Capítulo Sem Nome Dezoito

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 Meu plano era chegar mais cedo no colégio, mas acabei me atrasando por ter que deixar Molly na sua escola. Entrei na aula de inglês logo atrás da srt. Davis e parei na mesa perto da de Sophie. Um colega nosso já estava sentado ali.

— Hey, Gabbe, preciso sentar aí. — falei.

 Gabriel significa “que tem a força divina”, de origem hebraica.

— Por quê?

— Preciso falar com ela. — lancei um olhar para Sophie.

— York, sentado. — a srt. Davis mandou.

— E o que eu tenho com isso? Fale depois da aula. — Gabbe estava desenhando algo muito parecido a um pênis, só que tinha asas.

— Vamos, por favor, cara.

— York, tem uma cadeira livre logo ali. — a professora estava com os braços cruzados, me olhando.

— Só um minuto, srt. Davis. — voltei para Gabbe. — Faço seu dever de inglês.

— E o de matemática?

— York? — ela já soava irritada, não me importei.

— Não, só o de inglês.

— Sem números, sem trato. — Gabbe balançou a cabeça, no mesmo instante em que eu ouvia um:

— York...

— Tá, tudo bem! Eu faço!

— Pensando bem, acho que preciso de algo para história.

— York!

— O QUÊ?! — gritei, girando para frente. Quando a realidade me atingiu, meu corpo congelou. A expressão da srt. Davis estava tão ameaçadora que Gabbe deslizou para o fundo da sala..

— Detenção depois da aula. — a professora sentenciou.

 Concordei com um aceno de cabeça e sentei em meu lugar recém conquistado.

 Esperei uns bons vinte minutos de aula antes de me arriscar a chamar a atenção de Sophie. Quando a srt. Davis estava escrevendo no quadro, puxei uma das tranças ruivas dela. Sophia estava concentrada em suas anotações, por isso precisei repetir o gesto. Finalmente ela olhou para mim com as sobrancelhas erguidas, como se perguntasse ''O que você quer?''.

— Foi você. — acusei.

— O quê? — ela sussurrou de volta.

— Você nos denunciou para a polícia.

— Por que eu faria isso?

— Você adora colocar emoção nas coisas.

— A ponto de denunciar a mim mesma?

— Aposto que sabia que eu iria te cobrir.

— Estou ouvindo vozes. — a srt. Davis falou sem se virar para olhar. Sophie voltou sua atenção para as anotações, com medo de ser pega. Ela era tão nerd na sala de aula.

 Inclinei sobre a mesa para sussurrar em seu ouvido.

— Você é o Terceiro Olho?

 Sophie se virou surpresa para me olhar.

— É claro que não! Do que você está falando?

— Só você sabia onde íamos e tudo o que aconteceu.

— Você também sabia, então me diga, você é o Terceiro Olho, York?

 Ficamos nos desafiando com o olhar por um tempinho. Eu quase podia ver raios saindo de nossos olhos e duelando entre si. A voz da professora interrompeu o embate silencioso.

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