O Diário de Sana - Ultima Parte

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E aí? Suave? Boa leitura. Desculpem possíveis erros e vamo que vamo pro último.

•••••

Junho, 2040

_Impulsiona o corpo.

Momo apertou o passo, respirou e quase sentiu seus pulmões explodirem, a música alta que emanava da mansão gritava em sua mente.

_VAMOS!

A voz de Darey soou de novo; apertou o passo, estava insana, a adrenalina a consumia, a fraqueza pela dor ia embora junto do suor que escorria pela pele.

_Vai, tenha mais força nessas pernas!

Ofegou e atingiu a marca. Comemorou avidamente, precisava chutar aquela tristeza para longe, precisava seguir em frente, precisava se recompor,

E iria.

•••

Fevereiro, 2040

Tudo é possível.

Era isso que mantinha em mente. Sentia seu corpo definhar, cada mínima parte parecia ser consumida e no limite, quando ouviu o maldito bipe, era como se suas células tivessem estacionado.

Seu sangue parecia ter congelado nas veias, pôde ouvir seu coração dar a última batida junto ao grito ensurdecedor de Nayeon.

Estava consciente, mas seu corpo não respondia, podia ouvir vagamente, ver vagamente, e viu quando a sombra de média estatura entrou e ignorando os protestos do médico e da enfermeira, falou algumas coisas como se a puxasse de volta, não era nada demais, só palavras óbvias como "seu tempo não acabou".

E não havia acabado. Ainda precisava ver Ren se casar, precisava ter mais de Nayeon e Tzuyu, as mulheres de sua vida, precisava esclarecer coisas com Dahyun, precisava dizer a Sana que amava as brincadeiras estupidas dela, que gostava tanto de Jeongyeon que dizer não era suficiente, precisava mostrar. Jihyo, Chaeyoung e Mina precisavam saber que eram quase divinas na sua perspectiva.

Precisava viver.

E forçou seu corpo a responder ao seu comando, sempre havia feito isso, não podia deixar aquela doença desgraçada a vencer, precisava lutar. E lutaria. Forçou-se até sentir o material do suporte da cama em sua mão, mas não aguentou. Apagou mais alguns instantes.

Por quase meia hora esteve no dilema que enfrentou a vida toda: viver ou morrer.

Sempre pensou em suicídio, talvez isso a tivesse deixado magoada o bastante para desenvolver aquela doença e ter de aprender a decidir de verdade o que queria.

E queria viver. Precisava viver.

Se deu conta de que estavam prestes a levá-la para aquela sala fria e por isso forçou sua mente a ouvi-la e seu corpo a obedecer seu comando. Tentou e tentou, parecia haver algo a ajudando e se apoiou nisso.

Sentiu sua mão se mexer e num susto súbito, seu corpo respondeu, precisou se esforçar pra que pudesse voltar em si e quando sentiu o cheiro do álcool, viu o teto branco, sentiu o toque quente em seu braço, foi aí que percebeu que por algum tempo precisou decidir. E estava no seu controle. Estava totalmente no seu próprio controle.

A respiração gritante ecoou no corredor, a enfermeira se assustou de tal modo que caminhou para trás enquanto observava Momo abraçar a garota a sua frente como se sua vida dependesse dela e naquele momento a mulher constatou que dependia, de alguma forma.

_Calma... -Mayumi falou enquanto ouvia Momo recuperando o fôlego aos poucos.

Seus pulmões pareciam querer explodir, os efeitos do câncer que se espalhou pareciam mais intensos que nunca. Mayumi pegou a bolsa e tirou tudo para que Momo pudesse usar e a japonesa começou a vomitar desesperadamente. Colocou para fora tudo que podia atrapalha-la. Mayumi pediu a enfermeira que chamasse a mulher de cabelos castanhos -Nayeon- e a moça saiu correndo para avisar o que havia acontecido.

TWICE - Sahyo feat. (Kang Daniel) - Eu, você e ele (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora