Capítulo XXI

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Alfonso sorriu ao ver Anahí dormindo em seus braços há duas sonhava estar assim com ela outra vez. Os dois tinham repetido a transa mais duas vezes antes de pegarem no sono, o que ele queria era sair dali com ela e irem direto para o apartamento deles. Voltar a vida de casados que tinha e aos poucos a vida deles se ajeitando como antes. Ele ainda ficou um bom tempo só a observando até pegar no sono também.

Ele acordou com o celular vibrando, se ajeitou na cama para não acorda-la reconheceu o número de Paul. Sabia que para o amigo estar ligando era algo importante ou relacionado a trabalho. Não queria atender, não queria que mais uma vez o trabalho ficasse entre eles, principalmente agora que Anahí estava disposta a dar mais uma chance ao casamento deles. Mas ao mesmo tempo ele amava o que fazia e a possibilidade de realmente dar por fim acaso e ter um pouco de paz era tentador também. Por isso ele atendeu.

Paul: Desculpa te ligar, sei que não queria se incomodado. Disse assim que percebeu Alfonso atender.

Alfonso: Se ligou é por que deve ser algo importante.

Paul: Sim, Poncho conseguimos prender um dos integrantes da quadrilha, ele chegou aqui na delegacia disposto a confessas em troca de redução de pena.

Alfonso: Está falando sério? Disse se sentando na cama.

Paul: Sim, cara. Mas preciso de você aqui. Precisamos interroga-lo e você é o responsável pelo caso.

Alfonso: Eu..eu não posso, Paul. Disse olhando Anahí adormecida.

Paul: Poncho...eu sei que você está com a Annie, mas o que eu digo aqui? Sabe como são essas coisas burocráticas. Eu não posso interroga-lo. Você é o encarregado do caso. Tenta conversar com a Annie.

Alfonso: Eu vou ver o que faço.

Paul: Então você vem?

Alfonso: Sim. Suspirou. Não poderia ter hora pior para alguém da quadrilha ser preso.

Após finalizar a ligação, Alfonso ficou um tempo parado sem saber o que fazer não poderia sair e deixar Anahí sozinha naquele motel, jamais faria isso com ela, mas por outro lado teria que que acorda-la deixá-la na casa de Maite e seguir para delegacia, o problema seria a reação dela. Ele tinha medo dela desistir dos dois e acabar voltando para Niterói.


Alfonso: Annie...Amor. Disse baixinho no ouvido dela, distribuindo beijinhos pelo rosto dela. Anahí suspirou feliz - Ei, meu amor. Ela sorriu e acabou abrindo os olhos.

Anahí: É tão bom acordar assim outra vez. Disse sorrindo, mas o sorriso morreu ao vê-lo vestido. - Vai embora? Perguntou sem saber o que aquilo significava.

Alfonso: Eu recebi um chamado, está relacionado ao caso que trabalhei durante todo o ano. Não pude recusar. Se justificou. Anahí sentiu um nó na garganta e uma vontade imensa de chorar.

Anahí: Então ia sair e me deixar aqui? Perguntou magoada.

Alfonso: Jamais, meu amor. Por isso te acordei. Eu vou te levar. Eu sinto muito, Annie. Não era desse jeito que eu queria te acordar. Queria passar o resto do dia com você.
Disse ao ver Anahí se levantar da cama completamente nua. Não era hora, mas foi impossível para ele não se excitar com a visão.

Anahí: Tudo bem, Poncho. Eu entendo. Disse catando suas roupas. Quando estava indo ao banheiro e a segurou.

Alfonso: Annie, eu não quero que isso mude nada entre a gente. Disse ao seu coração se partiu ao ver que ele prendia o choro. Principalmente por perceber que a estava magoando mais uma vez.

Anahí: Já mudou, Poncho. Você fala uma coisa e faz outra. Disse indo para o banheiro. Lá debaixo do chuveiro, ela chorou. Chorou por ter acreditado que seria prioridade na vida dele, chorou por ter acreditado que seria diferente, chorou por ter se entregado a ele e chorou mais ainda por não conseguir contar sobre o bebê.

