O único lado bom em estar levando minha irmãzinha ao Fawn’s Toy era minha mãe ter me deixado pegar a minivan. Não importa para onde você está indo, o que importa é estar dirigindo.
O Fawn’s Toy ficava no centro da cidade. Era um grande espaço onde se encontrava todo tipo de brinquedos e jogos, músicas irritantes e palhaços tão ridículos que até outros palhaços riam deles.
Estacionei em frente ao prédio ao lado e comprei nossos ingressos. Eu começava a odiar o lugar desde a entrada, onde o porteiro nos obrigava a usar pulseirinhas de identificação. Eu sabia que aquilo impediria que qualquer estranho sequestrasse minha irmãzinha, mas mesmo assim aquilo me fazia sentir como um presidiário. Assim que entramos, instantaneamente Molly se perdeu entre as outras crianças. Eu encontrei um banco de tartaruga e sentei ali, esperando que ela cansasse e quisesse voltar para casa, o que eu já sabia que iria demorar muito para acontecer.
Assistindo todo o movimento percebi como aquilo parecia uma selva. As crianças corriam, pulavam, gritavam e brigavam, exatamente como animais em seu habitat natural. Comprei alguma coisa para comer e dei uma volta pelo lugar lembrando que gostava de ir ali quando era criança, mas meus pais sempre estavam de plantão. Talvez não pudesse culpar Molly de ter me arrastado até ali. Vi um cachorrinho que balançava a cabeça para os lados e o comprei também, porque achei engraçadinho.
Peguei meu celular e troquei algumas mensagens com Ravi e com Willow. Joguei um pouco e chequei minhas redes sociais. Percebi que fazia um tempo que não via Molly, então fui até a casinha com o escorrega para procurá-la. Ela não estava no brinquedo, mas consegui encontrá-la na cama-elástica. Comecei a andar até lá, mas algo prendeu minha camisa atrás de mim. Virei para olhar e vi uma mão que saía de dentro da casinha. A mão me soltou e desapareceu, dando lugar a um rosto. Pela janela em forma de coração, apareceram os olhos, o nariz e a boca de ninguém menos que Amy Sophie Rhonda Green.
— Isla?
— Olá, senhor sem nome próprio. — ela sorriu.
— O que você tá fazendo aí dentro?
— Espere um minuto. — ela desapareceu de vista. Acompanhei-a pelas janelinhas, vendo-a subir até estar no topo do escorrega, depois deslizou para o chão.
— Minha vizinha me deu vinte dólares pra trazer o filho dela aqui. Estou tentando manter um olho nele, para que não seja sequestrado ou algo do tipo.
— Você sabe o que é isso? — perguntei levantando o braço esquerdo, mostrando a pulseira de identificação.
— Você comprou em uma loja para turistas? É horrível.
— Não, colocam na gente na entrada. É uma identificação entre você e a criança, para que nenhum estranho a leve. — eu olhei para o braço de Isla e notei que não havia nenhuma pulseira. — Onde está a sua?
— Acho que esqueceram de colocar. — ela deu de ombros.
Eles não podiam ter esquecido de colocar, era uma regra do lugar, mas antes que eu pudesse perguntar, um homem baixinho usando suspensórias subiu no palco e chamou a atenção de todos. Ele anunciou uma apresentação de mágica e todos correram para assistir.
— Não acredito! — Isla soltou.
— O quê?
— Aquele mágico, eu o conheço!
Olhei para o homem.
— De onde?
— Ele se apresentava no Enchanted Planet. — um sorriso surgiu no rosto dela, mas não do tipo feliz, um que cai mais para o lado maldoso. — Sabe, York, acho que chegou o momento de você me devolver o favor de ontem.
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No Name
Teen FictionYork tinha duas fixações: encontar o primeiro nome perfeito e Amy Sophie Rhonda Green. Quando a segunda fixação decide o ajudar com a primeira, a monotonia de seus dias acaba se transformando em um caos, que o levará a se meter em situações bizarras...