44- O preço que pagamos

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"O amor não conhece sua própria intensidade até a hora da separação" - Khalil Gibran

Ayla Windsor:

O tempo parecia ter congelado em torno de todos aqueles que estavam trancados dentro do palácio. Com a chegada do exército da Corte da Lua, a batalha havia estourado na campina e naquele momento os reinos que durante antes foram aliados.

Com a chegada da rainha de Martin, Aysha assumiu a liderança do palácio, e sua primeira ordem foi que apenas os soldados deveriam permanecer do lado de fora da construção. Mas, antes disso, ela teve que discutir brevemente com o próprio marido a respeito disso, já que o próprio Derick Windsor parecia estranhamente disposto a lutar na guerra, porém, ela o convenceu do contrário — como sempre fazia.

Assim que encontrou a oportunidade perfeita, Ayla questionou a própria mãe a respeito de sua chegada repentina em sua casa. De acordo com Aysha, Catherine Thudor dias atrás havia enviado uma mensagem por meio de um corvo — meio esse que estava ficando tradicional entre os monarcas — avisando-a quando as tropas de Alec deixaram o Ninho da Águia, não apenas isso, como também contou a razão pela qual ele estava o fazendo.

Tendo isso em mente, o clima entre a família não estava tão agradável como antes. Aysha e Derick encaravam a filha com feições preocupadas, como se não mais a reconhecessem, e essa mesma preocupação fazia com que os dois se revezavam entre si para supervisionar a filha de perto e ver como reagiria a cada notícia dado pelo mensageiro sobre como estava a guerra.

Neste meio tempo, Ayla estava ao pé da janela encarando atentamente enquanto assistia a fumaça e o cheiro de pólvora que subia no céu. Ela dizia que não, mas estava preocupada, mesmo que não assumisse, pois aquele campo de batalha ameaçava muitas coisas. Colocava em risco o reino de Martin e sua estabilidade, os soldados de ambos os reinos —Martin e a Corte da Lua — amigos queridos que lá estavam — como Maysie, que se encontrava na linha de frente — e, mesmo que não assumisse, ela também estava preocupada com a segurança de Alec — que ela sabia que ele era orgulhoso o suficiente para escolher ficar em campo de batalha ao invés de liderar a distância.

— Majestade! — chamou o mensageiro, trazendo novas informações para Derick — As chamas estão cessando lá embaixo, metade da Companhia Negra irá cair até o fim do dia!

— Informe aos soldados que em caso de desistência devem largas as espadas! — disse Derick.

Pelo canto do olho, Ayla avistou quando o pai olhou por cima do ombro para a filha, que parecia aérea à situação.

Ela tentava fingir que não estava se importando emotivamente com os impactos que aquilo estava causando, por isso, sempre que questionada sobre o seu estado, ela simplesmente dava de ombro e fingia voltar sua atenção para o livro que estava em suas mão, porém, tudo que lia parecia lembrar um hipotético nome.

Amor quando é amor não definha — dizia o primeiro verso do soneto que lia.

E até o fim das eras há de aumentar

Mas se o que eu digo for um erro

E o meu engano for comprovado

Eu não sou poeta

Ou ninguém nunca amou — concluiu a leitura

Tudo no livro que pegou parecia lembrá-la alguém que deveria ser esquecido, ou então lembrava o anel que estava entre suas bagagens no quarto do andar de cima do palácio. Ela não sabia o que estava castigando-a ainda mais, se o fato de lembrar o que não devia, ou o fato de não conseguir esquecer.

Um príncipe para lady Ayla (Livro II) {CONCLUÍDA}Onde histórias criam vida. Descubra agora