Quando ela saiu, ele percebeu que ela tinha chorado no banho, os olhos denunciavam isso.

Alfonso: Annie, pode não parecer, mas eu te amo. Eu quero tudo com você.

Anahí: Alfonso, por favor. Nós poupa de mais sofrimento. Eu só queria duas coisas de você. Um filho e ser mais importante do que seu trabalho.

Alfonso: E você é. Rebateu.

Anahí: Sou? E o que estamos fazendo indo embora? 

Alfonso: Annie, eu disse que não queria, que não podia ir. Mas amor o responsável pelo caso sou eu, e por pura questão burocrática outra pessoa não pode interrogar no meu lugar, mesmo que Ian como delegado interino fizesse isso, um investigador tem que estar presente na hora. Por favor, Annie tenta me entender. Se fosse por mim, se fosse por vontade eu ficaria aqui com você.

Anahí: Eu entendi, Alfonso. Eu entendi durante anos. Só que não quero mais ser deixada. Preciso de mais que isso. Eu não quero ter essa conversa com outra vez. Mas quantas vezes mais eu terei que entender? Quantas vezes eu terei que abrir mão de ter momentos com você por causa do seu trabalho? E se um dia tivéssemos um filho? Quantas vezes eu precisasse de você por que ele estaria doente ou passando mal e você não estaria lá por causa do seu trabalho. Me responde, quantas vezes?

Alfonso: Annie.... Por favor não me deixa de novo. Pediu sem vergonha nenhuma de chorar na frente dela. - Eu sei que as coisas estão difíceis entre a gente, mas Annie a minha verdade mais absoluta é que eu amo você. Eu realizo seus sonhos, eu faço um filho em você. Eu te dou o que você quiser.

Anahí: Assim não...eu quero que faça por você. Porque você quer tanto quanto eu e não por medo de me perder.

Alfonso: Annie...não vai embora.

Anahí: Eu preciso pensar. Eu preciso de um tempo. Ele assentiu. Mas sabia que a estava perdendo de novo. O caminho até a casa de Maite foi silencioso bem diferente da ida. Quando ele estacionou o carro em frente ao prédio onde Maite morava ele a segurou sua mão.

Alfonso: Se eu te ligar você vai me atender?

Anahí: Alfonso...Suspirou. Aquilo estava doendo nos dois.

Alfonso: Por favor, me deixa eu só ouvir sua voz. Não me negue isso.

Anahí: Tudo bem. Ele assentiu e a viu descer do carro. - Poncho? O chamou e ele a encarou. - Não te culpo por ser bom no que faz, nem por se dedicar ao trabalho, isso foi uma das coisas que mais admiro em você. Por acredita que ainda pode haver justiça nesse país. Eu me orgulho de você. Só estamos em momentos diferentes, com desejos diferentes, fora de sintonia. Ele a olhos com os olhos cheios de lágrimas.

Alfonso: Eu vou recuperar você, não importa quanto tempo passe e nem o que aconteça. Eu sempre vou amar você e sempre vou estar aqui para o que precisar. Ela assentiu secando as lágrimas.

Anahí: Eu te amo!

Alfonso: Eu também te amo. Ela viu o carro dele seguir e se afastando. Foi inevitável o choro. Ela pôs a mãos na barriga e chorou ainda mais.

Anahí: Desculpa, bebê. Não tive coragem. Vamos ser só nós dois. Mas um dia ele vai te amar tanto quanto eu. Quando Anahí entrou no apartamento e fechou a porta escorregou pela porta e sentou no chão. Estava doendo. Como estava.

Ela imaginou acordar nos braços dele dizer que eles iam ter um filho, o ver sorrir com a notícia, os dois se abraçariam e se beijariam e quem sabe até fariam amor novamente. Mas tudo foi completamente diferente. Tudo tinha desabado novamente. Só que agora ela estava sem ele e com o filho deles na barriga.


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