Capítulo XLIV

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Anahí encarou o juiz com apreensão, depois de estarem todos acomodados na sala, era a vez de saber o que seria decidido dali por diante.

Juiz: Pensando no bem estar no menor em questão, suas necessidades e sua adaptação, ficou decidido que o primeiro procedimento a ser feito é um teste de DNA oficial, autorizado pela justiça para o reconhecimento judicial dos pais biológicos, em seguida com a confirmação fica decidido que a família biológica terá direito a visitas regulares com o menor, até que o mesmo se acostume com a presença da família progenitora, as visitas serão decididas em um acordo entre as famílias com a supervisão da assistência social, com o menor familiarizado com os pais biológicos faremos um nova audiência em que será decidido oficialmente a guarda do menino, essa decisão não está aberta a recursos, e é valida a partir do veredito final. Sessão encerrada.

Não era o que Alfonso queria, mas já era alguma coisa, pelo menos poderiam ver o filho, estar próximo. Anahí sorria, pensava o mesmo. Os dois se abraçaram sorrindo.

Leandro: Merentíssimo, se me permite, acho desnecessário termos outra audiência, o casal possuem toda a capacidade de gerar outro filho, já os meus clientes não podem ter um filho biológico. Inclusive, o Senhor e a Senhora Herrera esperam outro filho. Katie ficou surpresa pela audácia do advogado e por saber da gravidez.

Alfonso: Um filho não substitui outro.

Juiz: Doutor Leandro, concordo com o Senhor Herrera. Um filho não substitui outro, assim como eles esperam outro filho eu poderia dizer que os seus clientes podem adotar outra criança. Sessão encerrada. Disse se retirando. Sthephen saiu da sala praticamente empurrando o advogado. Katie foi atrás, mas antes parou em frente a Anahí e Alfonso.

Katie: Me desculpem pelo Leandro, não tínhamos ideia que ele falaria essas coisas.

Alfonso: Ele foi muito baixo.

Katie: Eu sei, pode ter certeza que não vamos compactar com isso, não queremos ganhar assim. Parabéns pelo bebê. Que venha com muita saúde.

Anahí: Obrigada, Katie. Por tudo. Por cuidar dele. Katie assentiu.

Quando se aproximou do marido viu que Leandro não parecia feliz.

Sthephen: O que você fez foi baixo, coisa de gente mal carácter. Não quero uma pessoa como você representando os interesses da minha família.

Leandro: Eu só estava fazendo com que o juiz desse a guarda a vocês.

Katie: Você só piorou tudo. E que saber? Talvez tenha sido melhor assim, pelo menos descobrimos de que forma você defende seus clientes e não estamos interessados. Sthephen abraçou a esposa como um gesto de concordância com o que ela falava.

Leandro: Vocês é quem sabem. Só quero que me paguem antes de trocarem de advogado.

Sthephen: Até o fim do dia, terá o seu dinheiro. Leandro só assentiu e seguiu em direção a saída do fórum.

Katie: Que sujeitinho...

Sthephen: Eu sei. Beijou o rosto dela. - Vamos? Katie assentiu.

Alfonso combinou tudo com o advogado para que o exame fosse feito o mais rápido possível, queria poder agilizar o mais rápido possível. Não via a hora de poder pegar o filho no colo outra vez.

Quando o casal deu a notícia a família e os amigos, todos ficaram felizes. Não era o resultado que eles queriam, mas já era alguma coisa. Mais tarde estavam só os dois no sofá conversando sobre como tinha sido a audiência.

Anahí: Eu estou feliz de poder estar com ele pelo menos um pouco que seja. Já é um começo né ?

Alfonso: Sim, amor. Eu confesso que estou com receio, tenho medo do nosso Dani não nos aceitar, afinal ele acabou se familiarizando com outros pais.

Anahí: Eu tenho fé que isso não vai acontecer. Que agora finalmente podemos ter esperanças.

