ɪ ᴋɴᴏᴡ ᴡʜᴀᴛ ʏᴏᴜ ᴅɪᴅ ʟᴀsᴛ sᴜᴍᴍᴇʀ

♱ capítulo 27

Barrington, New Jersey. USA

20 de setembro de 2019

Josh POV
O que eu mais temia aconteceu. Minha mente não parava de pensar por um mísero segundo. Todos estavam em um silêncio desconfortável; alguns com uma cara de "Sabia que essa merda ia acontecer" e outros totalmente avulsos ao que está acontecendo — e acredito que muitos de vocês estejam assim também. Então, me sinto na obrigação de explicar detalhe por detalhe de todos os meus motivos.

"Primeiramente, é fato que eu não sabia que Any era a 'garota que Noah estava conversando' quando a conheci, então, obviamente, não o fiz para fazer ciúmes para o Urrea, ou qualquer coisa do tipo. Mas, infelizmente, não foi isso que minha cabecinha estúpida e impulsiva achou que ele pensaria.

Acabei adiando, dia após dia, o momento em que eu contaria à Noah que eu era amigo de Any, e vice-versa. Não é como se fosse grande coisa, mas minha mente não parava de criar paranóias de como tudo poderia dar errado — de como Noah poderia achar que eu havia furado seu olho e de como Any poderia pensar que nós dois estávamos a usando para fazer ciúmes um no outro — e algo simples se tornara um grande pesadelo para mim. Imaginar que algum dos dois pudesse se afastar de mim era um tormento.

Hina e Lamar sempre diziam e reforçavam que eu estava ficando louco em criar essas paranóias e que quanto mais eu demorasse para esclarecer as coisas, pior seria a reação deles. Talvez, se eu tivesse os escutado, isso não estaria acontecendo... Talvez, agora, Any não estivesse vermelha de constrangimento e Noah não tivesse os olhos caídos.

E, para alguns, essas reações podem não significar nada e serem um completo exagero. Mas, para mim, significava. Significava que, pela existência de uma mísera chance do afastamento de qualquer um dos dois em relação à mim, eu coloquei as inseguranças dos meus dois melhores amigos — e talvez não só isso — em jogo.

E eu não poderia me perdoar por mais uma coisa."

— Eu contei pra vocês que o Bailey pediu pra trazer uma mulher aqui pra transar? - Sabina quebra o silêncio, pegando o copo de bebida em minha mão.

Aparentemente, tentava focar em qualquer outro assunto que não fosse a tensão que havia se instalado na sala.

E, por um momento, funcionou.

— Eu não disse isso! - ele responde, na defensiva.

— Não com essas palavras, mas foi isso que quis expressar! - retruca e se vira para mim: - Josh, isso está muito bom. Me ensine depois, por favor.

— Claro! - respondo. - Agora, me deixe provar. Quero ver se está igual ao dos garotos de Cape May. E, Bailey - me viro para ele -, não faça a piadinha que eu sei que você quer fazer.

— Eu quero conhecer ela melhor, tá legal? - Bailey ignora meu comentário e continua com sua árdua autodefesa. - Tudo bem. Eu admito que se rolar um clima... Por que recusar, não é mesmo?

— Sério? Sempre achei que você, secretamente, gostasse do Lamar. - Heyoon comenta, avoada.

— Que? - Hina, Bailey e Lamar exclamam em uníssono.

— Ei, Josh, passe este copo para cá. Você dirige no caminho de volta, né Pepe? - entrego a bebida para a mulher e me sento no braço do sofá, ao lado do homem que acaba de concordar com um murmúrio, provavelmente acostumado com a situação.

— Só não exagere, porque temos outra reunião amanhã. - ele completa.

— Oh, merda! Tinha esquecido disso. - Heyoon pragueja. - Bem... voltando ao assunto anterior... não seria impossível - dá de ombros. - Aliás, não me julguem. O jeito que Bailey olhava pro Lamar, no dia em que nós conhecemos vocês...