10- Casamento

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"O ideal no casamento, é que a mulher seja cega e o homem seja surdo" - Sócrates

Ayla Windsor:

O espelho refletia o reflexo da jovem Ayla, que naquela noite estava mais bela do que nunca. O longo vestido vermelho com alguns detalhes em dourado desenhados exclusivamente para a futura rainha de Midlenton era deslumbrante, mas nem mesmo os rubis pendurados em seu pescoço, ou o vestido da seda mais fina existente, supriam a falta que o brilho do sorriso da rainha causava.

Na realidade, Ayla era de longe a noiva mais infeliz que aquela corte já conheceu, e expressão fechada que seu reflexo expunha era a prova viva disso.

Na noite passada, ela dormiu como Ayla Windsor, na manhã seguinte àquela, ela acordaria como Ayla Whithlook — mesmo que não pretendesse utilizar o nome do "marido", esta seria a lamentável realidade.

Seus cabelos negros estavam presos em um coque baixo deixando o pesado par de brincos de ouro ganharem protagonismo na região próxima ao seu rosto. Ela estava deslumbrante, é verdade, mas ela venderia facilmente todas aquelas jóias e adornos inúteis se pudesse comprar sua liberdade novamente.

— Há uma carruagem lá embaixo, se quiser ainda dá tempo de fugir! — uma voz masculina e conhecida penetrou no ambiente.

Através do reflexo no espelho, Ayla avistou seu pai — Derick Windsor — de pé próximo à porta dos aposentos. Vestido elegantemente em trajes formais de tonalidade escura, com apenas um único broche de roupa com um formato da cabeça de um lobo e suas abotoaduras do pulso — ambos de diamante — para quebrar o padrão escuro da roupa.

— Isso é algo que você facilmente me apoiaria! — ela falou, acrescentando em seguida — Me ajudar a fugir!

— Você me conhece tão bem! — ele disse, sorrindo enquanto caminhava na direção dela.

O rei apoiou-se atrás da cadeira onde Ayla estava, encarando o rosto da filha pelo espelho da penteadeira. Eles eram tão parecidos, ela tinha várias das características da mãe, tanto físicas quanto a sua personalidade, mas o universo nunca iria explicar a maneira como Ayla e Derick, pai e filha, poderiam ser tão iguais e tão diferentes ao mesmo tempo.

— Sabe que pode contar comigo para tudo e qualquer coisa, não sabe? — perguntou Derick — Um chamado, só preciso de um chamado seu e eu e sua mãe colocaremos esse reino abaixo!

— Eu sei! — Ayla sussurrou — Só estou fazendo isso por nossa família, e de qualquer maneira, se for preciso eu mesma coloco esse reino abaixo!

— Conhecendo o gênio forte das Vitale, eu não duvido disso! — Derick falou, fazendo uma risada calorosa surgir no local, quebrando um pouco um clima tenso que estava impregnado no cômodo. — Bem, chegou a hora!

Derick virou-se para Ayla, estendendo o braço para ela enlaçá-lo e finalmente caminhar em direção ao altar. Ela olhou uma última vez no espelho, antes de finalmente levantar-se do assento e ficar de pé diante do pai.

Seus braço enroscou-se no dele, permitindo que suas unhas se fixassem no tecido da roupa de seu pai, enquanto eles caminhavam em direção ao grande salão que provavelmente estaria lotado. O caminho foi percorrido em um silêncio nervoso, que era quebrado apenas pelo som das botas dos soldados vindos de Martin que estalavam ao entrarem em contato com o carpete. Além do ruído realizado pelo contato entre a cauda do vestido de Ayla e o chão.

Porém, o nervosismo mesclado ao arrependimento aumentou ainda mais quando ambos chegaram à entrada do salão, cujo portão foi imediatamente aberto, revelando a visão do local.

Um príncipe para lady Ayla (Livro II) {CONCLUÍDA}Onde histórias criam vida. Descubra agora