Nova York estava completamente viva, mesmo já passando da meia noite. O movimento era bem maior que o de Fawn durante o dia. As pessoas entravam e saiam de todos os lugares possíveis, como um formigueiro, as luzes ofuscavam o sono e eu não vi um único bar vazio ou fechado.
Seguimos por ruas secundárias para não cruzarmos com uma viatura. Meu medo de morrer havia diminuído, mas o de ser preso aumentou em proporção. Eu não sabia onde ficava a área abandonado de Nova York, mas quando chegamos em um lado sem barulho e pessoas percebi que estávamos perto.
Rhonda serpenteava por becos estreitos. Se eu erguesse a cabeça não conseguiria ver mais que alguns metros, já que a área era formada por prédios. Ela estava relaxada, como se já tivesse se embrenhado por ali muitas vezes, mas eu a todo momento imaginava um maníaco nos encurralando no próximo beco. Minutos depois comecei a ouvir gritos e música abafados. Saímos de mais um beco esquisito e entramos em uma avenida abandonada, onde consegui ver um prédio baixo, o único com luzes acesas. Rhonda parou a moto no estacionamento improvisado, entre uma chevy e um ford, escondeu os capacetes embaixo da chevy e entramos na fila de cinco pessoas.
— Bem-vindo à Esquina dos Desesperados. — ela falou sorrindo, excitada. Tentei sorri de volta, mas suava enquanto olhava as pessoas estranhas na fila.
Quando chegou nossa vez, o cara da entrada, que parecia o primo do falsificador de documentos, nos examinou de uma ponta a outra.
— Documentos. — pediu.
Rhonda e eu passamos as identidades para ele. Meio segundo com elas nas mãos e percebi que ele acreditava naqueles papéis tanto quanto no Papai Noel. Lancei um olhar preocupado para Rhonda, mas ela pegou uma carteira de cigarros na bolsa e segurou um entre os dedos despreocupadamente.
— E aí, vai deixar a gente entrar ou não? — ela perguntou, revirando os olhos.
— Acha mesmo que parecem ter vinte e um? — o cara riu.
— Achamos.
— Essa maquiagem toda não serviu para esconder o cheiro de fraldas e leite em você, menina.
Rhonda rodou o cigarro nos dedos e sorriu.
— Aposto que já deixou passar meninas mais jovens que eu.
— Talvez.
— E aposto que você adoraria me ver aí dentro. — ela se esticou para colocar o cigarro entre os lábios do cara. O grandalhão sorriu, mas seus olhos caíram em mim.
— Pena que está acompanhada.
— Ah, William é meu irmãozinho.
— Ele não parece nada com você.
— Irmão bastardo. Resultado inesperado de uma noitada do meu pai. — ela deu de ombros.
— Irmãozinho, é?
— Apenas alguns meses de diferença.
Eu só fiquei ali parado, com medo até de separar os lábios para respirar e acabar gritando que era tudo mentira. Minhas axilas eram duas poças de suor, meus dedos tremiam.
— Ok, vou engolir essa. — o grandão devolveu os documentos. — Se consumirem alguma coisa ou se eu pegar vocês apostando, eu coloco os dois para fora.
— Combinado. — Rhonda concordou.
Passamos por ele e entramos no maravilhoso mundo da Esquina dos Desesperados. O lugar era uma espécie de bar com música ao vivo e cassino. Devia ter uns cinquenta metros ao todo, com o palco jogado de um lado, o bar próximo à entrada e as mesas de jogos nos fundos.
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No Name
Teen FictionYork tinha duas fixações: encontar o primeiro nome perfeito e Amy Sophie Rhonda Green. Quando a segunda fixação decide o ajudar com a primeira, a monotonia de seus dias acaba se transformando em um caos, que o levará a se meter em situações bizarras...