"Duvida da luz dos astros, duvida que o sol tem calor, duvida até mesmo da verdade, só não duvida do meu amor" - Shakespeare
Ayla Windsor:
A luz que entrava pela janela entre coberta pela cortina beijava a pele despida de Ayla, dando a ela um brilho estonteante. Sua cabeça estava deitada de lado no travesseiro de penas, enquanto sentia as carícias em movimentos circulares na epiderme de suas costas.
Pelo canto do olho, ela observou quando Alec endireitou-se no local, encostando suas costas à cabeceira da grande cama de olhos fechados sem parar as suaves carícias nas costas dela. Ela não pode deixar de notar as inúmeras peças de roupas espalhadas pelo quarto do rei — quarto que ela não sabia se voltaria a habitar.
Ela deixou um suspiro cansado escapar sem querer de seus lábios, chamando a atenção dele para si. A princípio, ele abriu um grande sorriso, e aos poucos, foi quebrando a distância entre ambos, curvando sua cabeça para depositar um beijo em seu pescoço, subindo pela bochecha até chegar em seus lábios, onde ele depositou um curto beijo.
— Bom dia! — ele falou, a centímetros do rosto dela.
— Bom dia! — ela respondeu, com os dedos fechados em torno do tecido branco que os cobria.
Alec sorriu novamente, voltando a beijar o pescoço pálido da rainha, as carícias migraram de suas costas para o alto de sua cintura, assim como seus beijos aumentando a intensidade contra a sua pele causando um arrepio por toda a extensão.
— Eu tenho quase certeza que você tem uma reunião hoje! — ela disse, tentando desviar o foco da atenção do marido.
— Sério? Acho que não lembro de nenhuma reunião, talvez minha memória volte daqui a trinta minutos! — o tom de diversão de Alec era enfatizado em sua frase, logo em seguida, ele girou sobre ela, colocando-se sobre seu corpo enquanto apoiava o peso do próprio corpo sobre os braços — Tudo bem, talvez uma hora!
A única coisa que Ayla conseguiu fazer era rir, em meio aos ataques de beijos e carícias que eram distribuídas em toda a extensão de sua pele. Ela não sabia em qual momento ele tinha conseguido a seduzir tão facilmente, ou como ela própria havia esquecido com tanta facilidade todos erros cometidos por ambos anteriormente, mas na realidade ela não ligava, nada naquele momento importava mais do que viver aquele curto período de paz dos dois.
As carícias de Alec tomaram maior intensidade até que ambos encontravam-se entre beijos e amassos novamente — assim como na noite anterior — sem perceber seus próprios movimentos, Ayla enlaçou a cintura do marido com as pernas, quebrando ainda mais a distância entre ambos e sem perceber suspiros e gemidos eram ouvidos, porém, tornou-se impossível saber de qual deles era a origem.
Em certo momento, Ayla levou a própria mão ao rosto de Alec, tocando cada lugar da face do marido, porém, em certo momento Alec parou com os beijos em seus lábios e afastou o rosto do da esposa, parando para encará-la.
— Suas mãos estão geladas! — ele disse.
— Desculpe, acontece às vezes! — ela respondeu, notando a preocupação em ser congelado na face dele — Ainda não sei o que é isso, nem como controlá-lo!
Por um instante, ela achou que ele fosse recuar por medo de ser transformado na próxima estátua de gelo. Contudo, ele abriu outro sorriso de lado para ela e tomou suas duas mãos, chocando o gelo dela ao calor natural dele. Ele beijou os nós dos dedos dela, e logo em seguida, prendeu-as no topo da cabeça dela, deixando-a presa contra a cama.
— Não vão me atrapalhar! — ele falou, sorrindo abertamente.
Uma nova onda de risadas vindas de Ayla preencheu o eco quase ensurdecedor do quarto enquanto os dois voltavam a onde tinham parado. Mas, novamente foram interrompidos quando a porta do quarto foi aberta, revelando a figura de duas criadas que costumavam organizar o quarto do rei.
— Por Zeus, nos perdoe, majestade! — ambas as mulheres baixinhas falaram, virando-se de costas automaticamente — Não sabíamos que a rainha estaria aqui!
Ayla queria esconder seu rosto no primeiro buraco que encontrasse, seu rosto tomou uma tonalidade rubra escarlate, enquanto isso, Alec jogou-se para o lado da cama, fazendo o possível para esconder a risada que prendia.
— Está tudo bem, iremos organizar isso por nossa conta, obrigado! — Alec falou.
Em resposta, as duas mulheres apenas assentiram e logo em seguida retornaram à sua trajetória anterior, passando pela porta e sumindo no corredor. Assim que a porta foi selada, Alec praticamente explodiu e uma gargalhada, fazendo com que seus ombros tremerem, e com isso, a tonalidade das bochechas de Ayla se intensificou.
— Não ria, é constrangedor! — ela disse, empurrando-o em repreensão — Os criados irão comentar.
— E qual o problema? Os súditos estão à espera dos príncipes e das princesinhas herdeiros — ele falou, levantando-se da cama para pegar uma jarra de água e depositar o líquido em sua taça, todas as manhãs — E eu particularmente gosto muito do processo envolvendo a geração!
Ayla lançou um dos travesseiros de penas, que bateram contra o peitoral do rei e foi de encontro ao chão em um baque mudo, fazendo que mais algumas risadas fossem ouvidas no quarto.
— Eu tenho que voltar para o meu quarto, Maysie está me esperando! — Ayla falou, enquanto assistia ao homem enrolar-se em seu próprio robe branco.
A contragosto, Alec assentiu, logo em seguida, aproximando-se da rainha apenas para falar:
— Qual a probabilidade de quando cair a noite você estará aqui novamente?
Ela analisou a pergunta antes de elaborar uma resposta. Desde que se casaram, Ayla não recordava de ter conseguido um dia de paz até o dia em questão, afinal, ela errou em pressioná-lo a tomar medidas baseadas em seu próprio querer, enquanto ele errou em deixar ser manipulado pelo cadáver do pai e as conspirações da mãe, mas naquele momento, os dois estavam se dando tão bem, sem brigas, nem discussões, nenhuma política entre os dois, eram apenas eles.
Ela queria poder experimentar mais daquela paz com ele nos demais dias de sua vida — afinal, estavam casados e um casamento não pode ser desfeito — e a única maneira de poder tê-lo mais para si daquele jeito, era se pudesse dá-lo uma segunda oportunidade, uma última oportunidade.
— Podemos tentar! — ela falou, assistindo um sorriso surgir nos lábios do rei.
Apressadamente, ele segurou o queixo dela puxando-o em sua direção e selando mais uma vez os lábios um no outro. Em seguida, ele grudou a testa de ambos uma na outra.
— Me desculpe! — ele falou — Por tudo que lhe fiz passar, por ter deixado um conselho de um morto que nada sabia sobre relacionamentos ficar entre nós, por não ter sido um bom marido ou rei. Eu devia ter lutado mais por você!
— Nós dois somos dois monarcas orgulhosos que deixamos uma coroa afundar um ao outro. A partir de hoje, ninguém solta a mão de ninguém — ela disse — Quando vai me contar o que decidiu fazer com sua mãe?
— Quando eu não tiver mais escolha! — decretou ele — Não se preocupe, ela não vai se meter entre nós dois nunca mais, ela não vai fazer mais nada contra você, porque caso o faça, eu mato-a!
— Ela é sua mãe, não devia dizer isso! — Ayla disse, assustada com o comentário do marido.
— Não me importa. Família, rei, rainha, exércitos, nada nem ninguém vai tirar mais nada de mim, muito menos você! — ele falou arrancando um sorriso dela.
Por um instante, Ayla chegou a temer que estivesse em um sonho, mas se surpreendeu ao notar que era real. Ele realmente disse aquilo, eles realmente estavam se dando bem, eles finalmente iriam começar um novo capítulo da história de suas vidas, e ela esperava que esse fosse bem melhor do que o outro.
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Um príncipe para lady Ayla (Livro II) {CONCLUÍDA}
RomanceAyla Windsor, filha da rainha Aysha Vitale e do rei Derick Windsor, teve seu destino traçado desde seu nascimento, onde foi decidido que teria que se casar com Alec Whithlook, filho do melhor amigo de sua mãe. Ayla vai descobrir que a coroa de rainh...