31- Peste Negra

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"O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete" - Aristóteles

Ayla Windsor:

O dia ainda estava no alto de seu momento, após a última discussão com Alec, Ayla empenhou-se em trancar-se na biblioteca do palácio e começar a escrever uma nova carta a sua mãe. Ela temia que talvez a coruja não tivesse chegado a tempo, ou talvez sequer tivesse chegado à Corte da Lua, e pensando nisso, colocou Maysie para aguardar uma provável chegada.

Antes mesmo que Ayla derretesse a cera para carimbar seu selo, os guardas abriram a porta da biblioteca e Maysie entrou apressadamente no cômodo. Em virtude do extensivo treino de Maysie, ambas passaram um longo tempo sem se deparar, a mais jovem estava verdadeiramente empenhada em conseguir ser a primeira cavaleira mulher do continente.

— Ayla, vem chegando uma carruagem de Martin! —informou a mulher, eufórica.

Sem importar-se em responder, Ayla levantou-se de seu assento e caminhou apressadamente pela porta. Maysie vinha atrás, tentando acompanhar os passos apressados da rainha.

Quando a caminhada começou a ficar entre passos e tropeços, fazendo com que ela se visse obrigada a erguer um pouco a barra do vestido com as duas mãos, fazendo com que seus sapatos fossem minimamente revelados. A medida que se aproximavam do portão principal de entrada, uma multidão de servos e soldados começou a surgir na entrada, porém, todos abriram passagem para a rainha quando ela aproximou-se.

A bela carruagem tinha como cor predominante preta mesclado aos detalhes em dourados nos aros das rodas, na porta e na coroa simbólica localizada no topo da carruagem. Não restou dúvidas da origem do transporte quando ao olhar a porta da carruagem, o símbolo da fênix de asas abertas em chamas chamando a atenção de todos.

O cocheiro desceu de seu posto unicamente para abrir a porta da carruagem para seu passageiro passar. Dela, um homem trajando uma camisa branca que ficava quase escondida por baixo de um colete preto que entrava em um sintonia com a calça de mesma cor e as botas de cano alto em seu pé. A pele deste homem era em uma tonalidade mais escura de moreno, seus cabelos eram igualmente escuros assim como a barba que contornava a região do seu queixo, suas feições eram gentis e sua postura era orgulhosa.

Quando seu olhar caiu sobre o da rainha — que estava um pouco mais a frente da população — ele imediatamente caminhou em sua direção — quando encontrou-se a exatos cinco passos de distância dela, ele flexiona o joelho esquerdo, fazendo com que o mesmo tocasse o chão e abaixou o rosto fixando o solo em uma exagerada reverência.

— Vossa Majestade! — o homem a saudou — Permita-me que me apresente, sou o Dr Christopher, enviado por sua mãe para auxiliá-la!

— O senhor disse "Dr"? — ela perguntou, fazendo em seguida um gesto com os dedos, movendo-os para cima, indicando que ele podia levantar-se.

— Sim, fui enviado alguns anos atrás para o Novo Mundo — explicou ele, referindo-se ao continente de Royale que ficava não muito distante dali — Aprendi novos métodos medicinais lá, e eles não usam mais boticários como referência, acham isso atrasado. Por isso, acabei me tornando um médico!

Ayla abriu um sorriso espontâneo para o homem gentil parado a sua frente. Enquanto isso, o homem fez um gesto com as mãos para o cocheiro que o trouxe, pedindo para que ele carregasse suas bagagens para dentro.

— Permita-me acompanhá-lo, senhor, temo em lhe informar, mas terá muito trabalho pela frente! — ela afirmou, assistindo ele apenas assentiu em concordância.

Ela virou-se de frente para a entrada, e deparou-se com Alec no alto dos degraus, apenas observando-os. Quando ambos se cruzaram, Christopher fez uma breve reverência ao rei e logo em seguida seguiu caminho, porém, quando Ayla tentou fazer o mesmo ele segurou-a levemente pelo braço.

Um príncipe para lady Ayla (Livro II) {CONCLUÍDA}Onde histórias criam vida. Descubra agora