O último dia para o fim do prazo chegou chuvoso. Enquanto caminhava até o Eureka, senti as barras do meu jeans ficarem molhadas, mas aquilo não me incomodou, todos os meus pensamentos estavam voltados para o caso.Sarah havia chegado até Nora, não eu. Aquilo valia? Nora era realmente o assassino? Tudo apontava para ela, mas poderiam ser coincidências, difícil mas não impossível. O que eu faria em seguida? Sentá-la e começar uma interrogação? Ou era melhor esquecer aquilo de uma vez?
Encontrei Willow em seu armário lendo O Morro dos Ventos Uivantes. Percebi que não lembrava nada das últimas aulas de inglês, mas não me importei.
— Que cara é essa? — perguntou quando apoiei um ombro no armário ao lado.
Notei que estava fazendo uma careta.
— O nome do suspeito que está no seu porta joias é Nora Vanderbilt?
— O quê? Não.
— Foi em quem Sarah chegou. As pistas levam até ela, mas não sei.
Willow guardou o livro e trancou seu armário.
— Você foi visitar o Ravi? — perguntei.
— Sim. Ele vai ser liberado hoje pela manhã. Levei donuts e meu tablet pra ele se distrair.
Começamos a andar em direção a nossas aulas.
— Ele estava meio bobo por conta dos medicamentos ontem. — comentei.
— Ele me perguntou porque não levei um balão e um cartão como fazem nos filmes. Não sei se ainda estava sob o efeito das drogas ou se já era seu comportamento normal.
— Vamos levar alguma coisa decorado com vacas pra ele mais tarde?
Willow riu e concordou. Nos separamos no corredor.
Voltei a vê-la antes do esperado. Na metade da aula de biologia, enquanto tentava remover o coração de um sapo, o boné da Nike dela apareceu na janela bem ao meu lado. Ela subiu mais um pouco e vi seus olhos. O que ela fazia ali do lado de fora?
O sr. Smith estava passeando entre as mesas, criticando os trabalhos. Willow me viu e apontou para a porta da sala. Fiz que não com a cabeça e a mandei embora. Ela não foi.
— Algum problema, York? — o nariz do sr. Smith estava incomodamente próximo da minha bochecha.
— Não, senhor.
Ele permaneceu ali por mais um minuto antes de sair. Willow havia desaparecido. Voltei minha atenção para meu trabalho repugnante até que minha visão periférica captou um movimento na janelinha da porta.
Willow era maluca. Iria pegar detenção se a encontrassem nos corredores no meio do horário de aulas. Não queria sair e me arriscar também, mas não poderia deixá-la lá. O que ela queria me contar, seja lá o que fosse, parecia ser importante.
Pensei em uma maneira de sair. O sr. Smith era pulso firme. Uma vez uma garota vomitou toda a sala porque ele não acreditou que o enjoou dela fosse verdadeiro. Lembrei que era ele quem lavava nossos jalecos após as aulas e tive uma ideia.
Verifiquei que ninguém me olhava, peguei o sapo cuidadosamente e passei seu corpo aberto em meu avental. O som foi molhado e fez meu estômago protestar. Pulei em pé antes que seus órgãos caíssem em minha calça.
— O que você fez?! — o professor esbravejou.
— Foi um acidente.
— Um acidente?! O bicho está morto! Não pode ter pulado em você!
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No Name
Teen FictionYork tinha duas fixações: encontar o primeiro nome perfeito e Amy Sophie Rhonda Green. Quando a segunda fixação decide o ajudar com a primeira, a monotonia de seus dias acaba se transformando em um caos, que o levará a se meter em situações bizarras...