Quarta-Feira

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 Eu acordei com meu celular tocando. Com a maior parte do meu cérebro ainda dormindo, rolei de costas para o aparelho e coloquei um travesseiro sobre a cabeça. O celular parou de tocar e voltou um minuto depois. Rezando por uma surdez repentina, tentei ignorar. Não funcionou. Abri um olho e encontrei meu despertador. 11:45. Tateei a mesinha de cabeceira até encontrar o aparelho. Coloquei entre minha orelha e o colchão.

— Ravi, seu indiano desgraçado, é quase meia-noite.

— Sou eu, a Sarah.

— Ah. — não consegui me sentir sem graça já que em meu estado de semiconsciência só conseguia me concentrar em não babar no celular.

— Tenho um suspeito.

 Aquilo me despertou.

— Já?

— Fiquei intrigada.

— E quem é?

— Nora Vanderbilt.

 Uma lista de garotas passou por minha mente até eu localizar Nora.

— Nora?

— Vanderbilt.

 Nora, mulher honrada, norueguês.

— Eu sei quem é, mas Nora? — a garota era do primeiro ano. Ela era meio marrenta, encrenqueira, mas ao ponto de assassinar um gato?

— Tudo aponta para ela.

— Tudo o quê?

— As pistas. Pegue as fotos.

 Pensei em pedir que adiantássemos aquilo até a hora da escola, mas a curiosidade não me deixaria dormir. Caminhei até o computador e o liguei.

— Como conseguiu tão rápido?

— Tenho mais informações e contatos que você.

 Esperei que o computador ligasse e abri as fotos.

— Coloque na foto da mesa. Dê uma olhada no calendário, tem uma data marcada.

— Dia vinte e dois.

— E o jornal é de...

— Dezembro.

— E o mapa?

— Carolina do Norte.

— Nora passou as férias de inverno, ou seja, a semana do natal, na Carolina do Norte.

— E o código?

 Sarah não respondeu de imediato.

— Isso deu mais trabalho, mas são informações pessoais. 1919 são os últimos dígitos do celular dela. Ela tem 15 anos e S e E são de Sam e Emily, os dois irmãos dela. Sete é o número da sorte.

 Eu armazenei aquilo antes de falar.

— Você é incrível.

— Eu sei. O que vai fazer agora?

— Hum... Não sei. — minha preocupação sempre foi chegar ao assassino, nunca havia pensado no depois. — Mas obrigado.

— Não levou tanto tempo, nem dedicação, não foi nada. Agora preciso terminar a revisão de uma coluna.

— Você não vai dormir?

— Os jornalistas nunca dormem.

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