O mundo jamais ficou tão silencioso. Meus olhos caíram para o chão, como se nem mesmo eles eu pudesse sustentar. Meu corpo ficou frio, extremamente frio. Tentei respirar, mas o ar não entrou.
Não podia ter acontecido com ela. Com ela não.
Minha mão soltou a de Willow e segurou algo com força. Pensei que fossem minhas esperanças, mas era o braço do meu pai. Ele me segurava pelos ombros, me chacoalhava, e eu nem percebi. Ele falava também.
— York! — meu pai gritou e me chacoalhou com mais força.
O calor voltou, molhado e salgado, descendo por minha pele e nublando minha visão. Olhei para meu pai, seus lábios se movendo. Me concentrei.
— Ela não está morta.
Foi como se o que tapava meus ouvidos escorresse.
— Querido... — mamãe falou, como se o repreendesse.
— Ela não está, Lucy, não até que a encontrem.
Eu olhava para os dois sem entender.
— O que aconteceu? Digam o que realmente aconteceu. — pedi.
— Amy desapareceu, ninguém sabe onde ela está. — meu pai falou.
— Mas que droga, mãe! Porque não disseram logo? — o alívio foi tão imenso que meus joelhos dobraram e eu sentei no chão. Meus dedos agarraram a grama, me firmando naquela realidade onde ela ainda estava no mesmo mundo que eu, viva, não em algum outro lugar onde eu nunca mais a veria.
— Você não nos deixou, querido.
— Há quanto tempo ela sumiu? — tentei lembrar da última vez que vi Rhonda. Foi quando brigamos?
— A sra. Green a viu rapidamente ontem pela manhã, mas ela não voltou para casa na hora de dormir. Também não deu nenhuma notícia até agora. — minha mãe se agachou na minha frente e acariciou meu braço.
Willow começou a fazer perguntas e eu a ouvia parcialmente, mas ainda estava focado em acreditar que Isla estava viva. Mas eu não sabia. Ela estava desaparecida, como eu poderia ter certeza de que realmente estava bem?
Pulei em pé com urgência.
— Eu vou procurar por ela. — anunciei.
— Sabe onde ela pode estar? — Willow perguntou. Eu a olhei por um segundo e notei que sua preocupação por Rhonda era verdadeira.
— Ela pode estar em qualquer lugar. Vamos procurar em todos.
— A polícia já está fazendo isso. — meu pai colocou a mão em meu ombro. Eu a tirei dali.
— Preciso do Rataplã. — falei para Wilow.
— Eu vou com você.
— Não, você vai pegar o Ravi e procurar em outro lugar.
— Mas, York...
— Willow, você era o Terceiro Olho, conhece todos os lugares onde o pessoal da escola frequenta. Meus pais te emprestam a minivan, eu preciso do RR e preciso procurar sozinho.
Ela hesitou, mas me passou as chaves. Corri para o carro e o liguei. Não queria pensar em Rhonda morta e jogada em algum lugar. É claro que ela não estava morta, ela era Amy Sophie Rhonda Green. Provavelmente estava dando um tempo de tudo.
Dirigi sem rumo no começo, apenas passando pelas ruas e olhando os quintais, já sabendo que não a encontraria ali. Peguei o caminho da escola e vasculhei cada canto do prédio, o que me custou quase uma hora. Se apenas a nossa escola tinha tantos lugares onde ela poderia se esconder, como eu a encontraria em toda a cidade? E se ela não estivesse mais em Fawn? Teria saído por vontade própria ou...
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No Name
Teen FictionYork tinha duas fixações: encontar o primeiro nome perfeito e Amy Sophie Rhonda Green. Quando a segunda fixação decide o ajudar com a primeira, a monotonia de seus dias acaba se transformando em um caos, que o levará a se meter em situações bizarras...