ɪ ᴋɴᴏᴡ ᴡʜᴀᴛ ʏᴏᴜ ᴅɪᴅ ʟᴀsᴛ sᴜᴍᴍᴇʀ

♱ capítulo 4

Barrington, New Jersey. USA

21 de julho de 2018

Sabina POV
— Ei, vai ficar tudo bem, okay? Nós vamos conseguir resolver isso - digo ao garoto em minha frente

Não sei se minhas palavras foram verdadeiras. Na verdade, não tenho a mínima noção do que acontecerá daqui para frente e isso me deixa completamente apavorada e angustiada. Não ter as coisas sob meu controle definitivamente está na lista de situações que eu odeio, esta se encaixa em uma dessas. Ainda nem consegui dizer em voz alta o que aconteceu, parece tornar tudo mais real, eu não quero que se torne real.

2 dias antes...

19 de julho de 2018

Hina POV
Beautiful Girls toca em meu celular, enquanto arrumo meu quarto, essa música me deixa nostálgica. Estou envolta em memórias da minha infância, quando minha mãe abre a porta e diz que tem uma pessoa esperando por mim.

— Oi! - dou um sorriso ao ver de quem se tratava

— Oi! Vim perguntar se você gostaria de jantar comigo, madame? - ele faz uma reverência exagerada, enquanto eu caio na risada

— Claro que eu gostaria, Vossa Alteza! - imito seu ato anterior, fazendo nós dois gargalharmos

— Caso você aceitar de verdade, saiba que eu já falei com a sua mãe

— Nossa, mas que garoto adiantado - digo em tom de brincadeira - É claro que eu aceito! Só preciso me trocar, espera aqui um pouquinho

{...}

Estamos em um restaurante numa cidade vizinha. O lugar é lindo, tem uma decoração vintage e é bem espaçoso. Já estamos na sobremesa, Lamar não consegue parar de rir do tanto que eu havia comido.

— Eu nem comi tanto assim, okay? - me defendo, já vermelha por tantas gargalhadas que tinha dado

— Como não comeu tanto? Parecia que você não comia há séculos - ele ri mais alto ainda

— Amado? Calúnia

— Ainda bem que nós sempre dividimos a conta, porque senão... - ele diz levantando as mãos em forma de agradecimento

— Ei! - dou um tapa fraco no braço do garoto, rindo - Meu deus, nós devemos ser famosos, as pessoas não param de olhar pra cá, que vergonha

— Por que será, né? - dou mais um pequeno tapa em seu braço

— Espero que você saiba que ainda vamos tomar um sorvete naquela pracinha - digo e, logo, caímos na risada novamente

{...}

Eu não sei definir quando me apaixonei pelo Lamar, mas uma coisa é certa: faz muito tempo. Desde a infância, talvez, mesmo que fosse só um sentimento infantil, daqueles que você sonha em ter um "namoradinho" para andar com ele de mãos dadas. Bom, isso não importa. Eu achei que nunca seria correspondida, até semana passada, quando o garoto se declarou para mim. Nunca havia sentido tantos sentimentos em um único beijo como senti naquele dia. Desde então, nós estamos saindo, não quero forçar nada, quero que tudo seja no seu tempo. Não vou mentir dizendo que não gostaria que o garoto me pedisse em namoro, eu gostaria sim, mas tenho medo, seria o meu primeiro, digamos que não seja algo fácil para lidar.

— Chegamos - ele diz, parando o carro na porta da minha casa

— Hoje foi incrível, amei de verdade! - falo, enquanto tiro meu cinto

— Eu também amei muito. É sempre perfeito quando ficamos juntos, eu me sinto tão bem, você não tem ideia do quanto estou feliz. Mesmo que nós ainda não estejamos namorando oficialmente, eu te considero como uma, mas não vou apressar as coisas - ele ainda parece tímido toda vez que diz algo romântico, não consigo deixar de sorrir

— Ei, não precisa ficar envergonhado, eu também te considero como um namorado! Gosto de você faz tanto tempo que nunca imaginaria outra pessoa para ser o meu primeiro - ele abre um largo sorriso, definitivamente o mais bonito que já vi

Então ele se aproxima, lentamente, e sela nossos lábios com um beijo terno. Ficamos assim por um tempo, até eu pedir passagem com a língua. Era um beijo tão calmo, nós não tínhamos pressa, queríamos explorar cada pedacinho um do outro. Era uma explosão de sentimentos, os tantos anos de espera valeram muito a pena. Nossas bocas se encaixavam tão perfeitamente, sentia que precisava daquilo, precisava dele. Suas mãos desceram do meu rosto para a minha cintura, não era uma posição muito confortável por nós ainda estarmos dentro do carro, porém, isso não tinha nenhuma importância no momento. Mordo seu lábio inferior e lhe dou um selinho cessando o beijo.

— Não queria ter que entrar - faço um biquinho

— Também não queria que você entrasse, mas sua mãe já deve estar preocupada, faz tempo que saímos - ele diz, ainda me abraçando

— Nós nos vemos amanhã, então?

— Sim, vou ficar com saudade até lá - ele faz uma carinha triste, brincando

— Meu deus como é dramático, quem aguenta - rimos bem alto

— Se tinha alguém dormindo, essa pessoa com certeza acordou agora - ele diz nos fazendo rir mais alto ainda

— Agora realmente preciso entrar, minha mãe me mandou uma mensagem - falo, olhando o celular

— Tchau, então, Hininha - nos despedimos com um leve encostar de lábios

Quando estou fechando a porta, depois de sair do carro, ele me chama:

— Baby?

— Oi, oi!

— Eu te amo - meu coração acelera. Ele já havia falado que me amava muitas outras vezes, mas, mesmo assim, meu coração acelerava em todas como se fosse a primeira

— Eu também te amo