Capítulo XLV

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Como estavam ansiosos, Anahí e Alfonso acordaram cedo para o dia do exame, a ansiedade era notada por todos no hospital. Anahí não se controlou ao saber que não poderia ver o filho, já que a coleta de sangue foi em horários diferentes, ela tinha a esperança de poder ver o menino nem que fosse de longe, mas suas expectativas foram frustradas.

Alfonso: Logo ele vai estar com agente de novo. Tentou consolar, mas ele também estava decepcionado.

Anahí: É o que espero. Respirou fundo.


Quando saíram do hospital, só restava esperar o resultado para que finalmente pudessem se aproximar do filho de novo. Aqueles dias de espera pareciam infinitos, o casal tentava focar no bebê que estava a caminho, eles sabiam que precisavam dividir suas preocupações entre os dois filhos. E foi isso que os mantiveram sãos durante aquela espera e o resultado chegou quase uma semana depois, depois da legitimidade ao que todos já sabiam, eles eram os pais biológicos do Miguel.

Apesar de estarem preparados para o próximo passo que viria após o exame, eles não podiam deixar de ficarem receosos de como seriam as coisas dali por diante. Alfonso precisava voltar a trabalhar e Anahí se ocupava ajudando na ONG ainda tinha muitas mães que precisavam do seu apoio e o fato dela ter encontrado o seu filho poderia dar esperanças a muitas outras mães, o problema veio nos dias seguintes. Anahí estava no notebook resolvendo coisas da ONG quando o interfone rocou, estranhou não estava a espera de ninguém e a surpresa foi grande quando ficou sabendo quem era.

Não sabia o que esperar daquela visita inesperada. Segundos depois quando abriu a porta seus olhos se encheram de lágrimas. Nunca imaginava aquela cena. Katie e Sthephen ali, na porta de sua casa, com o seu filho no colo. Ele estava lindo, as memórias que tinha dele não fazia jus de como ele estava.


Katie: Podemos entrar? Perguntou também se contendo para não chorar.

Anahí: Claro, me desculpem. Entrem. Disse dando espaço para eles.

Sthephen: Sei que devíamos avisar antes de vir, mas com tudo o que tem acontecido e com o trabalho, foi o único dia que pudemos tirar para vir aqui.

Anahí: Tudo bem, não se preocupem com isso. Estou feliz que estejam aqui. Imagino que tenham vindo para resolver os horários de visitas. Supôs.

Katie: Na verdade, não foi isso que nós trouxe aqui. Disse com o coração apertado.

Anahí: Não? Perguntou sem entender, mas a vontade que tinha era de pegar o filho no colo. Ela não conseguia tirar os olhos do menino. Katie ao perceber se aproximou.

Katie: Quer segura-lo? Anahí assentiu emocionada.

Anahí: Que-que-ro. Guaguejou. Estava nervosa, tinha sonhado há meses com aquele momento. Quando o menino voltou para o braços de Anahí, as lágrimas escorriam com facilidade, ela não conseguia conter. - Meu...menino.... E ao contrário do que se era esperado, ele não chorou, não estranhou. Ele só encarou a mãe, os olhos azuis se encarando depois de meses e sorriu. Anahí sentiu o mundo se derreter ao seus pés com aquele sorriso.

Katie: Ele nunca sorriu assim...Disse também chorando. - Esse sorriso eu nunca tinha visto. Acho que é só seu..
Era difícil abrir mão, estava sendo difícil perceber e aceitar a situação.

Anahí: É a mamãe, meu amor... Disse carinhosa. Sthephen olhou para a esposa, os dois estavam com o coração sangrando, aquilo doía, mas era a certeza que estavam fazendo a coisa certa.

Sthephen: Sei que seu marido deve estar trabalhando, mas será que poderia pedir que ele viesse para cá, o que temos para falar é muito importante.

Não foi difícil conseguir o endereço do casal, o próprio advogado entrou em contato com o advogado dos Herrera, para pedir o endereço, explicou a situação, mas pediu que não fosse notificado ao casal, Katie e Sthephen que queriam conversar e dá a notícia.

