Alfonso encarou o médico em aflição.
Médico: O Senhor é o marido dela? Perguntou.
Alfonso: Sim. Ela está bem?
Médico: Sua esposa sofreu um ferimento a lâmina na região da garganta, mas precisamente entre a laringe e a traquéia, o ferimento não foi profundo a ponto de atingir alguma veia importante, caso isso ocorresse sua esposa não teria resistido. Alfonso precisou ser segurando pelo pai e pelo amigo, ele sentiu que suas pernas tinha perdido as forças, só em imaginar Anahí morta. - Ela deu entrada ao hospital já com uma perda de sangue muito grande, conseguimos reverter o quadro, porém fora preciso cirurgia. O corte atingiu um dos tecidos das cordas vocais, ainda não podemos afirmar com precisão como ela irá acordar.
Alfonso: Co-como assim?
Médico: As cordas vocais são duas faixas de tecido elástico. Estão localizadas lado a lado na laringe, um pouco acima da traqueia. Tal como outros tecidos no organismo, as cordas vocais podem sofrer distensão e lesão. As cordas vocais também estão sujeitas a infecções, tumores e traumatismos, ainda sim não podemos realizar tantos processos cirúrgicos em caso de lesões como a de sua esposa. O quadro foi revertido e ela passa bem, mas precisamos saber se ela terá consequências.
Ruth: Que tipo de sequelas? Perguntou vendo o filho sem condições de falar.
Médico: A voz dela pode mudar, ela pode ter difuldades para falar, dificuldades para respirar e no pior das opções paralisia parcial ou total das cordas. Disse com pesar.
Alfonso: Pa-pa- ralisia? Isso quer dizer que ela pode não voltar a falar? Disse em horror.
Médico: Sim, sinto muito. Agora não há muito que possamos fazer, ela ainda correr o risco que ter inflações. Apesar de todo o cuidado o objeto cortante pode ter contraído algum tipo de bactéria e ela ficou com o corte exposto durante o trajeto até aqui. Em breve ela acordará e sabermos se houveram sequelas ou não. Disse se retirando deixando os familiares digerirem a notícia. Alfonso ficou pálido, seu rosto mostrava preocupação e angústia. Um dos polícias se aproximou.
- Investigador. O chamou e Alfonso só olhou.
Ucker: Não é uma boa hora.
- Sentimos muito pela sua esposa. Já estamos com os depoimentos das vítimas e de alguns vizinhos.
Alfonso: Eles sabem o que realmente aconteceu?
- Não foi um assalto, o alvo era sua esposa. Uma das testemunhas viu o momento em que os bandidos entraram no supermercado e a procuravam, assim que a encontraram a ameaçaram e colocaram a lâmina na garganta dela. Mas ninguém conseguiu ouvir o que foi dito a ela.
Alfonso: Obrigado! Os polícias assentiram e saíram desejando melhoras a Anahí. Alfonso respirou fundo e abaixou a cabeça. Ruth abraçou o filho passando força. Tanto Maite e Dulce se abraçavam chorando.
Ruth: Vai ficar tudo bem. Ela é forte, vai sair dessa.
Alfonso: A culpa é minha. Eles foram atrás dela por minha causa. Se culpou.
Ucker: Você não pode se culpar, você só fez o trabalho. O culpado disso é o Carlos.
Alfonso: Eu sabia, eu sempre soube dos riscos, eu a pus em risco. Ela pode não voltar a falar e a culpa será minha.
Marcelo: Filho, a culpa não é sua. E eu tenho certeza que ela entende isso. Por mais que tentassem dizer que a culpa não era dele, nada adiantava ele se sentia culpado. O médico voltou quase uma hora depois para orientar Alfonso sobre como ele deveria reagir assim que a esposa acordasse, ele não poderia assustá-la ou fazer muitas perguntas. Alfonso assentiu no automático, porque no fundo o coração dele estava arrasado, destroçado. Ele tinha medo de Anahí nunca mais o querer ver, de o culpar. Quando o médico liberou a entrada dele no quarto. Alfonso sentiu o coração apertar, ver a esposa pálida, com pontos na garganta, a ver naquele hospital. Ela o olhou e ele tentou sorrir, ela estava viva, mas a aflição não o deixava respirar.
Alfonso: Oi. Disse cauteloso.
Médico: Olá Senhora Herrera. A senhora deu entrada no hospital por causa de um ferimento na garganta. Se lembra do que aconteceu? Anahí assentiu com a cabeça. - Muito bem, sente alguma dor, incômodo? Ela colocou lentamente os dedos na direção da garganta. Alfonso desviou o olhar, não estava suportando a ver daquela forma. - Eu vou tirar o tubo que a esta ajudando a respirar, se sentir qualquer dor ou dificuldade para respirar, me avise, Ok? Ela assentiu. Aos poucos ele retirou o tubo que oxigênio, sempre a observando e uma enfermeira entrou no quarto para auxiliar. - E então? Sente alguma dor? Anahí negou- Consegue respirar sem problemas? Anahí assentiu - Muito bom. Agora eu quero que você devagar tente falar alga coisa. Qualquer coisa. Pediu. Anahí encarou o marido e viu que ele chorava, estendeu a mão para ele. Ele se aproximou e segurou as mãos dela.
Alfonso: Eu estou aqui, eu estou com você. Anahí o olhou e chorou. Ela abriu a boca duas vezes, mas nada saiu, ela se desesperou, não conseguia falar. - Shi! Calma, meu amor. Pediu ao vê-la se agitar. Ela começou a tentar forçar, mas nada saía, começou a se debater na cama em total desespero. Alfonso tentou inultimente ajudar a esposa, mas ele mais chorava do que a acalmava. O médico agiu rápido e a dopou. - Ela não vai voltar a falar? Disse assim que viu a esposa apagar.
Médico: É cedo para afirmar, pode ser pelo tecido ainda está inchado, ela está com os pontos ainda. Teremos que aguardar alguns dias. Eu vou recomendar um remédio para dor. Ela conseguiu respirar sozinha, isso é bom sinal. O médico tentou consolar Alfonso.
Alfonso ficou ali com ela, não queria sair de perto dela. Não a deixaria sozinha. Ele chorou em silêncio, nunca se perdoaria se ela não pudesse voltar a falar, a culpa o tomava. Os amigos receberam a notícia com pesar, os sogros também. Mas todos tinham esperanças que ela voltaria a falar.
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