Eu estava de cabeça para baixo lendo um dos meus dicionários de nomes na cama. Em algum momento percebi que era a primeira vez em um bom tempo que fazia aquilo. Desde criança, minha principal atividade era ler nomes, mas quando Rhonda se esgueirou em minha vida eu os deixei de lado. Agora só tínhamos mais um teste para por em prática e duas coisas não saiam da minha cabeça, uma me incomodava e a outra me aterrorizava. E se eu não conseguisse um nome com o último teste? Amy Sophie Rhonda Green e eu continuaríamos a ser esse algo indefinido que éramos quando tudo acabasse? Talvez foi o pensamento número um que me alertou e me fez voltar a ler. Eu queria ter um nome até o Natal, se não fosse através dos meios de Rhonda, seria pelos bons e velhos dicionários.O sangue começou a latejar em minha cabeça e eu fiquei tonto. Fechei o livro e o joguei contra a parede. Eu já havia lido aquela porcaria um milhão de vezes e não havia me ajudado em nada. Precisava resolver aquilo de uma vez.
Liguei para Rhonda.
— Vamos por em prática o Teste Quatro. — anunciei.
— Ainda não é o momento. — ela respondeu. Eu conseguia ouvir a música FU, da Miley Cyrus, no fundo.
— Eu digo que é.
— Desde quando você se tornou um homem decidido que toma as rédeas da situação?
— Eu preciso acabar com isso, Rhonda. Preciso de um nome.
Ela levou um minuto para responder.
— Ainda não tenho algo importante para o Teste Quatro.
— Você consegue até amanhã?
— Talvez.
— Falamos no Eureka, então.
O dia seguinte começou bastante incômodo. Ravi estava calado enquanto caminhávamos até a escola. Se ainda estava chateado pelo fim do seu relacionamento ou envergonhado pela choradeira, eu não sabia. Willow estava nos esperando no estacionamento junto ao RR e, quando nos viu, grudou ao lado de Ravi e começou uma conversa com ele, ignorando minha presença. Fiquei com vontade de perguntar se ela era louca por estar ali na escola quando certamente seria assassinada pelos alunos, mas me mantive calado. Queria deixá-los para trás e seguir meu caminho sozinho, mas alguma coisa me fez ficar por perto. Nunca admitiria, mas queria estar presente quando os alunos caísse em cima de Willow para evitar que ela fosse morta.
Eu realmente não estava nem um pouco afim de ir para a aula de inglês e ouvir sobre Cathy e Heatcliff. Não foi por causa deles que tanta coisa mudou? A psicóloga do Eureka estava de licença, então decidi matar aula na sala dela. Com o sinal do almoço, fui procurar por Rhonda. Ela estava em sua mesa com Zac e o resto do bando sem massa cinzenta. Enviei uma mensagem para ela e esperei no pátio, debaixo de uma árvore. Rhonda apareceu alguns minutos depois. O sol brincava com seus fios, deixando-os brilhantes como se estivessem vivos. Ela havia se livrado dos cachos por um dia, alisando-os.
— Você não me deu muito tempo, então não me culpe se algo der errado. — falou, ao parar ao meu lado.
— Seus planos não são os mais perfeitos. Fomos perseguidos pelo coveiro no Teste Um, eu quase fui preso no Teste Três e o Três Ponto Um me fez brigar com minha melhor amiga.
Normalmente eu só teria pensado naquilo tudo, mas não duvidei em falar de uma vez. Como Rhonda havia notado, eu estava mais seguro e decidido do que antes, não só com ela, mas com todos.
— O Teste Dois foi bom.
— Por causa dele Ravi foi parar no hospital.
— Você quer saber do Teste Quatro ou não?
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No Name
Teen FictionYork tinha duas fixações: encontar o primeiro nome perfeito e Amy Sophie Rhonda Green. Quando a segunda fixação decide o ajudar com a primeira, a monotonia de seus dias acaba se transformando em um caos, que o levará a se meter em situações bizarras...