Só que naquele dia especial, Alfonso estava nervoso, tinha recebido uma notificação judicial do processo do filho, uma nova audiência tinha sido marcada e aquilo o deixava nervoso, por não saber o que esperar, quando Anahí ligou dizendo que Katie e Sthephen estavam no apartamento e queriam conversar, ele só avisou a Ian e saiu, no caminho não sabia o que pensar, mas só imaginava o pior.

Todo o pensamento se rompeu ao chegar à casa e ver a esposa com o menino nós braços.

Anahí: Olha, amor! O Miguel. Disse sorrindo. Katie se emocionou. Sabia que o menino tinha sido registrado pelo nome Daniel, mas saber que Anahí agora o chamava de Miguel, o nome escolhido por ela, não dava para conter a emoção.

Alfonso: Nosso...menino? Perguntou se aproximando. O menino parecia não se importar de passar de um colo para outro. Alfonso suava quando recebeu o filho nos braços. Tinha esperado tanto, e agora, ele nem sabia descrever o que sentia. E por um tempo eles permaneceram naquela bolha.

Anahí: Eles vieram conversar com a gente. Disse interrompendo o momento, mas por ela, ficariam ali babando no filho. Alfonso assentiu, mas não conseguia parar de olhar e ficar no rostinho do menino.

Alfonso: Ele é tão parecido com você. Anahí sorriu.

Katie: Não dá para negar a quem ele puxou. Disse concordando. Eles acabaram sentados no sofá. Anahí com o filho nos braços e Alfonso lado e no outro sofá, Katie e Sthephen de mãos dadas.

Stephen: Não foi fácil chegar até aqui, precisamos conversar muito e pensar em tudo antes de finalmente vir aqui e dizer tudo o que decidimos.

Alfonso: Não entendo, não vieram por causa da visita? Pensei que fosse isso.

Sthephen: Não, não foi por isso. Pensamos muito no que seria melhor para o Miguel, sabemos que vocês não o abandonaram, na audiência podemos perceber como sofreram todos esses meses, pensamos muito e estamos retirando o pedido de guarda. Disse por fim, pegando Anahí e Alfonso de surpresa.

Anahí: Que?

Alfonso: É sério?

Katie: Sim, acho que depois de tudo o que passaram, não seria justo com vocês e nem com ele. Não vou mentir, não está sendo fácil para nós abrir mão dele, mas sabemos que será melhor assim. Ele merece receber esse amor de vocês.

Anahí: Eu...eu...não sei o que dizer. Falou sincera.

Katie: Não precisa, é só dá a ele todo o amor que eu sei que tem. Anahí assentiu emocionada, sem conseguir dizer nada, só entregou o menino a Alfonso, que o recebeu de bom grado, e abraçou Katie, as duas choravam juntas.

Eram duas mães ali. Que entendiam os sentimentos de ambas.

Alfonso: Então...isso quer dizer que a guarda é nossa? Perguntou quase não acreditando.

Sthephen: Demos entrada com os papéis em que abrimos mão da guarda dele, acho que o juiz já deve estar ciente, então acredito que a próxima audiência será para definir as coisas.

Anahí: Eu não sei o que falar para vocês, nem como agradecer tudo o que fizeram por ele e pelo que estão fazendo agora. Falou com sinceridade, jamais tinha imaginado aquilo. Chegou a te a julgar Sthephen e agora o homem estava ali, abrindo mão do filho para que o menino pudesse voltar aos pais biológicos.

Sthephen: Vocês são bons pais, não merecem tudo o que aconteceu. Só estamos fazendo a coisa certa.

Alfonso: Eu acho que posso falar por mim e pela minha esposa, mesmo não sendo reconhecidos como pais dele daqui por diante, isso não quer dizer que não irão fazer parte da vida dele, sempre que quiserem vê-lo passar um tempo com ele, serão muito bem vindos. Garantiu, era o mínimo que poderia fazer por aquele casal.

Katie: Obrigada. Isso seria muito bom.

Anahí: Isso não chega nem perto de tudo o que fizeram por ele. Vocês não vão sumir da vida dele, nunca iríamos fazer isso. Garantiu.

No fim, as coisas terminariam bem.

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