Vinte e dois

1.9K 144 366
                                    

Sana observava Seoul do térreo do apartamento, mantinha o cotovelo no parapeito, a respiração desregulada dizia o quanto estava chateada por Jihyo ter descido. Tudo começaria novamente. Haviam transado, ficariam indiferentes e novamente voltariam a esse ciclo vicioso que já a estava esgotando.

Olhou para o apartamento vizinho, viu um casal estrangeiro olhando a vista e de repente eles acenaram para ela que acenou de volta. O homem era branco como a neve e a mulher tinha a pele morena alva, absurdamente linda, os cabelos ondulados realçavam aquela beleza extraordinária que Sana teve a sorte de contemplar. Por um momento, parou no tempo e então os ouviu a chamar.

_Você é a Sana, não é? -O homem questionou em japonês, para sua surpresa. Sana se aproximou do outro parapeito e constatou estar a poucos metros deles, com o vão aberto entre os prédios. _Eu sou Johnny, muito prazer.

_Sim, sou eu. Muito prazer, Johnny.Seu sotaque é ótimo. -Disse com a voz fofa, a mulher riu sem jeito por causa da beleza de Sana que era ainda maior pessoalmente.

_Obrigada, tenho uma filha que é apaixonada por você. -O homem coçou a nuca.

_Ela está em casa? -Sana questionou sorridente e o viu negar.

_Chegará com os avós em umas duas horas. De qualquer forma, é um prazer falar com você. -Ele sorriu.

_O prazer é meu. Acho que agora somos vizinhos, eu posso... ir aí mais tarde se puder, como uma surpresa. -Sana disse animada e eles gargalharam.

_Ela irá adorar. -A mulher falou mais lentamente.

_Daqui a duas horas estarei aí. Obrigada. -Sana os reverenciou e eles fizeram o mesmo antes de acenarem e se afastarem.

A japonesa olhou os dois caminhando juntos pelo térreo, a mulher chamou um cachorrinho que foi correndo até ela, o pegou no colo e o abraçou como uma criancinha. Sana riu sozinha antes de voltar a caminhar para dentro do apartamento.

Desceu as escadas trêmula, seu corpo pedia cama, precisava descansar de si mesma, da exaustão que Jihyo a provocava e quando pisou na sala de estar, viu Nayeon estática frente a frente com Jihyo, Daniel segurava a maçaneta da porta e seus olhos estavam repletos de lágrimas. A líder soluçava pelo choro, Sana observou a cena sem entender e de repente ele a olhou.

_Eu não entendo. O-O que eu fiz? -O rapaz questionou olhando para o chão. _Isso é tudo que eu queria saber, eu não sou tão ruim ao ponto de merecer um término sem uma explicação concreta, Jihyo.

_Eu já lhe falei.. -Jihyo disse entre os soluços, custou encara-lo. _Eu não estou pronta para isso.

_Você está comigo há mais de meio ano! Como percebeu que não está pronta agora? -Ele entrou no apartamento e segurou o rosto de Jihyo. _Jihyo, eu amo você. Você é tudo que eu vejo, tudo que eu sinto, eu quero tudo com você, eu... eu não sou um cara qualquer, eu faria de tudo por você.

Jihyo chorou ainda mais ao ouvir isso. Nayeon estava paralisada, Sana mal respirava. Não acreditava no que via.

_Por favor, só... me dê mais uma chance. Se eu errei, eu prometo que posso mudar. -Daniel deu um selinho nela e encostou suas testas. _Eu estive em um mar de solidão até Seulong me apresentar você que foi e é um anjo para mim, você é tudo, Jihyo, absolutamente toda substância essencial à vida.

Sana sentiu um soco no estômago, Daniel a olhou de relance e com o olhar, implorou por ajuda. A japonesa aguentou firme.

_Jihyo-ah! Diga alguma coisa! Você está me deixando! -Ele falou quase desesperado.

Jihyo só chorava, mal conseguia regular sua respiração, controlar seus pensamentos, nada parecia certo. Olhou para Sana e a viu negar com a cabeça, Jihyo esfregou os cabelos e andou em círculos.

TWICE - Sahyo feat. (Kang Daniel) - Eu, você e ele (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora