♱ capítulo 31

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Barrington, New Jersey. USA

30 de setembro de 2019

Sabina POV
Você procurou nos bancos do carro? - pergunto para Noah, preguiçosamente, enquanto me aproximo cada vez mais da grande locação com o telefone em mãos.

Ele tem certeza que deixou suas chaves em minha casa ontem, quando nos reunimos para discutir coisas que descobrimos ou pensamos sobre nossas "investigações" — decidimos que seria prudente a criação de uma lista com as pessoas que recordamos de estarem na festa da fatídica noite —, e eu tenho certeza que ele apenas as colocou em algum compartimento de seu carro e depois esqueceu de tirar.

Procurei! - ele responde, como se fosse o óbvio.

Até nos bancos de trás?

Acho que sim... - diz, inseguro.

Urrea...

Talvez... - interpreto sua fala como um "Provavelmente, não".

Como eu imaginava... - me seguro para não rir, incrédula com tamanha obviedade. - Vá procurar, e não se esqueça de olhar nos bolsos dos bancos!

Tudo bem, mamãe! - tenho certeza que o desgraçado está revirando os olhos neste momento.

Me sinto como se realmente fosse! - zombo.

Essa brincadeira "insultará" mais a ele do que à mim, mas creio que Noah não se importe verdadeiramente com isso. Afinal, não é como se fosse uma mentira, trato-o como um filho desde a infância.

Está bem perto disso. - e mais uma revirada de olhos foi realizada, podem apostar.

Sem muitas enrolações, Noah finaliza a ligação e eu finalmente posso dar uma boa olhada ao meu redor.

São tantas lembranças deste lugar, tanto tempo, e quase nada mudou. Estou de volta ao colégio em que passei boa parte da minha vida estudando, para desta vez trabalhar — e corro o risco de ser demitida em meu primeiro dia, mas isso é só um pequeno detalhe para mais tarde —, e mal vejo diferença na paisagem à minha volta. Tudo está exatamente como "deixei" na última vez que pisei aqui.

Eu fiquei genuinamente feliz — "ficar feliz", isso sim é uma surpresa — por ter conseguido o estágio, mesmo sendo o óbvio que aconteceria.

"Qual é? As pessoas deste colégio ainda têm um enorme carinho por mim e por toda a minha passagem por aqui, não é como se tivesse sido um grande desafio conseguir isso."

Mesmo assim, eu estou feliz por ter conseguido — mais do que imaginei que ficaria. Feliz, porque, olhando para estes jardins, percebo que ainda sou capaz de lembrar-me de diversos momentos que vivi neles. Eram momentos bons, onde meus únicos problemas eram os meus pais. Queria poder voltar à essa época.

Mas, retornemos à realidade, eu não posso voltar. Logo, se eu quiser salvar o meu rabo de anos na cadeia, preciso me apressar e parar com lamentações.

Porém, antes de procurar por qualquer coisa que possa ajudar-me a salvar à mim e aos meus amigos, preciso focar em cumprir os — ou os que deveriam ser, pelo menos — meus verdadeiros deveres por aqui.

Semana passada, por telefone, combinei de me encontrar com a diretora em sua sala para pegar todos os meus horários. Então, é isso que agilizo-me à fazer.

Ao chegar lá, ela e todos os antigos funcionários que estavam por perto me cumprimentam com um abraço. Eu realmente estava com saudade de todos, me sinto em casa assim.

ɪ ᴋɴᴏᴡ ᴡʜᴀᴛ ʏᴏᴜ ᴅɪᴅ ʟᴀsᴛ sᴜᴍᴍᴇʀ Onde histórias criam vida. Descubra agora