Eu corri para a diretoria.Não podia acreditar que Rhonda havia me mandado roubar a casa do diretor da escola. Ela era maluca? E se ele me encontrasse lá? E ela mandou que desse os brincos para Ravi, agora o indiano seria expulso! Meu melhor amigo, expulso por minha culpa! Pior, se os brincos valessem tanto quanto eu imaginava, o diretor provavelmente chamaria a polícia.
Quando virei no corredor, dei de cara com Willow. Ela torcia o boné nas mãos e mordia os lábios. Ao me ver, endireitou a postura, ficou entre a porta da direção e eu e estreitou o olhar.
— Você deu pra ele brincos roubados. — Willow acusou antes que eu pudesse abrir a boca.
— Não foi bem assim. — me defendi.
— Você é um cretino, sabia?
— Cala a boca e me explica o que tá acontecendo aí dentro.
— Seu pedido é um pouco contraditório.
Pensei em agarrá-la pelo pescoço e sacudi-la até que falasse, mas respirei fundo.
— Por favor. — pedi.
Willow me estudou por um minuto e revirou os olhos.
— Ravi não está mais aí dentro, saiu há pouco tempo.
— O que ele disse?
— Que a expulsão vai ser assinada hoje mesmo e que o diretor Marshall está pensando se vai levar o roubo como um ato de rebeldia adolescente ou como o início de uma carreira criminal.
— Ravi não tentou se defender? Ele não disse nada?
— Ele é leal a você, York. Falou para o diretor que alguém iria aparecer para explicar tudo, não citou seu nome. Resolveu esperar por você, mas... — ela encolheu os ombros com um ar de insinuação.
— Eu só fiquei sabendo agora, por isso não vim antes. Mas vou falar com o diretor agora mesmo.
— Ele não está recebendo ninguém. Por que acha que ainda estou aqui?
Apoiei minhas costas ao lado da porta e suspirei.
— Você conseguiu os brincos com outro teste, não foi? — ela perguntou de cara feia.
— Foi. Mas não sabia de quem era a casa.
— Poderia ser de qualquer um, você roubou e isso é errado.
— Eu ia devolver, juro. Se soubesse que ia dar em tudo isso nunca... Como eu iria adivinhar que o diretor Marshall vivia naquela casa? Nem sabia que ele era rico!
Ficamos em silêncio por meio minuto e eu suspirei novamente.
— Como o Ravi está? — perguntei.
— Digamos que puto com você. Decepcionado também.
Aquilo afundou meus ombros. Como uma brincadeira poderia se tornar algo tão grande? O pior é que eu sempre soube que não era uma brincadeira.
— Você precisa fazer alguma coisa. — Willow decretou ao meu lado.
— E se não adiantar?
— É claro que vai adiantar.
— E se nós dois acabarmos expulsos? Se o diretor não livrar o Ravi?
— Ele precisa, ele vai.
Comecei a balançar a cabeça freneticamente em negativa, naquele momento o desespero se apossou de mim. Tive medo de ser expulso, medo que o Ravi seguisse o mesmo destino que o meu, medo de perder meu melhor amigo e terror de acabar em um correcional para menores infratores.
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No Name
Teen FictionYork tinha duas fixações: encontar o primeiro nome perfeito e Amy Sophie Rhonda Green. Quando a segunda fixação decide o ajudar com a primeira, a monotonia de seus dias acaba se transformando em um caos, que o levará a se meter em situações bizarras...