Alfonso: Você tem razão. Vou parar de pensar negativo. Eu mal vejo a hora de pode cuidar de vocês três. Ela sorriu.

Anahí: Você vai! No meio disso tudo acabei esquecendo de te contar. Marquei uma consulta com a obstetra.

Alfonso: Não podemos esquecer que tem um serzinho aí dentro. Fez muito bem. Eu vou com você.

Anahí: Ai amor! Suspirou. - Eu sei que ainda não é o ideal e está longe de ser o que sonhamos, mas depois de tudo o que passamos, eu estou feliz. Nós conseguimos superar toda a dor que sentimos quando o Dani foi sequestrado, teremos outro filho e achamos o Dani. Ele foi bem cuidado, amado, isso me conforta, sabia? Por meses pensei que ele poderia estar passando por dificuldades.

Alfonso: Sim, amor. Não posso negar que o Sthephen e a Katie cuidaram muito bem do nosso menino.

Anahí: Acho que agora a tendência é só melhorar. Ele assentiu sorrindo. Ficaram ali conversando e namorando até o sono vir e irem para o quarto.

Dois dias depois, Alfonso recebeu a ligação do advogado que o exame tinha sido marcado, tinha colocado carácter de urgência já que estavam com um processo judicial em andamento. Quando Sthephen e Katie receberam a notificação pelo novo advogado que o exame estava marcado eles se encaravam, no fundo, a situação incomodava, eles amavam o menino, com todo coração, e saber da história de Anahí e Alfonso, de como eles sofreram pensando que o filho estava morto os faziam pensar se realmente o melhor era lutar pela guarda do garoto. A situação era bem difícil e complexa, eram tantos sentimentos misturados que estava difícil de lidar com toda a situação.

Sthephen se sentia mal de certa forma depois de ouvir toda a história na primeira audiência, era nítido o sofrimento deles, não que eles não fossem sofrer longe do menino, mas ele pensava será que o Miguel deveria ficar com eles ou com os pais biológicos?

Eles estavam fazendo a coisa certa?

Era impossível não se questionar. Eles poderiam dar uma vida muito mais confortável ao menino visto que Alfonso tinha ótimas condições financeiras, além de que sabia que tanto Anahí quanto Alfonso estavam cheios de amor para dá ao filho, um amor que foi guardado por um ano.

Katie: Um beijo pelo seus pensamentos. Disse se deitando na cama e beijando o marido.

Sthephen: Só estou pensando. Ela suspirou.

Katie: É na audiência né ? Ele assentiu. - Eu o coloquei para dormir e foi impossível não o olhar de forma diferente sabendo que agora os pais biológicos dele voltaram.

Sthephen: Como assim?

Katie: Eu olho para o Miguel e vejo muitas coisas da Anahí. Os olhos, os cabelos, o sorriso, ele é todinho ela. E eu penso, quando ele crescer ele vai saber dos pais biológicos, vai querer conhecer e quando souber será que não vai ficar chateado? Ele sempre viverá entre duas famílias. Será que será bom para ele crescer achando que tem dois pais e duas mães? Quando tiver irmãos, ele saberá que os irmãos, um será por parte dos pais biológicos e o outro por nossa parte, mas essas crianças não estarão entre duas famílias como ele. Saberá exatamente a quem chamar de pai e mãe. Eu não sei, eu estou tão confusa com tudo isso.

Sthephen: Eu também, amor. Tenho medo de estar fazendo a coisa errada. Eu amo esse menino, de todo meu coração, mas eu vi o quanto Alfonso e Anahí também o amam.

Katie: E o quanto sofreram também. Sthephen assentiu. - Eu acho que a gente já sabe o que fazer, só nós resta coragem.

Sthephen: Eu acho que você tem razão. Ela deitou o rosto no peito do marido e ficou ali ouvindo o coração dele bater, os dois em silêncio, mas a mente gritava. Os pensamentos não davam trégua. Seria uma noite difícil.

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