o tempo todo e, por mais que eu odeie May em 90% do tempo (quem eu acho que irei enganar assim? Odeio-o 100% do tempo), ele ainda é meu melhor amigo e eu não vou aceitar que uma "desconhecida" (ele teria me contado se tivesse a conhecido antes, não teria?) o trate desse jeito. Pelo menos por agora. Depois de um certo tempo, se eles se aproximarem e virarem amigos, eu realmente não ligarei para esse tipo de coisa. Mas, por enquanto, agirei como a melhor amiga, ou mãe (desculpem-me, forcei muito... Parem de imaginar isso, por favor) superprotetora.
Tento sair silenciosamente do meu esconderijo (não aguento a dor de ficar nem mais 1 minuto aqui), porém, como eu disse anteriormente, estou ficando velha e minhas articulações não ajudam nem um pouco à minha escapatória discreta. Um dos meus joelhos estrala fortemente quando estou levantando. Por Deus, que merda... espero que eles não tenham ouvido.
"É, eu acho que deveria falar menos."
Dito e feito. Quando ergo o oceano... quero dizer... meus olhos, ainda meio agachada, vislumbro dois pares de íris amarronzadas me encarando.
— Joalin? - Bailey profere tentando esconder sua incredulidade, porém, seus olhos me fuzilando entregavam sua farsa. - O que você tá fazendo aqui?
— Eu meio que fui expulsa da sala, depois te conto tudo detalhadamente, aí resolvi andar pelo campus. - tento passar a maior credibilidade possível.
— E por qual fucking motivo você tá abaixada atrás de um arbusto? - May continua com seu interrogatório, fazendo-me sentir como se estivesse sendo pregada na cruz.
— O anel que você e Sabina me deram no meu aniversário acabou caindo do meu dedo, só estava o procurando.
Ele sabe que estou mentindo descaradamente, consigo ver pela maneira que o garoto me olha (sempre tivemos essa vantagem, ou, nesse caso, desvantagem, um com o outro). Porém, sei que ele não fará nenhum mínimo tipo de escândalo. O problema ocorrerá quando ficarmos sozinhos, apenas nós dois.
"Agora terei que arranjar um jeito de não ficar sozinha com Bailey, pelo menos, pelos próximos dias. Parabéns, Joalin."
— Aliás, nem tinha visto vocês! - completo minha mentira.
— Não tinha? - a morena abre a boca pela primeira vez. Ela estava com uma face completamente inexpressiva, mas eu, ainda sim, conseguia sentir uma pitada de ironia e deboche na sua fala.
— Não, não tinha! - digo, já ficando levemente alterada. Eu sou uma pessoa que se irrita facilmente. - Eu sou míope.
"Eu sou míope."
De tantas desculpas que eu poderia ter dado nesse momento, como: "Estava concentrada demais em procurar meu anel", ou "Estava entretida demais com a música que tocava em meu fone", entre tantas outras, eu realmente escolhi "Eu sou míope." ???
Às vezes eu acho que subestimo minha própria inteligência...
Que clima de merda.
Preferia ter que enfiar minha cabeça em um buraco do que passar por essa vergonha.
Antes que qualquer um de nós pudesse abrir a boca mais uma vez, o som do sino estrala em nossas ouvidos, indicando a troca de aula.
— Essa é minha deixa... - digo e saio correndo sem olhar para trás.
Posso estar sendo infantil. Provavelmente, estou. Mas eu realmente não fui com a cara dela, e não há santo que me faça mudar de ideia. Essa garota tem uma vibe muito estranha.
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não esqueçam de deixar sua estrelinha...e aí, acham que a Joalin está certa de desconfiar da Shivani, ou acham que é só ciúmes do melhor amigo? deixem aqui suas apostas...
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ɪ ᴋɴᴏᴡ ᴡʜᴀᴛ ʏᴏᴜ ᴅɪᴅ ʟᴀsᴛ sᴜᴍᴍᴇʀ
Fanfiction❝Isso é uma promessa, vocês entenderam? Até o dia das nossas mortes!❞ ❝Toda ação tem uma reação. Todo ato feito tem uma consequência. E, agora, vocês terão as suas.❞ Onde 1 ano após a pior noite de suas vidas, 6 adolescentes correm o risco de ter se...