Desci as escadas saindo de um mundo que começava a fazer sentido e entrei em outro irracional. Estava perdido em pensamentos quando senti alguém segurar meu braço.
— Ei, York, tenho um plano genial! — era Ravi. Ele se inclinou mais do que o necessário para ser ouvido. — Eu vou passar supercola nas mãos e tentar me grudar no teto! — enquanto explicava, ele tentava dançar no ritmo da música, mas mais parecia um pato grudado em chiclete.
Como ele havia ficado tão bêbado nos poucos minutos que o deixei?
— Pra quê você quer se grudar no teto?
— Eu não sei! Vou buscar a cola!
— Melhor não. Vamos para casa.
— O quê? Nem pensar!
— Onde está Eloise?
— Os pais descobriram a fuga e ela precisou voltar para casa. Por que não está se divertindo? York aburrido!
— Legal saber que você fala espanhol quando está bêbado, mas precisamos ir.
— Não seja otário. Vou buscar a cola.
Mesmo sabendo que as chances daquilo dar errado eram do tamanho da Torre Eiffel, eu o deixei ir.
Dei uma volta pela festa. O número de gente caída havia aumentado e o de vômito no jardim também. Fiquei de olho nas escadas para ver se a dona da casa reaparecia, mas não a vi descer. Ravi retornou com as mãos levantadas, como se estivesse detido.
— Estou pronto para o melhor momento da minha vida! — ele gritou.
— Cara, você não vai fazer isso.
— Por que não? Não tem como dar errado... — alguém esbarrou nele, jogando-o para frente. Eu o segurei antes que ele acabasse grudado em algo.
— Foi mal, meninas. — Zac disse parando a nossa frente. Luke Parker e Finn Evans em cada um de seus ombros. — Ei, o que você tem aí, Raviolli? — perguntou observando as mãos erguidas de Ravi.
Raviolli? Parecia xingamento de jardim de infância.
— Por que vocês não vão esfregar a masculinidade de vocês uns nos outros? — Ravi gritou na cara deles. Ele era meio baixinho, então precisou se esticar bastante. — Ei, Finn, como vai as hemorróidas que o Terceiro Olho nos mostrou no mês passado?
— Ravi... — chamei, mas ele continuou.
— Zac, ouvi dizer que sua mãe queria tanto uma menina que você nasceu com uma deficiência no desenvolvimento do peruzinho.
A gente ia apanhar. Muito.
— E Luke, o que é isso na sua boca? Também pegou herpes do Tyler?
Como o álcool podia deixar alguém tão destemido, ou melhor, tão estúpido.
Luke agarrou a frente da blusa de Ravi e o puxou para frente.
— Esperem, tenho uma ideia melhor. — Zac anunciou. Passou um braço pela cintura de Ravi e o levantou com facilidade, o colocando no ombro. Ravi se debateu, mas com medo de acabar grudado em Zac, evitava tocá-lo.
— Luke, pegue a supercola. — e, aumentando o tom de voz para todos ouvirem, continuou — Todo mundo para o jardim! — o pessoal gritou de volta, animado.
Zac parou em frente a um bebedor para pássaros no jardim dos Green. A turma toda formou um círculo ao redor dos dois. Com a ajuda de Luke e Finn, Zac passou mais cola nas mãos de Ravi, depois as grudou na pedra, fazendo o indiano abraçar o bebedouro. O pessoal gritou e vaiou quando Ravi tentou se soltar, inutilmente. Eu abri caminho entre eles e me agachei ao lado de Ravi, tentando soltá-lo.
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No Name
Teen FictionYork tinha duas fixações: encontar o primeiro nome perfeito e Amy Sophie Rhonda Green. Quando a segunda fixação decide o ajudar com a primeira, a monotonia de seus dias acaba se transformando em um caos, que o levará a se meter em situações bizarras...